Baixo 6 cordas - Iniciante!

lucian.cupin escreveu:rola muito esse mito de baixo de 4 cordas ser mais "fácil" de tocar
quando fiz a transição de 4 pra 5 a primeira coisa que notei foi o quanto a digitação fica mais acessível com a 5ª corda

Me fez lembrar um amigo pessoal meu, produtor musical e guitarrista, baixista nas horas vagas. Uma vez levei meu baixo de 5 cordas para que ele experimentasse... a resposta dele: Não sei tocar nisso não! Muita corda!

allexcosta escreveu:

Juninho Sampaio escreveu:Aqui na Bahia, quando você chega com um 4 cordas...você nem toca!
Pergunte a Allex

Só toca se for um cara consagrado ou for banda de rock, blues ou afins.

Na gig normal de Salvador ninguém tem baixo de 4 cordas. Aliás, não sei agora, mas do fim dos anos 80 até os anos 2000, você nem achava baixo de 4 cordas na loja.

Que fenômeno interessante!
Tem ideia do por que isso acontece?
Aqui no Rio já cheguei em Gigs com baixo de 6 e pediram para voltar com 4 cordas... Mas tirando isso, nas outras gigs nunca comentaram nada.

andrevx escreveu:Que fenômeno interessante!
Tem ideia do por que isso acontece?

Sim, alguma idéia eu tenho.

Quando a pessoa mora num lugar onde as coisas são precárias, ela dá mais valor ao melhor, mais novo, mais caro...
Então no nordeste e outras partes do país, ninguém entende esse conceito de "menos é mais". Lá "mais é mais" e ponto final...

Lembro nos anos 80 e 90 quando bandas baile do interior, cujo nomes você nunca ouviu falar mas que tinham bastante grana, deixavam teclados e equipamentos já encomendados na importadora, muito antes de serem lançados. Era mais fácil você ver um lançamento da Roland, Korg ou Yamaha no trio Lordão de Itabuna que no palco de uma banda famosa dos EUA ou Europa...

E isso terminou passando pra número de cordas de baixo também. 5 é melhor que 6 simplesmente porque é mais. E 6 é melhor que 5 por esse motivo também.

E, óbvio, muitas músicas que são sucesso por lá foram gravadas com baixos estendidos e as pessoas sentem falta dessas notas quando você as toca em outra oitava.

andrevx escreveu:Aqui no Rio já cheguei em Gigs com baixo de 6 e pediram para voltar com 4 cordas... Mas tirando isso, nas outras gigs nunca comentaram nada.

Já vi isso no mundo do rock. E tem muito menos lógica, você há de concordar, já que no baixo de 5 ou 6 cordas estão contidas as mesmas cordas de um 4 cordas.

allexcosta escreveu:

andrevx escreveu:Que fenômeno interessante!
Tem ideia do por que isso acontece?

Sim, alguma idéia eu tenho.

Quando a pessoa mora num lugar onde as coisas são precárias, ela dá mais valor ao melhor, mais novo, mais caro...
Então no nordeste e outras partes do país, ninguém entende esse conceito de "menos é mais". Lá "mais é mais" e ponto final...

Lembro nos anos 80 e 90 quando bandas baile do interior, cujo nomes você nunca ouviu falar mas que tinham bastante grana, deixavam teclados e equipamentos já encomendados na importadora, muito antes de serem lançados. Era mais fácil você ver um lançamento da Roland, Korg ou Yamaha no trio Lordão de Itabuna que no palco de uma banda famosa dos EUA ou Europa...

E isso terminou passando pra número de cordas de baixo também. 5 é melhor que 6 simplesmente porque é mais. E 6 é melhor que 5 por esse motivo também.

E, óbvio, muitas músicas que são sucesso por lá foram gravadas com baixos estendidos e as pessoas sentem falta dessas notas quando você as toca em outra oitava.

andrevx escreveu:Aqui no Rio já cheguei em Gigs com baixo de 6 e pediram para voltar com 4 cordas... Mas tirando isso, nas outras gigs nunca comentaram nada.

Já vi isso no mundo do rock. E tem muito menos lógica, você há de concordar, já que no baixo de 5 ou 6 cordas estão contidas as mesmas cordas de um 4 cordas.

Acho que você foi muito diplomático nas suas colocações. Falarei por mim. Aqui, na minha realidade e no meio que frequento, existe certo estigma e preconceito em relação ao baixo de 6 cordas. Baixo de 5 cordas até se aceita. Quando tive baixos de 6 cordas, foram dois, eu ouvia direto frases do tipo: "Virou pagodeiro agora" ou então "Vai tocar axé". Eu respondia dizendo: "Conhece Anthony Jackson? E o John Patitucci?". A maioria dizia que nunca tinha ouvido falar, nesse ponto eu encerrava a conversa pois ficava evidente que as colocações eram regadas de preconceito e ausentes de conhecimento.

Estou com um Tagima Millenium Top 6 aqui em casa a uma semana.
O braço é fino e mais confortável que o maravilhoso Tune que tive e me lembrou muito os dois Condor XB260 que passaram por minhas mãos. O corpo é maior que o do Tune e dos Condor oferecendo uma melhor posição para tocar sentado como gosto e, portanto, mais conforto. O timbre é melhor que dos Condor, me parece menos "plastificado", mas nem se compara ao do Tune, que é outro nível, não só de captação como de pré.
As tarraxas e ponte foram trocadas, então não tem como dizer algo, mas a captação e o pré são originais.
Gostei do visual, um bom acabamento, peso não atrapalha (não diria que é um baixo pesado, mas não é leve. O Tune era mais pesado).
Teria um baixo desse sem problema algum!

pedrohenrique.astronauta escreveu:Acho que você foi muito diplomático nas suas colocações. Falarei por mim. Aqui, na minha realidade e no meio que frequento, existe certo estigma e preconceito em relação ao baixo de 6 cordas. Baixo de 5 cordas até se aceita. Quando tive baixos de 6 cordas, foram dois, eu ouvia direto frases do tipo: "Virou pagodeiro agora" ou então "Vai tocar axé". Eu respondia dizendo: "Conhece Anthony Jackson? E o John Patitucci?". A maioria dizia que nunca tinha ouvido falar, nesse ponto eu encerrava a conversa pois ficava evidente que as colocações eram regadas de preconceito e ausentes de conhecimento.

Sou sempre diplomático quando falo de aberrações do rock. Os fãs são deveras sensíveis...

Pois é, mas tem lá suas exceções no rock. Muitos rockeiros, principalmente guitarristas têm o seguinte parecer a respeito de um baixista: "esse cara toca baixo porque não conseguiu tocar guitarra. O instrumento dele é super fácil de tocar, são só 4 cordas de tão fácil." Esse é o arquétipo de baixista.

Aí se você chega com um 6 cordas..."uau, que baixista é esse?" O carinha já se assusta.
Porque vamos ser sinceros, um 6 cordas é intimidador para leigos de outros instrumentos. Um guitarrista de rock vai ficar mais manso ao ver você com esse tipo de instrumento.


Um baterista com quem toco quando faço freelancer em uma banda de rock paga pau pra baixos com mais cordas. Ele não entende absolutamente nada de baixo, nem de cordas em geral (pra falar a verdade, nem de bateria como deveria, embora toque bem rock e metal), mas se eu, ao invés de meu 4 cordas aparecer com um baixo de 5 cordas, na cabeça dele eu evoluí e passo automaticamente a ser um baixista bonzão. Ele já deu umas indiretas pra mim, querendo dizer que era pra eu pegar um 5 cordas, que é um instrumento melhor e mais difícil. 
Mas se perguntar a diferença ele não sabe dizer nada além de que o 5c tem uma corda a mais do que o 4c).

E se eu aparecesse com um 6 cordas então, meu Deus...ele pagaria pau demais, ficaria encantando e me acharia um baixista do mais alto nível porque eu estaria tocando um negócio gigante cheio de cordas.

KKK pqp eu choro de rir com essas coisas mas infelizmente são bem reais mesmo.

Eu me lembro do Nico falando que toque em um de 6 cordas e mande o guitarrista embora, sobra mais cachê !!!

Tarcísio Caetano escreveu:Estou com um Tagima Millenium Top 6 aqui em casa a uma semana.
O braço é fino e mais confortável que o maravilhoso Tune que tive e me lembrou muito os dois Condor XB260 que passaram por minhas mãos. O corpo é maior que o do Tune e dos Condor oferecendo uma melhor posição para tocar sentado como gosto e, portanto, mais conforto. O timbre é melhor que dos Condor, me parece menos "plastificado", mas nem se compara ao do Tune, que é outro nível, não só de captação como de pré.
As tarraxas e ponte foram trocadas, então não tem como dizer algo, mas a captação e o pré são originais.
Gostei do visual, um bom acabamento, peso não atrapalha (não diria que é um baixo pesado, mas não é leve. O Tune era mais pesado).
Teria um baixo desse sem problema algum!

Um dos dois baixos de seis cordas que tive foi o Millenium Top. A única coisa que eu não me dei tão bem com o baixo foi o pré. Não me convenceu. Mas até hoje penso que deveria ter dado mais chances pra ele, mas faltou tempo uma vez que ele já chegou em minhas mãos sendo cobiçado por outros. Em pouco tempo o vendi sem dificuldade alguma. Lembro que o braço dele pegou uma regulagem baixíssima sem trastejar em ponto algum.

Teria um novamente, mas dessa vez o baixo seria a minha cobaia na vontade que tenho de ter um seis cordas passivo.

Eu tinha um Fender PB que vendi aqui pra nosso colega Fernando e esse baixo, eu fiz apenas uma Gig ganhando dinheiro, de resto foram 2 anos e meio só tocava com ele quando era em casa com amigos.

Na rua, nem pensar!

Seria minha primeira e última GIG!

Eu queria acrescentar que nem sempre um 6 cordas significa menos conforto em termos de espaçamento entre as cordas e largura do braço. Um Ibanez SR de seis cordas talvez possa ser considerado mais confortável do que um jazz bass cinco cordas, levando em consideração ergonomia e afins... Isso poderia ser levado em consideração na primeira pergunta do amigo no início do tópico... outra coisa: caso não tenha certeza do que quer, talvez valha a pena buscar algo próximo das suas influências. Os baixistas que vc mais admira tocam que tipo de baixo? Quando eu tinha uns 15 anos peguei um cinco cordas só pq um baixista que eu admiro usava, nem sabia qual a diferença e não me arrependi. Nunca tive baixo de 4 cordas, exceto um upright que consegui bem depois disso. Como uso muito a B, baixo de quatro cordas não me atende. Minhas influências usam afinações mais baixas e gosto de tocar transpondo as notas. Aí não preciso mudar a afinação padrão.

Ah sim, a nota E na quinta casa da corda B soa diferente da E solta. É sutil, mas pode ser importante, dependendo do som que vc toca...