Temos que tirar o chapéu para os Japoneses

Autoestrada de Kanto, no dia 17, no lado esquerdo. A mesma estrada ontem. De cenário de filme apocalíptico pós-tsunami para um tapete melhor do que 70% das estradas que eu conheço. Em seis dias, os japoneses praticamente recriaram a estrada que fica em Naka, na região de Ibaraki. E no sétimo dia… eles trabalharam mais.
A situação mostra a capacidade de superação impressionante de nossos amigos nipônicos: os efeitos do terremoto seguido de tsunami ainda estão sendo contabilizados — dezenas de milhares de mortos, radiação atingindo a água, receio de novos tremores — e os trabalhadores não pararam um segundo para cogitar entrar em pânico. A estrada já foi entregue aos moradores que querem deixar a cidade. Nesse ritmo, o Japão estará completamente recuperado — fisicamente falando — em pouquíssimo tempo.

Na verdade, é lado esquerdo dia 11, lado direito dia 17...

http://g1.globo.com/tsunami-no-pacifico/noticia/2011/03/japao-reconstroi-rodovia-destruida-por-terremoto-em-apenas-seis-dias.html

EDITORIAL
No Japão, o povo tido como o mais organizado do planeta, vê seu país agonizando em meio a destroços. A terra do sol nascente tenta se reerguer mesmo com uma economia devastada e com uma região tomada pela radiação.

Depoimentos de brasileiros que estiveram no país durante e depois do terremoto seguido de tsunami que atingiu o país na semana passada, relatam a organização do povo japonês mesmo em meio ao caos.

Saques, desorganização, nada disso foi registrado no Japão. Nos pontos de ônibus, mesmo com o transporte público prejudicado, existem filas, as pessoas embarcam com organização e segurança. O povo japonês tem a cultura da organização e o reflexo disso são autoridades que mesmo com a economia prejudicada estão trabalhando corretamente mostrando a certeza de que em pouco tempo o país estará recuperado.

Em contra partida, no paraíso da grande São Paulo, em um lugar que os desastres naturais não aconteceram, o retrato de Santa Isabel é diferente. A relação entre Estado e município nem sempre é das melhores e isso traz prejuízos a quem mora na cidade.

A administração pública parece não funcionar com a mesma segurança que existe do outro lado do mundo e a população quase não acredita mais que o cenário possa mudar.

As coisas não vêm funcionando direito na cidade. São imóveis construídos em lugares que não deveriam, lixo jogado nas ruas e o Esporte e a Cultura que são pouco valorizados na cidade. O transporte público está deixando a desejar, mas a saúde é uma das principais reclamações da população que já não sabe mais como chamar a atenção das autoridades.

Na semana passada alguém que não aprova a construção da AME (Ambulatório Médico de Especialidades), pichou o prédio que abrigará – quem sabe - o novo ambulatório. Conclusão: prejuízo para o município.

O reflexo da insegurança do povo isabelense com o poder atual é refletido em tais atitudes que acabam se tornando ainda mais prejudiciais para o desenvolvimento da cidade. A evolução de um local começa pela conscientização de seus habitantes, mas ainda sim é de responsabilidade do poder público manter a credibilidade perante ao povo e, consequentemente, receber em troca disso um povo seguro e confiante naqueles que o representam.

O Japão, mais uma vez está servindo de exemplo ao mundo apresentando um governo correto e um povo que acredita no governo do país. Estamos acompanhando por meio de noticiários um povo que acredita em seu país, mesmo quando uma onda gigante tenta destruir essa confiança.

 

Já li e ouvi várias vezes essa frase: "O Japão vai se recuperar do terremoto e do tsunami antes do Brasil terminar todos os estádios para a copa"

E é a mais pura verdade!