Por que pessoas de SP e seus quintais odeiam coentro?

É uma das ervas aromáticas mais celebradas em toda a América Latina. Vai muito bem em vários pratos nordestinos, nortistas, do ES, etc...

Como 99% das pessoas de uma região imensa de um país latino simplesmente decide odiar o gosto dessa erva, muitas vezes sequer sem conhecê-lo bem? Como se dá isso?

^ Existe o universo do cheiro verde, que compreende, cebolinha, salsinha, coentro e tal...

Mas estou falando só do coentro mesmo.

Chega a ponto de em Curitiba você simplesmente não encontrar coentro em mercados, feiras e sacolões.

Salsinha e coentro são bem diferentes. Coentro tem gosto e aroma um tanto mais fortes.

Lembro de um episódio do pesadelo na Cozinha que o Jaquin pede coentro e não tem,o dono falou que paulista não gosta de coentro.

Zubrycky escreveu:Nunca ouvi falar que o coentro fosse odiado em SP...

Tu não sabia nem que pessoal da galeria do rock destila ódio a qualquer outro estilo, quanto mais...  

Essa do coentro até o Jacquin sabe...

JAZZigo escreveu:Não sou de SP

Mas tem histórico forte com tal cidade...

JAZZigo escreveu:Por mais saboroso que seja o prato, sinto o mau cheiro do coentro a metros de distância e não me desce.

Tu não come moqueca ou bobó então?

Respondendo a a pergunta do tópico:
Nunca ouvi dizer que paulista odeia coentro!
Talvez seja porque que aqui em SP não se tem o costume de consumir coentro na alimentação do dia a dia.
Lí uma vez que tem de pessoas que não toleram o coentro por conta da genética, ou algo assim, e que para essas pessoas o coentro é algo insuportável.
Mas isso deve ocorrer na população como um todo.
Gosto do coentro em peixes. Gosto da culinária mexicana que usa coentro.
Adoro a culinária Bahiana. A primeira vez que fui a Salvador comi de tudo e passei muito mal, quase morri ... mas teria morrido feliz!

JAZZigo escreveu:Adoro!!! Bobó de camarão então... nóóóó!!! Mas com salsinha no lugar do coentro. Caso contrário, eu passo.

Então só fazendo em casa, custom made. Porque em qualquer lugar é com coentro. E a salada do acarajé também leva coentro.

Mas é possível que exista algum fator genético com essas coisas... Eu mesmo não consigo experimentar um gole de qualquer bebida alcoólica. Pode ser uma sidra fraquinha ou um vinho em quantidades católicas. Fico enjoado na hora e bate uma senhora dor de cabeça.

A propósito, já vi umas tia paulista e afins falando "coentro só pega no vinagrete, em qualquer outra coisa não dá pra comer".

E pessoal de SP tem problema com cominho também.

Confesso que nunca tinha ouvido sobre a questão genética ou mesmo o gosto de sabão. E já conversei sobre esse assunto com pessoas paulistas que odeiam a erva...

Acho deveras engraçado como esse assunto entra até naquelas lendas da Bahia... Conheço um paulista que mudou pra Salvador, adora a cidade, mas reclamou que tudo leva coentro, que até o arroz branco, simples, é servido com coentro. Disse pra ele que nasci em fui criado em Salvador e jamais vi arroz branco com coentro, mas ele disse que existe sim e já viu em vários lugares. É realmente um lugar mágico onde algumas pessoas têm alucinações de acarajés quentes ou frios e arroz com coentro.

É... Realmente é interessante:

https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/produtos-ingredientes/genetica-explica-o-fato-de-pessoas-odiarem-o-coentro/

https://blog.23andme.com/23andme-research/cilantro-love-hate-genetic-trait/

Cilantro soapy-taste by ancestry

Ashkenazi Jewish 14.1%
Southern European 13.4%
Northern European 12.8%
African-American 9.2%
Latino 8.7%
East Asian 8.4%
South Asian 3.9%

Sex differences in cilantro taste perception

Female vs. Male
Tastes soapy 57% vs. 43%
Doesn’t taste soapy 49% vs. 51%

siodoni escreveu:Alex, que Bahia que seu amigo foi que tem coentro no arroz branco?
Será que ele se refere qdo as pessoas colocam uma folhinha como decoração?

Salvador.

Perguntei se era só uma folhinha de decoração, disse que não.

^ Supostamente foi no Jardim Baiano, bairro pequeno anexo à região da Barra... Disse que era um restaurante por peso.

Reiterei que nunca tinha visto nada parecido.

Mas estamos falando de uma terra onde turistas escutam baianas perguntando "quente ou frio" e locais falando "oxente, meu rei" em cada esquina, sendo que ambas expressões inexistem no dialeto local.

Confesso que às vezes tenho problema com alecrim também. A comida me parece "perfumada" e acho enjoativo.

linklink escreveu:Esse papo de como de tudo é lorota pra mim...

Posso dizer que como "quase" de tudo.

Não gosto de quiabo feito com baba, tipo no caruru, mas preparado seco eu até como. Não sou fã de maxixe ou jiló, mas como também.

Há poucas coisas que não como de verdade em hipótese alguma. De cabeça lembro de buriti, figo e adoçantes artificiais (sucralose eu até tolero).

E também não consigo consumir álcool.

Comida feita com sangue eu evito, mas se só tiver isso e eu estiver com fome, vou comer...

linklink escreveu:Olha só parece comigo, não como quiabo também. Isso é uma das coisas que prejudicam minha lombriga de nunca ter comido acarajé. Isso é uma das coisas que mais tenho vontade de comer na vida, iria ser uma versão nada tradicional mas tenho certeza que se for só com vinagrete e carne seca (não como camarão nem ferrando) eu como uns 4 de boa.

Não entendi nada agora...

Não sei bem se é isso, mas explicando:

Acarajé é o bolinho, ok? No lugar que vende acarajé, há coisas que são colocadas dentro desse bolinho. Se for um local tradicional, há pimenta, salada de tomate verde (não se diz vinagrete), vatapá, e camarão seco e defumado.

Se o local for um pouco menos tradicional, caruru é uma opção. Hoje a maioria dos locais oferece caruru.

As "baianas" mais modernas ainda podem oferecer carne de siri catado.

Não entendi bem se você mencionou acarajé com carne seca dentro. Nunca ouvi falar nisso e me parece algo completamente bizarro.

Mas o que quero frisar é que ao pedir um acarajé você simplesmente menciona o que quer dentro dele. É normal você dizer "tudo menos vatapá" ou "só camarão" ou mesmo "só pimenta". Não se deixa de comer acarajé porque não se gosta de um dos recheios, pois os recheios são colocados na hora segundo sua preferência. Inclusive você pode comer o acarajé sem nada dentro. Pode até pedir sem partir...

linklink escreveu:Sangue também não curto, aquela linguiça feita com sangue eu não consigo comer. Frango eu gosto mas aquela receita, salvo engano chamada cabidela, não comerei a não ser que seja por engano.

Sou nordestino com família do interior da Bahia, portanto comida pesada era o normal, especialmente quando eu ia pra o interior. Lembro que comer cérebro de boi, rim, testículo, sarapatel, meninico de carneiro, frango ao molho pardo e coisas assim eram comuns na minha infância. Depois diminuiu um pouco, talvez porque meus avós se mudaram para Salvador e eu ia menos para o interior. Eventualmente fiquei um pouco cismado com essas comidas, não sei bem como se deu. Mas com fome eu comeria...

linklink escreveu:Quanto ao consumo de álcool, acho que sou um da meia dúzia no planeta que fez Geografia e nunca fumou ou bebeu. Só se for uma meia dúzia daquelas bolinhas de chocolate que tem uma bebida dentro vendida no mercadão de São Paulo, mesmo assim só algumas. Isso nem conta, ahaha!

Também nunca fumei ou bebi... Quer dizer, experimentei o cigarro do capeta quando adolescente e achei horrível.

linklink escreveu:Agora coca cola, não consigo me livrar do vício. Estou sempre tentando, minha primeira tatuagem vai ser mãe eu te amo, a segunda vai ser uma coca de vidro, a terceira uma coxinha e a quarta um caqui.

Gosto, mas com combinações específicas, tipo acarajé, feijoada ou moqueca... Sozinha jamais. Com outras comidas até prefiro um guaraná. E agora a coca está horrível. Estão colocando edulcorantes no sabor "original". Absurdo...

linklink escreveu:O local mais próximo daqui de casa vende localmente ou pelo ifood não é tradicional e usa as nomenclaturas vinagrete em vez da salada de tomate verde, acompanha caruru, vatapá, camarão seco ou carne seca em vez do camarão.

linklink escreveu:Para mim a carne seca cai bem porque não como camarão, acontece que eu não peço nesse lugar justamente porque quase sempre as observações são sumariamente ignoradas pelos restaurantes

Nunca ouvi falar de restaurante consistentemente ignorar observações do cliente. Que coisa estranha...

É Santo André a quebra aí? Tem um Acarajé da Jany que parece bom. Vai lá e pede do jeito que você quer. Inclusive tá aberto hoje até as 23h.

Endereço:
Rua Julipereira 39, R. Leon Burbure, n•102 - Fazenda da Juta

Breno_Barnabe escreveu:Curioso de onde saiu essa estatística...

Da minha mente, ora bolas... De onde mais seria?

Chama "hipérbole" e se usa para dar ênfase a uma frase ou informação.

linklink escreveu:você não preferiria experimentar um acarajé com carne seca?

Não, de jeito nenhum...

linklink escreveu:Sou de São Bernardo, município vizinho de Santo André. Com certeza semana que vem vou fazer o pedido, assim como vou olhar esse local que indicou, obrigado!

Tomara que dê certo.

DiegoBueno escreveu:Não tenho nada contra  Coentro, mas prefiro Salsinha.

Possuem gosto completamente diferente, por sinal...

DiegoBueno escreveu:Em Campinas, se pedir "cheiro verde" indubitavelmente virá salsinha + cebolinha. Tem o "pacote" com Coentro tbm, mas chamam exatamente assim: Coentro e Cebolnha.

Acho que vi esse lance de chamar um monte de erva diferente de "cheiro verde" quando fui ao Sudeste primeira vez muitos anos atrás. Até hoje acho estranho.

DiegoBueno escreveu:PS: considerando apenas o bairro que moro, tem no minimo 3 locais que sempre tem coentro à venda, encontra-se com grande facilidade por aqui.

Mas só vende pra nordestino, né?

Curitiba hoje em dia encontra em alguns lugares, mas quem é daqui não compra. Mesma coisa pra banana da terra. Sacolões agora vendem por causa dos Haitianos e nós, nordestinos, entramos na ponga. Mas o pessoal daqui não fala em banana da terra, alguns nem sabem o que é.

Aliás, pessoal do sul tem uns hábitos estranhos. Eles comem "salada de alface" que é, literalmente, alface e óleo de cozinha (não é oliva). E muito, muito óleo...

Outra coisa engraçada é a polenta ou quirera (canjiquinha) feita com absolutamente nada, nem sal... É assim que eles gostam, é assim que é servido nas casas e restaurantes. E comida bem temperadinha, com bastante alho e tal, pessoal não gosta não...

Outra coisa pra mim muito estranha é a quantidade de pessoas que odeia peixe e frutos do mar...

Ah, e caranguejo é feito na água com sal, sem temperos... E não se distingue mexilhão de sururu e outros moluscos. Chamam tudo de "marisco".