Motivos na Música: criação, assimilação, alteração e uso. Onde estudar?

Pessoal, boa tarde!

Gostaria de saber se alguém possui um material legal (e básico) para o estudo de motivos. Notei que ele que faz uma improvisação não ficar desconexa, mas não consigo estudar.

O que tenho feito é tentado manter um mesmo padrão ritmico - para início trabalhando com conjuntos de mínima, semínma e colcheia em 4/4 - mas não consigo desenvolver legal.

Fica repetitivo meu ritmo apesar de tentar tocar diferentes melodias com ele.

Alguma dica para o estudo mais proveitoso deste tema?

Grato!

Assunto complexo.

A questão é vocabulário. Assim como na língua falada, a linguagem da música ficará mais rica se você tiver um vocabulário maior de frases, escalas, etc...

As variações são infinitas. Pegue uma frase qualquer, simples, e troque o 1 do tempo. Coloque o 1 no 2, depois no 3 e no 4. A frase muda completamente.

Tem uns livros do Scott Henderson que são bons, porém um pouco complexos.

Outra coisa que ajuda é cantar as frases e tirar depois. Coloca a base e deixa as idéias virem, pode até gravar. Depois tenta colocar no dedo. Se idéias não estão vindo, você tá escutando pouca música.

Aprenda alguns licks de blues também. Às vezes é só uma ou duas notas, mas dá pra fazer um monte de coisa com elas.

A Arte da Improvisação, do Nelson Faria é ótimo.

Continuando, esses caras que a gente escuta, tipo Nico, Benson, Gambale, etc... tem milhares de frases NO DEDO. É importante frisar isso porque escalas não colocam frases no seu dedo, tampouco teoria musical ou coisa assim. Você coloca a frase no dedo é tocando ela milhares de vezes, primeiro sozinhas e depois com a base.

Agora, tem que ser dentro de um contexto né? Uma harmonia, etc...

Existe muito material de fraseado contra acordes. 251 é o início, são tensões e resoluções simples. Você deve estudá-los em todos os tons e as substituições possíveis dos acordes. Pode também adicionar uma passagem alterada nos licks pra resolver depois.

Alguns bons solos, licks e fraseados:

https://www.youtube.com/watch?v=6OefsJfntuo

https://www.youtube.com/watch?v=uPOgB5p6sPk

https://www.youtube.com/watch?v=7bhzT5Dtsq0

https://www.youtube.com/watch?v=rh9N0SjJJlc

Pozzoli ajuda também, e não é difícil... ao menos não as duas primeiras lições... rs

http://www.livrariacultura.com.br/p/pozzoli-guia-teorico-e-pratico-1-e-2-807728

Tem em estoque

Os motivos podem ser rítmicos ou melódicos.

Desenvolvimento de motivos ajuda e muito na improvisação e são uma boa forma de se criar coerência.

No livro Fundamentos da composição musical do Schoenberg tem umas 10 páginas sobre o assunto e acho que tenho um livro sobre composição melódica que aborda isso.
Vou espiar aqui.
me cobra

Tocar bem um instrumento é utilizar todo um conjunto de habilidades e conhecimentos. Cada coisa que você aprende, por menor que seja (o conhecimento muitas vezes vem em pílulas pequenas, acredite em mim), soma-se a outra que você já sabe, para montar um "bloco de conhecimento". Há vezes que fica difícil montar este bloco, pois faltam algumas peças (aquilo que você ainda não sabe) indispensáveis para montar o bloco. Quando a informação que faltava é aprendida, o bloco é montado e empilhado sobre os outros, aumentando, de forma geométrica, seu conhecimento.

O que eu quero dizer é: Será que você não está correndo, quando o melhor seria andar?

Não há nada de errado em querer saber como as coisas funcionam ou mesmo tentar praticá-las. Curiosidade é a necessidade do saber e isto é benéfico no estudo do instrumento e da música. Por outro lado, há a tendência em menosprezar o básico, o que é um grande erro.

Boa sorte!

joabi escreveu:
A Arte da Improvisação, do Nelson Faria é ótimo.

Já peguei esse livro pra dar uma estudada e não ajudou em nada, pode ser por leiguisse minha, mas logo no começo ele simplesmente fala "use a escala" e n explica como usá-la de maneira melodica e fica nisso...

GuilhermePastorius escreveu:Já peguei esse livro pra dar uma estudada e não ajudou em nada, pode ser por leiguisse minha, mas logo no começo ele simplesmente fala "use a escala" e n explica como usá-la de maneira melodica e fica nisso...

É que é tretado mesmo...

Arrume aquela vídeo-aula do Patitucci, vol 2. Assista algumas vezes, tente entender os conceitos. Precisa nem pegar o instrumento ou tocar o que ele tá ensinando.

Aí depois você tem que montar uma livraria de licks, um vocabulário seu. Isso é montado contra acordes. Na verdade, contra situações harmônicas. Você começa com licks II V I e vai adicionando complexidade. E aos poucos a cabeça vai abrindo e a livraria vai aumentando.

É só assim mesmo.

O CD que acompanha o livro está lotado de exemplos e das bases gravadas para treino (é tipo um Aebersold da vida, mas com foco nas harmonias da música brasileira).

O livro em si é onde ele propõe as mais variadas situações harmônicas para se treinar e não ser pego de "surpresa" quando encontrar algo semelhante. É que o assunto é complexo mesmo, e talvez fique mais fácil se tiver um professor por perto mostrando na prática os primeiros passos. Com calma e paciência dá pra avançar bem.

Galera, MIL OBRIGADOS pela ajuda que vocês deram!

Comecei pelo o que tenho em mãos: o Pozzoli ritmico.

E vi que antes de tudo preciso aprender a ser mais consistente na minha contagem, independente da figura rítmica com que eu trabalho.

Então fiz o seguinte, fechava os olhos e com o dedo sorteava um conjunto de figuras para estudar e ver no que dava.
Começava sem música executando a figura e depois executava com playback: contando a música bem alto e firme sem tocar: 1, 2, 3, 4, 1, 2, etc

Depois começava a encaixar essas figuras variando apenas na melodia.
Ou seja, estava querendo dar vários passos para frente com pernas muito curtas.

No momento vou investir meu estudo em ter uma contagem bem mais sólida para só depois ir para o livro do Nelson, que parece ser casca grossa.
Pensando melhor, talvez eu melhorando a contagem do tempo já dê para parear com o livro dele, de forma gradual, pois o Pozzoli não me dá melodias - e estou ficando um pouco estancado nos mesmos padroezinhos - para estudo, né.

Valeu, gente!

Parece que você está focando só na ritmica e esquecendo a harmonia e melodia.

Faça um esforço com o Inglês e assista esse vídeo umas 20 vezes:

O problema é que quem estuda improvisação muitas vezes quer uma fórmula mágica que com ela resolva todas as situações e isso não existe.
Existe praticar e continuar praticando.
Depois sentar e praticar mais um pouco e explorar sempre situações e abordagens variadas. Só isso.

Como o Alex disse, é preciso primeiro formar um dicionário de frases, licks e por aí vai.
Mais do que praticar, é preciso ouvir o que já existe, aprender a fazer isto e entender como se faz, inclusive a correlação daquela frase com a melodia e harmonia.

Crie bagagem para novas viagens.

Allex, muito legal essa vídeo aula, lá pelos 15 mins ele aborda o tema e agora entendo o porquê diz sobre harmonia e melodia. Irei assisti-lo mais vezes, com certeza.

Zadá, na verdade, acho que estou tentando sistematizar um pouco a música, ter uma noção mais palpável dela através desse estudo que resolvi fazer, ao menos na parte rítmica e posteriormente treinarei a melódica para futuramente uni-las, né.
Acho que por ora estou tentando criar essa unidade, mais sólida em meu pensamento...

Então, Cardozo, meu dicionário de licks limita-se ao rock (joguei na penta todas minhas frustações de não 'ter que acompanhar a harmonia'), porém, ao improvisar, mesmo usando esses licks, sentia falta de algo mais coeso/conexo ritmicamente. Sem respiro, sem pausa, por isso resolvi dar o ênfase na parte rítmica.

Valeu, galera!

Daqui a pouco vocês tão me mandando estudar bateria hahaha

Abços

Você usa palheta ou os dedos?

AndréBurger escreveu:(joguei na penta todas minhas frustações de não 'ter que acompanhar a harmonia')

A penta não é uma escala pobre em si.

A maneira como as pessoas a aplicam é que muitas vezes é. Você pode variar as acentuações, os padrões, assumir diferentes tempos fortes ou usar a penta de outro acorde. Se o acorde é Am, você pode mandar uma penta de Em, faz aí e vê como fica. Uma mudança simples dessa já dá uma rebuscada sonora boa.

E pensar menos em escalas, né? Mais em frases... Improvisar em escalas é como falar o alfabeto ou sílabas aleatórias. Só juntando palavras em frases e orações que você se comunica.

Aí você tem que ver o vídeo do Patitucci várias vezes, até entender bem o que ele tá falando. Depois faz o que ele diz. Arruma um jeito de tocar os acordes e mandar as frases contra os acordes. Pode usar band in a box ou algo assim. Se você quer ter um fraseado único, vai criando da sua cabeça. Se não se incomoda em mandar uns licks populares, arruma um livro de licks. Mas sempre tocando contra acordes... A cabeça então vai abrindo. Só me parece que você não tem muitas idéias musicais e ninguém improvisa sem elas. Ouvir, ouvir, ouvir...

Fernando Zadá escreveu:O problema é que quem estuda improvisação muitas vezes quer uma fórmula mágica que com ela resolva todas as situações e isso não existe...

viu, pessoal q quer fazer aquele curso do improvisação do ricardinho paraíso?!

cardozo, desculpe, nã tinha visto sua pergunta.

me sinto mais a vontade com palheta.

pois é, estou querendo sair do que achei que resolvia 80% das situações e ir para algo mais ajustado à música.

Hoje assisti pela segunda vez a aula do Patitucci. Aos poucos as coisas vão acontecendo.

AndréBurger escreveu:Hoje assisti pela segunda vez a aula do Patitucci. Aos poucos as coisas vão acontecendo.

Veja mais umas vinte e tudo será esclarecido.

Galera, fiquei um tempao só treinando arpejos de dentro do campo harmonico maior. Parece que tenho um domínio sobre eles (leia-se: consigo cantá-los e passar para os dedos com pouca desafinação).
Sinto que agora eu consigo por vezes associar uma nota do acorde sobre o qual estou e mais "alguma outra"

O negócio dessa alguma outra é que é bem aleatória. Para mim soa uma melodia legal, mas nesta não tenho controle.

Tipo, supondo que estou sobre Cmaj7 faõ uma frase com G, B, C (estas mais conscientes) e (cantei agora para achar um exemplo) e saiu também D.

Ou seja, usei fundamental, quinta e sétima e de bônus veio uma segunda maior.

O negócio são as notas bônus. Quando tento fazer melodias mais longas facilmente me perco no perceber qual nota quero a mais. Como por exemplo esta segunda maior. Tive facilidade em digitar a G, B e C. Eu não fazia ideia de que a nota a mais que eu cantei era a D.

Alguma dica para racionalizar isso?

Revendo o tópico...
faz tempo que não vejo o vídeo do Patitucci, deixei numa aba para vê-lo assim que estiver com a cabeça mais sussa...

Curto bastante esse vídeo do Scott Devine. É bem basicão, mas é um método a mais para tentar visualizar essa nota "bônus".



Outro ponto interessante, que já foi um vício meu e acredito que de vários, é ficar muito preso na nota do primeiro grau do acorde, além de atrelar muito ela à primeira divisão do compasso:

Vinicius, brigado pelo material.
Pra te falar a verdade, o primeiro vídeo é o que estou tentando evitar, ao menos o que ele explica em grande parte do vídeo: a 'evolução do shape'. Ao invés disso to fazendo como ele diz no final, saber os intervalos sobre cada acorde e começando pela maior, mesmo. Vendo os vídeos descobri que sequer sabia o som dela direito.
Então aproveito para estudar C.H. com essa backing track
https://www.youtube.com/watch?v=QPAUpdvM9Ec
8 compassos para cada acorde, dá pra pensar bastante e tal.
Outro BT disponível nesse canal do youtube é um com apenas o C7M. Ele também é legal para ver como soa as notas em relação a fundamental.

Achei-os faz alguns dias e senti que consegui prosseguir desse jeito em relação às notas 'alguma outra'.
Também baixei um app de piano/baixo/guitarra no cel para solfejar os intervalos durante tempos livres.
Tem ajudado bastante...

Outra coisa que percebi é que fiquei um tempão sem saber isso direito e tirando música na porrada...

Parei por um tempo de tirar música e to 'dissecando' as que conheço com esse conhecimento.

Que vergonha do passado!
rs

Ótimo tópico pra se acompanhar! Lembrando que o Nelson Faria agora tem ótimos videos no Youtube falando sobre o tema também. Chama-se "fica a dica"

André o que é CH ?Qual app voce esta utilizando ?

Leandro, sigo o Nelson Faria faz tempo, grande dica!!
Aquele canal fica a dica dele é sensacional
Fica um vídeo dele
https://www.youtube.com/watch?v=6nwS-LZHcRg
Nos relacionados deve aparecer algo sobre o Fica a Dica Premium, que é dele e pode experimentar por 15 dias. Quando eu estiver com tempo mais livre quero ver se me inscrevo nesse curso.

Oi Silviao CH é campo harmônico
Meu cel opera windows 8.1, mas deve ter aplicativos similares para android e similares.
Uso o guitar toolkit
https://www.microsoft.com/en-us/store/p/guitar-toolkit/9nblggh08jq7
Ele mostra as notas no braço do instrumento, faz loops de backing track, mas o que mais uso nele é a opção dele tocar um intervalo e depois falar qual foi que ele tocou: 3m ou M, 5j, 7m e M. Ajuda muito na hora de ter maior controle do braço. Ele também pode fazer isso com todos os intervalos, mas eu me perco facilmente.

Uso também o Rhytm Trainer Free: ele toca algumas figuras e você tem que reconstruir o que ele tocou. É legal pois você que adiciona as figuras que podem ser tocadas.

Partitura Trainer é um programa pra adivinhar a nota na pauta e funciona num esquema contra o relógio

De campo harmônico não achei nada, mas comecei a gravar algumas coisas direto da guitarra para ouvir e ir me habituando com os clichês...

O legal é que você aprimora fora de casa e dá um belo empurrão para quando você tem um tempo com o instrumento...

Se você usa Windows Phone procure um desses e depois procure os aplicativos relacionados, pode ser que apareça algo a mais.

Valeu .

Não conhecia esse tópico. Obrigado por darem "up"!

Pessoal que tem Android:
Tive problemas com meu velho windows phone (celular de 3 anos e eu chamando de velho, enquanto meu pai usa um há 10 anos rs) e optei por ir para o Android.

Tem diversos apps de treino, estou usando bastante esse aqui
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.evilduck.musiciankit&hl=pt

Treino de partitura, braço do instrumento, altura de nota, escala, solfejar. Muito bom para quem não está com tempo de fazer aula.

Fenomenal, ainda tem o pacote completo por menos de 10 reais. Pretendo comprar quando eu terminar a área free.