Trio Elétrico Baiano

carimbass escreveu:De maneira geral quem projeta as caixas, dimensiona os amps, cuida de tudo?

Existem vários projetos clássicos feitos por experts como Carlos Correia, grande autoridade no assunto e tantos outros. Alguns donos de trio e blocos encomendam o projeto com quem tem muita experiência, como o pessoal do Tapajós, que monta trio pra muita gente, outros fazem seus próprios projetos. Como é uma tecnologia que existe há mais de 60 anos, na Bahia existe muita gente com know-how de trio-elétrico.

carimbass escreveu:Em termos de potência, qual a potência media deles?

Entre 50.000 e 120.000W. Alguns blocos usam outro caminhão que reproduz o som do trio elétrico com cálculo de delay por computador e sinal wireless e mais uns 60.000W, portanto um bloco só pode ter quase 200.000W de som na avenida.

carimbass escreveu:Tem algum macete pra todo aquele SPL? Tem fotos de alguma coisa? Rsrsr Fiquei Curioso...

O macete é muita potência, salas de amp refrigeradas, geradores separados para luz e som, cada um com capacidade para iluminar uma cidade de 100.000 habitantes, a confecção precisa das caixas e uma quantidade absurda de falantes de grave, que dão muito SPL e aquele soco no peito característico da música Baiana. Os equipamentos são de alta qualidade, muita coisa da Clair, da Klark Teknik, Studio R e marcas top mundiais. Não tenho fotos.

http://g1.globo.com/Carnaval2009/0,,MUL993339-16634,00.html

https://www.contrabaixobr.com/t6550-leigo-com-duvidas-sobre-pa-para-shows-pequenos-ate-1000-pessoas#143864

Toquei muito em trios similares ao Rebentão do Boss.

Passei um ano no Mato Grosso do Sul com o trio-elétrico Leãozão do político baiano João Leão. Foi o primeiro trio a visitar aquele estado. Quem cantava com a gente na época era a hoje famosa Gilmelândia.

Naquela época os trios montados em carretas com elevadores e camarins amplos eram relativamente raros e geralmente se usava só um gerador. Dos anos 90 pra cá a coisa evoluiu muito.

Cheguei a ver meu irmão tocando em um daqueles menores, com falantes corneta. Na época os músicos de corda tocavam em cima do caminhão, o baixo era feito em guitarras normais e harmonias e solos feitos em guitarras baianas, que são bandolins elétricos. Dezenas de ritmistas ficavam no meio do caminhão em um vão e não eram amplificados. Foi a fase em que Dodô e Osmar mandavam no carnaval da Bahia.

Encontrei um vídeo interessante de 1980:

^ Já me intrometendo, deve ter sido o repórter a 1km de distância berrando feito um doido e o som do trio distorcendo o microfone.