Informações sobre Mlaghus x Eliezar Lara x Fodera

Olá, Rodolfo.

Uma coisa que salta aos olhos na sua mensagem é que sua dúvida paira entre um baixo parafusado e um inteiriço. Apesar de razoavelmente similares, as duas construções implicam em algumas vantagens e desvantagens e talvez fosse legal você decidir qual prefere e porque prefere.

Quanto às marcas citadas, só posso comentar sobre os baixos que tive em mãos...

Fodera foram uns 40, entre vários modelos e configurações diferentes.

MLaghus foram uns 20 ou 25, fora os semi-prontos.

Eliezer foram 2, o prateado e o vermelho, ambos do Prateado.

Não sei se seria uma comparação justa, mas aí vai:

Sem tirar nenhum mérito de qualquer outro baixo, só vi duas marcas até hoje realmente similares aos Fodera. Uma é um luthier da Ucrânia, cujo nome não lembro agora e que já trabalhou um tempo na Fodera. A outra é a Mlaghus...

Há inúmeros detalhes e nuances nos instrumentos Fodera que vão muito além da aparência similar. Jacimário sempre teve preocupação obsessiva com os detalhes e sempre foi fã assumido da lutheria americana, a ponto de passar madrugadas destrinchando esses instrumentos e gastar uma boa grana com exames de imagem dos instrumentos feitos em uma clínica veterinária. É verdade, eu vi os raios x. Até a quantidade de cola utilizada em partes diferentes dos Fodera ele sabe.

Não estou puxando o saco, até mesmo porque não ganho ou perco nada com isso, mas diria até que a Mlaghus tem uma consistência maior na qualidade do produto final. São todos muito similares e muito bons, sendo que já vi Fodera que deixava a desejar em algo.

O baixo do cara da Ucrânia era um absurdo de bom também, mas não posso falar de consistência.

Os dois Eliezer eram outra viagem. Bons baixos, soavam bem, mas se eu fechar o olho e você me der pra tocar não falo Fodera da maneira que faço com os outros dois citados.

Em tempo: a lei dos rendimentos decrescentes atua de forma impiedosa sobre instrumento desse naipe. Muitas vezes você precisa dobrar um instrumento de preço para que ele tenha uma tocabilidade 5 ou 8% melhor. Em termos de pegada, a diferença só é brutal mesmo pra quem sola muito, faz frases intricadas e precisa de uma ação bem baixa para desenvolver sua música.

Acho muito dinheiro pra quem não se encaixa nesse perfil. Mas cada um sabe do seu bolso e dos seus sonhos.

Cara, o Vitor Colmenero conhece um luthier do interior de SP que faz uns baixos na linha Fodera. Bem construídos e soam bem. Não dá pra deixar de falar da S.Martyn também.

rodolfo.teixeira.5667 escreveu:quando ouço o Pascal Celma tocando, ou mesmo o Janek Gwizdala, alguns sons que ouvi do André Vasconsellos e Helio Silva com o Fodera e tal. Mas reitero: Fica PROXIMO, não igual :-)

Igual só o cara né?

Você entrega o baixo do Janek na mão do André e vai soar como André, não como Janek.

Mas assim... Jacimário tem um talento interessante que é fundamental a todo luthier custom. Se você é bem específico no que quer, ele sabe os pormenores técnicos que darão essas características aos instrumentos. E se você chegar lá mostrando um vídeo de um Fodera desses aí e disser: eu quero isso, ele é um dos caras que conheço que tem mais know-how pra entender tudo que significa o "isso" e transformar em um instrumento, inclusive ele já fez réplica de Fodera WW que você só sabe que não é Fodera porque tem a cobrinha na mão.