O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
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Ivanov_br
vinibassplayer
allexcosta
williamrds_
8 participantes
O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Fala pessoal, tudo certo com vocês? sempre acompanhei o forum porém essa é a minha primeira postagem.
Estou adentrando o mundo da teoria musical agora, estudando por conta própria porque o dinheiro tá bem curto hehehe..
Tava fazendo uma análise de campo harmônico da música Como tudo deve ser e eu percebi que o primeiro acorde que seria um Lá na verdade é o quarto grau. Aí me surgiu a dúvida:
o tom da música sempre tem que ser o I grau? se não, pra saber só sentando e tocando a escala pra confirmar? pois procurei em alguns sites e todos dizem que o tom é A, porém se o tom necessariamente for o primeiro grau da harmonia sempre o correto seria Mi.
Estou adentrando o mundo da teoria musical agora, estudando por conta própria porque o dinheiro tá bem curto hehehe..
Tava fazendo uma análise de campo harmônico da música Como tudo deve ser e eu percebi que o primeiro acorde que seria um Lá na verdade é o quarto grau. Aí me surgiu a dúvida:
o tom da música sempre tem que ser o I grau? se não, pra saber só sentando e tocando a escala pra confirmar? pois procurei em alguns sites e todos dizem que o tom é A, porém se o tom necessariamente for o primeiro grau da harmonia sempre o correto seria Mi.
williamrds_- Membro
- Mensagens : 4
Localização : Curitiba/PR
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Bem-vindo.
O primeiro acorde tocado numa música ou o primeiro tocado numa melodia baseada em escalas não precisam ser os primeiros graus ou fundamentais da escala ou do campo harmônico.
Tom e tonalidade de um trecho musical é aquele acorde one a música "descansa", onde ela se "resolve", onde o trecho musical "chega em casa".
Essa sensação com frequência é provocada por tensões e resoluções já repetidas naquilo que chamamos de "música ocidental" e que reconhecemos com alguma facilidade, mas há situações em que não há uma resolução padrão e é um pouco mais difícil, ou mesmo impossível se definir o tom de um trecho musical.
Essas tensões e resoluções que nossos ouvidos colonizados por cultura ocidental aprenderam a distinguir muitas vezes obedecem regras conhecidas como campo harmônico, mas frequentemente existem trechos com modulações sutis onde o compositor pode optar por ir para outro caminho ou mesmo voltar para o ambiente harmônico anterior.
Há também trechos sem solução razoável que não obedecem regras de campo harmônico e que o autor define uma tonalidade simplesmente para não deixá-lo sem esse atributo.
Não é de modo algum um assunto simples, mas tampouco é algo que você deva quebrar muito a cabeça ou mesmo ter dificuldade uma vez que entenda campo harmônico e tensão/resolução.
O primeiro acorde tocado numa música ou o primeiro tocado numa melodia baseada em escalas não precisam ser os primeiros graus ou fundamentais da escala ou do campo harmônico.
Tom e tonalidade de um trecho musical é aquele acorde one a música "descansa", onde ela se "resolve", onde o trecho musical "chega em casa".
Essa sensação com frequência é provocada por tensões e resoluções já repetidas naquilo que chamamos de "música ocidental" e que reconhecemos com alguma facilidade, mas há situações em que não há uma resolução padrão e é um pouco mais difícil, ou mesmo impossível se definir o tom de um trecho musical.
Essas tensões e resoluções que nossos ouvidos colonizados por cultura ocidental aprenderam a distinguir muitas vezes obedecem regras conhecidas como campo harmônico, mas frequentemente existem trechos com modulações sutis onde o compositor pode optar por ir para outro caminho ou mesmo voltar para o ambiente harmônico anterior.
Há também trechos sem solução razoável que não obedecem regras de campo harmônico e que o autor define uma tonalidade simplesmente para não deixá-lo sem esse atributo.
Não é de modo algum um assunto simples, mas tampouco é algo que você deva quebrar muito a cabeça ou mesmo ter dificuldade uma vez que entenda campo harmônico e tensão/resolução.
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A essa altura do campeonato não é mais questão de opinião, mas sim, de caráter...
Rico
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 52328
Localização : Terra
williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
nao necessariamente.. em musicas com harmonias muito simples, ou que usam apenas os acordes com campo harmonico, normalmente considera-se o I grau. mas a grande maioria dos musicos 'comuns' falam q o tom da musica é a primiera nota dela.
mas existem inumeras musicas com emprestimo modal, e outras variacoes, que, como disse o allex, impossibilitam de dizer realmente qual o tom.
normalmente, quando a gnt fala q o tom é a primeira nota da musica, é qdo chega alguem pra tocar junto e q nunca tocou a musica, pra nao ficar tao perdido na gig
mas existem inumeras musicas com emprestimo modal, e outras variacoes, que, como disse o allex, impossibilitam de dizer realmente qual o tom.
normalmente, quando a gnt fala q o tom é a primeira nota da musica, é qdo chega alguem pra tocar junto e q nunca tocou a musica, pra nao ficar tao perdido na gig
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Ser baixista é isso... nota certa, no lugar e na hora certa. Firulas são como no futebol, só são válidas se for em direção ao gol ( a serviço da música). Amagomes(membro)
vinibassplayer- Membro
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williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
O primeiro grau é quem dá a tonalidade. A partir dele, são construídos os intervalos. É uma nota de referência para, na harmonia modal e tonal. Aprender a essência do campo harmônico ajuda muito na hora de tirar musicas e já antever que acordes serão maiores, menores. Com a evolução do estudo, facilita o entendimento de progressões tipicamente usadas, com o II-V- I. Acho que vou até fazer um video sobre isso.
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williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Há um lance dubio nessa pergunta:
se a música for modal o I não vai ser o 1 do campo harmônico maior que é o de onde partimos geralmente.
Exemplo
Get Lucky
Bm D F#m E
Se analisar a partir de A: IIm IV VIm V
mas na verdade a música esta em Bm dórico
Im bIII Vm IV
Harmonia é um assunto para estudar a vida inteira.
E sim tem música e muitas na verdade que começam de outro grau que o primeiro e inclusive outras que terminam não no I! Rsss
se a música for modal o I não vai ser o 1 do campo harmônico maior que é o de onde partimos geralmente.
Exemplo
Get Lucky
Bm D F#m E
Se analisar a partir de A: IIm IV VIm V
mas na verdade a música esta em Bm dórico
Im bIII Vm IV
Harmonia é um assunto para estudar a vida inteira.
E sim tem música e muitas na verdade que começam de outro grau que o primeiro e inclusive outras que terminam não no I! Rsss
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Fernando Zadá- Moderador
- Mensagens : 14098
dibass e williamrds_ gostam desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
^ Zadá foi um pouco além e saiu do senso comum. Que louco isso, né. Um monte de música com progressão bobinha na verdade é modal e não tonal.
E Sweet Child o' Mine, que tom está? Essa é polêmica, hehe. Bom, o tom é G, pois as relações de dominante, subdominante e fundamental dizem que o tom dessa música é G e ponto final. Mas na prática a música não funciona em G. A melodia não foi feita pensando em G, mas em D.
Ora bolas, se ela tá em G, então pode-se improvisar uma melodia nessa música usando a escala de G maior natural que vai ficar tudo lindo... só que não! Vc vai ver que não vai dar certo. Vai soar Mixolíio! Hehe
A progressao dela (os versos e refrões, tudo o que vem antes do solo, pq depois é tudo G sem sombra de dúvidas) repousa em D. A melodia da música foi pensada em D. Se vc fizer um G em cima desse repouso D fica agoniante, o negócio fica suspenso, não resolve. Então como que o tom pode ser G? E apesar disso pelas regras o tom dessa musica é G.
O Adam Neely tem um vídeo sobre isso. Mas é falando da música Sweet Home Alabama, do Slynyrd Skinnyrd (é o mesmo caso da Sweet Child o' mine). Na verdade nunca assisti inteiro, inclusive vou fazê-lo logo menos.
E Sweet Child o' Mine, que tom está? Essa é polêmica, hehe. Bom, o tom é G, pois as relações de dominante, subdominante e fundamental dizem que o tom dessa música é G e ponto final. Mas na prática a música não funciona em G. A melodia não foi feita pensando em G, mas em D.
Ora bolas, se ela tá em G, então pode-se improvisar uma melodia nessa música usando a escala de G maior natural que vai ficar tudo lindo... só que não! Vc vai ver que não vai dar certo. Vai soar Mixolíio! Hehe
A progressao dela (os versos e refrões, tudo o que vem antes do solo, pq depois é tudo G sem sombra de dúvidas) repousa em D. A melodia da música foi pensada em D. Se vc fizer um G em cima desse repouso D fica agoniante, o negócio fica suspenso, não resolve. Então como que o tom pode ser G? E apesar disso pelas regras o tom dessa musica é G.
O Adam Neely tem um vídeo sobre isso. Mas é falando da música Sweet Home Alabama, do Slynyrd Skinnyrd (é o mesmo caso da Sweet Child o' mine). Na verdade nunca assisti inteiro, inclusive vou fazê-lo logo menos.
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 2602
Localização : São Paulo
williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Ah eu vi esse video acho que tem um da Hey Joe também...
É na real tem algumas formas de analisar eu misturo tudo.
Mas pop rock tem muita coisa que mistura tonalidades e acaba tendo um centro tonal mas de forma bem disfarçada.
E tem os acordes de empréstimo modal que confundem bem e as vezes parece que a música modulou...
Em música popular bem feita é comum não ficarmos presos no tradicional e simples campo harmônico maior ou menor.
Temos N formas de embelezar e trazer acordes para melhorar ou modificar um centro tonal mais simples.
É na real tem algumas formas de analisar eu misturo tudo.
Mas pop rock tem muita coisa que mistura tonalidades e acaba tendo um centro tonal mas de forma bem disfarçada.
E tem os acordes de empréstimo modal que confundem bem e as vezes parece que a música modulou...
Em música popular bem feita é comum não ficarmos presos no tradicional e simples campo harmônico maior ou menor.
Temos N formas de embelezar e trazer acordes para melhorar ou modificar um centro tonal mais simples.
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Fernando Zadá- Moderador
- Mensagens : 14098
williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Jãozeiro escreveu:^ Zadá foi um pouco além e saiu do senso comum. Que louco isso, né. Um monte de música com progressão bobinha na verdade é modal e não tonal.
E Sweet Child o' Mine, que tom está? Essa é polêmica, hehe. Bom, o tom é G, pois as relações de dominante, subdominante e fundamental dizem que o tom dessa música é G e ponto final. Mas na prática a música não funciona em G. A melodia não foi feita pensando em G, mas em D.
Ora bolas, se ela tá em G, então pode-se improvisar uma melodia nessa música usando a escala de G maior natural que vai ficar tudo lindo... só que não! Vc vai ver que não vai dar certo. Vai soar Mixolíio! Hehe
A progressao dela (os versos e refrões, tudo o que vem antes do solo, pq depois é tudo G sem sombra de dúvidas) repousa em D. A melodia da música foi pensada em D. Se vc fizer um G em cima desse repouso D fica agoniante, o negócio fica suspenso, não resolve. Então como que o tom pode ser G? E apesar disso pelas regras o tom dessa musica é G.
O Adam Neely tem um vídeo sobre isso. Mas é falando da música Sweet Home Alabama, do Slynyrd Skinnyrd (é o mesmo caso da Sweet Child o' mine). Na verdade nunca assisti inteiro, inclusive vou fazê-lo logo menos.
Então o C pode ser empréstimo de Dm..
Tem muitas formas de enxergar mas essa é uma das mais simplistas de explicar. Muita música pop tem bVii no campo harmônico maior.
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Fernando Zadá- Moderador
- Mensagens : 14098
williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Obrigado pelas respostas pessoal, realmente é um assunto muito extenso né, quanto mais a gente estuda mais tem pra aprender hahaha. Eu sei que é importante ter um professor pra nos orientar mas infelizmente a minha situação financeira atual não permite, então eu tô tentando organizar os assuntos que vou estudar em ordem, pegar intervalos, ciclo das quintas e quartas, empréstimos modais, modos gregos, porém eu fico perdido na hora de saber o que vai complementar melhor cada assunto e facilitar na hora de colocar em prática no braço do instrumento o aprendizado. Mas esse é o preço que se paga (ou melhor, não se paga) por não conseguir um professor hahahaha.
Então no caso dessa música que falei (como tudo deve ser do charlie brown jr.) o tom da música realmente seria E7M ao invés de Lá como dizem os sites de cifra, pois seria o primeiro grau do campo harmônico... correto?
Ivanov_br escreveu:O primeiro grau é quem dá a tonalidade. A partir dele, são construídos os intervalos. É uma nota de referência para, na harmonia modal e tonal. Aprender a essência do campo harmônico ajuda muito na hora de tirar musicas e já antever que acordes serão maiores, menores. Com a evolução do estudo, facilita o entendimento de progressões tipicamente usadas, com o II-V- I. Acho que vou até fazer um video sobre isso.
Então no caso dessa música que falei (como tudo deve ser do charlie brown jr.) o tom da música realmente seria E7M ao invés de Lá como dizem os sites de cifra, pois seria o primeiro grau do campo harmônico... correto?
williamrds_- Membro
- Mensagens : 4
Localização : Curitiba/PR
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Fernando Zadá escreveu:...Harmonia é um assunto para estudar a vida inteira...
Zadá (e galera), por que harmonia é um assunto tão complexo?
williamrds_ escreveu:Obrigado pelas respostas pessoal, realmente é um assunto muito extenso né, quanto mais a gente estuda mais tem pra aprender hahaha. Eu sei que é importante ter um professor pra nos orientar mas infelizmente a minha situação financeira atual não permite, então eu tô tentando organizar os assuntos que vou estudar em ordem, pegar intervalos, ciclo das quintas e quartas, empréstimos modais, modos gregos, porém eu fico perdido na hora de saber o que vai complementar melhor cada assunto e facilitar na hora de colocar em prática no braço do instrumento o aprendizado. Mas esse é o preço que se paga (ou melhor, não se paga) por não conseguir um professor hahahaha...
Bem-vindo, William.
Peça para o pessoal te passar um "roteiro" de estudo sobre este assunto.
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fheliojr- Membro
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Localização : Fortaleza-CE
williamrds_ gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
vinibassplayer escreveu:mas a grande maioria dos musicos 'comuns' falam q o tom da musica é a primiera nota dela.
Desculpe ser meio taxativo, mas isso não é verdade.
A não ser que por "músicos comuns" você queira dizer a banda toda com uma semana de experiência.
Nem na primeira banda que toquei na vida a gente dizia que o tom era a primeira nota. Tampouco jamais vi alguém dizer isso, só ouvi falar... E já se vão 34 anos...
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Rico
allexcosta- Administrador
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Localização : Terra
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
fheliojr escreveu:Fernando Zadá escreveu:...Harmonia é um assunto para estudar a vida inteira...
Zadá (e galera), por que harmonia é um assunto tão complexo?
Por que permeia tudo que se faz na música.
Harmonia como um conceito mais amplo tem a ver com resolver tensões e movimentos. Repouso é estático e a partir do momento que as coisas, no caso notas e vozes, se movimentam a harmonia acontece através dos movimentos de tensão e resolução de formas muito variadas.
Existem muitos níveis de harmonia o ideal seria ir com calma dominando por etapas mas tem que ir desenvolvendo o ouvido junto para não virarem regras abstratas e sem sentido sonoro.
É trabalho para se degustar devagar.
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Fernando Zadá- Moderador
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fheliojr gosta desta mensagem
Re: O tom de uma música deve ser necessariamente o I grau?
Tópico espetacular. Aprendi muita coisa em poucas postagens.
pedrohenrique.astronauta- Membro
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