(Sub)Gêneros musicais acabam ou hibernam?

Olá galera,
Participei de uma conversa sobre este tema no FB e como ninguém consegue manter o nível do debate, muito menos chegar a uma conclusão, convido os amigos a debatermos sobre a questão.
Na opinião de vocês, conforme o título do tópico diz, os gêneros musicais acabam ou acontece um movimento cíclico em relação a poder voltar "à moda" tempos depois?
Podemos citar vários gêneros ou subgêneros que hoje só existem por causa dos registros, senão ninguém saberia que outrora já fizeram enorme sucesso como Choro, Jovem Guarda, Lambada, Progressivo, Grunge, entre tantos outros.
Vemos outros que ainda existem, como Rock, Axé, Forró, entre outros também, sem uma renovação e não é difícil vislumbrar um futuro semelhante.
Sem querer ser vidente ou coisa que o valha, vocês acham que no futuro algum destes gêneros possam voltar a ter força, ter novamente mercado ou de fato acabou e o público consumidor só é atraído pelo que de fato é novo?
Na minha opinião, a música hoje é algo com fórmula pronta ! Em quase 100% dos casos são produtos descartáveis e tem prazo de validade, ou seja, deixou de ser radiofônico, acabou !
Talvez eu possa ter um ponto de vista "provinciano" por não conhecer o que se passa no exterior, mas pelo menos o que chega até aqui, me passa a idéia de ser algo global.
Evidentemente que nenhum deste gêneros ou subgêneros foi extinto, mas só vemos pequenos focos de resistência e sobrevivendo meio que no "undeground".
O que acham?

Voltar sem uma roupagem nova, difícil... Os gêneros, em geral, refletem o momento em que aparecem e momentos históricos não se repetem. Além disso, a própria indústria fomenta as mudanças, já que assim se vende mais.
Concordo plenamente.

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Concordo plenamente.

idem... mas eu gosto de introduções longas (às vezes).. he

rafael.buzzi.andrade escreveu:

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Concordo plenamente.

idem... mas eu gosto de introduções longas (às vezes).. he

Me too....

Quando os caras na Itália juntaram pão, tomate e queijo, o resultado não foi "pão, tomate e queijo", foi pizza, um dos pratos mais representativos de um país que existe
E o mais interessante é que o pão não é invenção dos povos antigos da península, nem o tomate é europeu (mas sul americano)...

Alguns gêneros como a Bossa-Nova, o Samba-canção e o Chorinho, nunca desapareceram, pelo menos aqui na "minha terra" estão fortemente presentes, e cada vez mais vejo pessoas vindo pra cá em busca disso.

Só pra efeito de curiosidade. Ao desembarcar no Rio de Janeiro para uma rápida visita, o pianista americano Stanley Newcomb Kenton (Stan Kenton para os amigos), esbarrou na rua com dois jovens desocupados, com um violão, um caderno e uma caneta. Para Antônio e Vinícius, Stan era um desconhecido, mas a boa e velha intimidade carioca os tornou velhos amigos em questão de minutos, tempo suficiente para irem ao barzinho Judo Azul ao lado do Cine Rian onde Antônio entoava melodias de Samba-Canção, que logo despertou o interesse e o flerte com o Cool Jazz de Stan. E, dessa mistura de Samba-Canção com Cool Jazz, nasceu o que conhecemos como Bossa-Nova.

Recentemente uma famosa cervejaria brasileira lançou uma série de latinhas fazendo referência a gêneros musicais e artísticos em geral, e uma das latinhas trás impresso: "Bossa-Nova, quando o Jazz conhece o Samba".

allexcosta escreveu:

pedrohenrique.astronauta escreveu:Nada foi ou é novo. Tudo é produto do que foi feito anteriormente e aquilo que for feito no futuro também será.

Peraí também... Esse "anteriormente" teve que começar em algum lugar né? Senão fica igual a quem veio primeiro: o ovo, a galinha, ou o galo?"

Perfeita a colocação Allex !

Também acredito muito em que nichos de velhos e seus seguidores (normalmente filhos, netos e agregados) é a forma de perpetuação de gêneros musicais antigos.
Lembro que existia algo mágico em termos musicais nos anos 70 no Brasil, que era uma banda chamada "Banda de Pau e Corda". Bebia muito nos sons escutados de seus avós com certeza. Como o canto de um ferreiro...
De tempos em tempos vai aparecer um bando de gente nova resgatando isso, pois afinal de contas os músicos dos anos 70 tiveram netos que um dia poderão trazer tona o lindos sons de seus avós...

Maurício_Expressão escreveu:
De tempos em tempos vai aparecer um bando de gente nova resgatando isso, pois afinal de contas os músicos dos anos 70 tiveram netos que um dia poderão trazer  tona o lindos sons de seus avós...

Não só pela beleza, mas esse resgate dá-se também pela riquesa harmônica e construção dessas músicas. Músicas como Desfinado, Anos Dourados, Chega de Saudade, Palpite Infeliz, Conversa de Botequim, e vários outros clássicos, são excelentes objetos de estudo, não só para brasileiros, mas são obras que se espalham pelo mundo. Todo canto que você chega tem gente que conhece João Gilberto, Vinícius, Tom, Cartola, Noel Rosa, Pixinguinha e etc. Eu mesmo vi na Autrália uma roda de Chorinho sendo executada por músicos australianos, não havia seque um músico brasileiro na roda.

Uma geração após a outra, a Bossa, O Chorinho, o Samba-Canção e a música feita com qualidade e esmero não vão ser esquecidas nunca, não se trata apenas de "nicho".

Os tempos mudam e o gosto do público também muda... Mesmo assim, nenhum gênero musical (Por mais obscuro que seja) está realmente morto enquanto existir alguma gravação dele em condições de ser tocada ou partituras que possam ser estudadas.