Uma dúvida sobre a relação entre a idade e o preço dos instrumentos

Eu queria entender amigos, qual a lógica que existe por trás do fato de que aqui no Brasil, quanto mais velho um instrumento, mais caro ele fica. Quem foi que inventou esse negócio que um baixo de 1998 é "vintage"?

Existem, claro, "safras" excelentes de instrumentos que devido a determinado contextos, produziram instrumentos magníficos. Períodos em que uma determinada fábrica, ou um determinado material foram usados. Existem também aqueles instrumentos que possuem um altissimo valor de coleção, dadas determinadas características que o tornam único.

Mas o povo, a meu ver, viaja na maionese nervosamente. Tipo querer vender um fender precision 1996 como se fosse "raridade" e cobrar os olhos da cara por isso. Não é raridade coisa nenhuma, é só um instrumento usado e que corre o risco de ser inclusive pior que os atuais.

Eu tô vendo nego comprando baixo usado na guitar center a "preço de sebo" e vendendo aqui no brasil como se fosse o irmão gemeo perdido do "bass of doom". Pior, tão conseguindo vender. Eu não entendo essa insanidade...

Eu to ficando doido, ou mais alguem vê isso também?

com 20 anos da pra considerar vintage


posso estar falando a maior besteira agora, mas eu vejo esse lance de instrumento velho ficar mais caro, porque a madeira ja esta "assentada" e o instrumento é o que ele é, nao vai mais "mudar"...
seria o "preço de um instrumento testado e estável".

com 20 anos da pra considerar vintage
Não. É apenas um instrumento de 20 anos...
Eu to ficando doido, ou mais alguem vê isso também?
Não também...
Tem muito pilantra por aí... E tem muito otário também...
Nada mais...

O fato é que existe um misticismo nisso tudo... A galera acha que seu Fender AM Std estará valendo o dobro daqui a 20 anos só por causa da idade... Pra mim instrumento vintage é a combinação de vários fatores, como: Quantidade de exemplares (mais raro = maior valor) e ano de fabricação < 1970...

Existe o instrumento "Vintage" e o instrumento velho .

Existem também os pedaços de pau velho que o pessoal cobra o olho da cara .

"Batendo palma para o maluco dançar"

Deixa pra lá...

Pelo que li o termo vintage está associado a uma relativa antiguidade e ao fato do objeto ser colecionável.

Não adianta, tão somente, ser velho e não ter características especiais.

Madeiras, no caso de contrabaixos, séries limitadas, materiais específicos utilizados e rarida relativa tornam o instrumento, realmente, vintage ou seja colecionável, antigo e com qualidades específicas e admiráveis.

Realmente, allex são muitos fatores pra dizer que um instrumento é vintage.

Tenho um baixo de 21anos de uma série standard, e não o considero vintage. É um instrumento padrão da marca e não tem nada demais além de boa sonoridade e um nome famoso no headstock.

Interessante esse tópico, vou dar meu ponto de vista com relação ao mundo dos acústicos baseado em conversas que tive com alguns Luthiers do ramo.

Um acústico quanto mais velho e usado, melhor ele vai ficando ao longo do tempo. Mas isso tem ligação direta com o tempo de maturação da madeira, que segundo Luthiers especializados dizem que é um processo que pode levar até 150 anos.

O fato é que ao longo do tempo o som do acústico vai mudando de forma perceptível, cada vez mais aberto e encorpado, muito diferente daquele som horroroso de quando acabou de ser construído. Meu acústico vai fazer 5 anos de construído, e percebo essas mudanças frequentes. Tenho a impressão de que essa relação maturação/timbre é mais fácil de perceber num baixo acústico do que num baixo elétrico.

Um baixo acústico maciço, bem construído, com uma boa seleção de madeiras, a cada ano que passa vai valer mais do que quando foi construído.

^ Sim Claudião, sua opinião é certa.
Esse processo é MUITO menos evidente num baixo elétrico.
Não sou conhecedor do universo dos acústicos, mas, um instrumento construído por um luthier famoso/talentoso do século XIX, e dadas certas condições, vale mais que um produzido no século XX (mesmo por um outro luthier igualmente famoso/talentoso). No "gigante", "antiguidade é posto" (antigo adágio da Marinha!).

Vai variar muito isso né.

Se o instrumento não é mais fabricado, se existe uma procura maior por ele. Se serve pra colecionador, etc.

Eu tenho um Fender Roscoe Beck V, não é mais fabricado. Pode ser considerado um baixo raro. Tenho também um Fender Jazz Bass 50th Anniversary (aquele vermelho bonito), este daqui alguns anos pode ser valorizado, pois é uma série comemorativa de 500 exemplares.

Mas eu também implico com esta mania pelos "vintêiges". Aliás, eu sou um cara vintage, nasci em 1969.

Eu achei muito esclarecedoras as respostas!

Também concordo que em um instrumento de madeira sólida com captação eletromagnética, a influência do envelhecimento da madeira é muito menor que em um instrumento acústico de captação eletromecânica.

No caso dos baixos elétricos, se desconsiderarmos os instrumentos de valor de coleção e considerarmos apenas os aspectos "práticos", tais como tocabilidade e som, acho que a quantidade de gente que compra gato por lebre por aí é absurda.

Na minha modesta opinião, os fenders que existem hoje são bem melhores que os fenders de 10-15 anos atras, não sei exatamente porque, mas todos os fenders que eu vi de 2009 pra cima, são bem melhores que os mais antigos até o fim dos anos 80.

Eu tive um Fender Precision 76 que era uma verdadeira porcaria .

Original , coisas bem envelhecidas , do jeito que o pessoal gosta . Mas a tocabilidade era ruim , pesado pacas e o som ruim . Pessoal chamava de Vintage esse baixo , bom para mim que consegui um dim dim revendendo para outra pessoa que jura que tem mais som que qualquer outro . Lembro do termo que escutei várias vezes , "Som amadeirado" ou "Escuta o som da madeira" . Som de madeira ??? heheheh

Tive um 78 que eu adorava aquele baixo , já tinha sido futucado , ponte badass , captadores seymour duncan ( com 3 bandas de eq no próprio captador ) , P&J . Era uma pancada o som dele , confortável tocar , mas a escala eu conseguia ver que já estava pedindo socorro por já ter passado com certeza por algumas retíficas ao longo dos anos . Era pesadão também , mas tinha um som que era um soco e cordas baixinhas . Mas futucado  ,não tem o mesmo valor right ?

Conclusão  : Não é por ser velho que "EU" considere Vintage que nem um monte de porcarias da Gianocas RK que o pessoal quer tirar o rim do cara ao pedir um preço naquilo ... Claro , cada um pede o que quiser sempre tem um louco que sai de casa e procura por algo ...

que nem um monte de porcarias da Gianocas RK que o pessoal quer tirar o rim do cara ao pedir um preço naquilo
Concordo integralmente...
É aquilo que eu disse acima: Tem pilantra pra pedir, e otário pra pagar....

Acrescentando, que alguns dos baixos mais caros e colecionáveis que já tive notícia, nunca foram tocadso ou não o são há decadas...

Vintage para uns colecionadores é qualquer produto fabricado antes de 1980 e já para outros são produtos com 30 anos ou mais. Em todos os casos é relacionado a idade do produto ... O termo vintage para colecionadores não está associado a raridade e/ou se o item tem qualidade melhor.

Para um produto se tornar raro existem outros fatores como: Quantidade de itens iguais fabricados e/ou exemplares existentes independente da época, a idade simplesmente não conta.

A qualidade também não tem relação com a idade do produto, mas tem quem diga: "Panela velha é que faz comida boa" rsrsrs

Na numismática (ciência que estuda moedas e medalhas) o valor de uma peça é calculado pelo grau de escassez, material fabricado e estado de conservação. Eu por exemplo tenho um moeda romana de quase 2 mil anos que não vale mais de 10 dólares e outra nazista que é 3 vezes mais cara por ser um pouco mais rara.

Esqueci de mencionar que datas comemorativas (série comemorativa de 100 da independência por exemplo) e data marcantes (segunda guerra mundial e etc) tendem a valorizar uma peça, mas não muito é claro rsrsr...

Não entendo o porque dessa super valorização em instrumentos vintages, tinha que haver alguma coisa a mais para justificar o valor

É incrível como no Brasil tem mercado para usados/velhos como se fossem o ultimo vintage do planeta...

Inclusive não é difícil achar um usado mais caro que o similar novo!

Na minha ultima GAS pesquisei bastante por um usado, e não foi difícil achar usados (e do modelo fora de linha inferior) até mais caros que o novo, claro que comprei um novo (Rockbass Corvette).

^Interessante, achava que fosse só BR.
Tem alguma explicação?

subgrave escreveu:^Interessante, achava que fosse só BR.
Tem alguma explicação?

Colecionadores possuem peças raras e caras em suas coleções e isso acaba dispertando interresse nas pessoas em geral que acabam tendo uma visão errada das coisas e pensam que o antigo é raro e caro ... isso acontece também em outros tipos de itens antigos, pessoas supervalorizam os preços pensando que aquele item é o baú de ouro. Exemplo: Sou colecionador de moedas e uma moedas de D. Pedro II de 1869 de prata custa em média R$ 80,00 a 200,00 dependendo do estado de conservação, mas vejam quanto esse vendedor pede pela dele:
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-632361180-moeda-antiga-2000-reis-de-1869-em-perfeito-estado-_JM

^ LEGAL!!!

Eu tenho uma dessas aqui em casa!!!
Vou vender pra esse malandro aí

Por curiosidade resolvi pesquisar no papai google, e ao contrário do que eu imaginava (pois eu pensava que não tinha relação com qualidade), o termo quer dizer "quanto mais velho melhor" segundo alguns sites.

VINTAGE: "A sua origem ou significado vem de VINT relativo à safra de uvas e AGE de idade."