Efeito psicológico de mitos musicais

A título de curiosidade e para efeito de debate, digamos que você estivesse deitado no divã do Freud e ele te perguntasse o seguinte:

O que você realmente sente quando escuta as palavras Fender, Ash, Alder, Nitro e outras palavras míticas relacionadas aos instrumentos Fender? A mesma pergunta pode ser extendida aos fãs dos Ricks, Ampegs, etc... Que tipo de efeito o som dessas palavras tem sobre você? É físico também? O coração bate mais forte? O rosto fica vermelho?

Caso não se sinta confortável em ser 100% sincero, favor se abster.

Valeu.

Nada.

Além de não ser fã de Fender (tive um Precision americano), a magia acontece quando pego o baixo e a coisa acontece, independente da marca ou valor.

O negócio precisa ser bem feito e funcionar. Se for simples, melhor ainda.

Quando escuto Fender lembro de Jimmy Hendrix e Jaco Pastorius.

Eu ficava euforico e ansioso quando pensava em MusicMan Stingray até comprar um e perceber que ele é um baixo sensacional e só. O resto, a mística, continua vindo de estudo, dedicação, experiência independente do baixo que se toque. Por sinal, hoje em dia toco mais no meu Tagima TP4 que no MM hehehe

Eu passo por diversas sensações quando escuto a palavra Precision Bass. E quando o toco sinto coisas incríveis!

só pra entrar na brincadeira.

fender:  a marca mais importante da história dos instrumentos elétricos.
ash: pesado pra ca....., ja o swamp ash.. dai começamos a falar de uma madeira bem legal.
alder: madeira bem legalzinha.
nitro:  detesto nitro acho que é o pior acabamento ja inventado.

eu fico sem saber o que dizer quando as pessoas me procuram com esses mitos "embaixo do braço" pra construir um instrumento.

" eu quero usar mogno no corpo pra dar mais grave e um ataque mais suave, o braço tem que ser de maple com tensor vintage, pra  pegada ficar mais macia e um top de 3mm de flamed maple pra puxar um pouco de agudo"  

e ai!?!? como faço pra uma pessoa assim entender que não funciona dessa maneira? essas "formulas"  magicas de som perfeito atrapalham muito.

joseluiz.avilajr escreveu:e ai!?!? como faço pra uma pessoa assim entender que não funciona dessa maneira?

Na boa? Não faz... É essa configuração que o cara quer? Custa tanto. E pronto...

Agora, se a pessoa pergunta tem que ser sincero né?

allexcosta escreveu:A título de curiosidade e para efeito de debate, digamos que você estivesse deitado no divã do Freud e ele te perguntasse o seguinte:

O que você realmente sente quando escuta as palavras Fender, Ash, Alder, Nitro e outras palavras míticas relacionadas aos instrumentos Fender? A mesma pergunta pode ser extendida aos fãs dos Ricks, Ampegs, etc... Que tipo de efeito o som dessas palavras tem sobre você? É físico também? O coração bate mais forte? O rosto fica vermelho?

Caso não se sinta confortável em ser 100% sincero, favor se abster.

Valeu.

Geralmente contração no esfíncter anal.

allexcosta escreveu:

Agora, se a pessoa pergunta tem que ser sincero né?

sim eu sou um cara sincero, eu ja "perdi"(na realidade ganhei em sussego) muito serviço, por conta disso.


eu percebo que até a pegada por conta da empolgação muda quando toca em um instrumento desses consagrados.

to com um rick 75 aqui em casa pra pintar, e esses dias veio um amigo cliente que é fascinado por rick eu deixei ele testar, o mais engraçado que sempre que ele testa alguma coisa aqui em casa ele toca bem suave, baixa o volume e tal , nesse não, ele enfiou o dedo e levantou o volume.
"que sonzeira" ele dizia.

kkkkkkkk

Guilé escreveu:Geralmente contração no esfíncter anal.

Meu Deus, que absurdo! Estou chocado...
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Onde está a vírgula depois de "geralmente"?

Eu jurava estar totalmente imune até poucas semanas, até que surgiu a oportunidade de pegar um violão (folk) da Fender. Tocar em um instrumento bem construído não te torna um músico melhor, mas te faz soar melhor. É pestana que sai onde antes era um som xôxo e por aí vai.

Ainda estou avaliando se o negócio vai ser bom e a logo no headstock não tem mais importância nesse momento, mas confesso que a frase "estou vendendo meu violão Fender, tens interesse?" teve mais peso do que se fosse outras marcas.

Mas não por ser "Fender" e sim de uma marca de confiança.

"Estou vendendo meu note da Dell" tem muuuuito mais peso do que "Estou vendendo meu note da CCE". É uma questão de fama da marca.

Eu ficaria igualmente empolgado se fosse um Epiphone, Yamaha, Taylor (nesse caso até mais... rsrs).

Gostaria de saber de vocês, mais experientes, até onde vai a realidade, entao?
De forma simplista diria que ela termina na construção, já que beleza, já que qualidade de som é algo subjetivo. Seria isso?
Indo além do que o Rafael disse: a Dell tem mais peso pois faz produtos de melhor qualidade
(quesito construção), tem assistência e tudo mais, apesar de eu já ter visto inúmeros CCEs durando mais de 5 anos por aí (para note é um milagre, né)...

No estúdio temos um Fender Marcus Miller à disposição dos clientes. O brilho nos olhos de quem vai usar o baixo é uma coisa impressionante. A Fender realmente tem um encanto que outras marcas não chegam nem perto.

Por falar em estúdio, algumas marcas de áudio causam a mesma reação na galera do áudio... é o tal do pó de pirlimpimpim... rsrs
Se usar a palavra "válvula", então, a pessoa vai ter esse bagulho aí que o Guilé teve. Funciona até com Behringer...

AndréBurger escreveu:Gostaria de saber de vocês, mais experientes, até onde vai a realidade, entao?
De forma simplista diria que ela termina na construção, já que beleza, já que qualidade de som é algo subjetivo. Seria isso?

Não. Eu não acho que a boa qualidade de construção e de som de um amp, instrumento etc. é algo subjetivo. Pelo contrário, há 100% de objetividade nisso. Eu posso até não curtir a voz de GK ou Hartke para o que eu sempre toquei, mas é impossível não reconhecer que modelos clássicos da marca são ótimos amps. Já toquei com vários e sempre indico para quem não tem o interesse de tirar um timbre mais vintage. Do mesmo jeito que não gosto de modelos "modernosos" de baixos Ibanez, Yamaha etc., mas nunca diria que são instrumentos ruins só por não gostar deles. Acho que é por aí.

Sobre o que eu sinto quando escuto falarem em Rickenbacker: "pô, quero ter um baixo desses". Todo dia sinto isso rsrs

O tópico não é sobre qualidade.

Eu acho os instrumentos Fender excelentes pelo que são e pelo que custam, mas os Celinder, por exemplo, são muito melhores, nem comparação. Custam muito mais também.

Só que se você pedir pra uma pessoa que tem esse lance psicológico com marca pra testar os dois vai dizer que Fender é muito melhor.

O tópico é mais pra discutir os sintomas dessas obsessões do que a qualidade do instrumento X ou Y.

allexcosta escreveu:
Onde está a vírgula depois de "geralmente"?

alguém, aki, manja, de, vírgula ?

Hoje, depois que tive alguns baixos da Fender, não tenho mais aquela sensação de êxtase de quando coloquei pela primeira vez um Fender no colo. Mas tenho saudade daquela época de empolgação, da sensação de euforia em tocar ou adquirir um instrumento da marca.

A maturidade em perceber que no final é tudo madeira com corda é um saco.

Olha eu aqui pagando de Fender Boy, primeiro vídeo com meu primeiro Fender...tinha uniforme e os garay...usahusahuas

allexcosta escreveu:O tópico não é sobre qualidade.

Eu acho os instrumentos Fender excelentes pelo que são e pelo que custam, mas os Celinder, por exemplo, são muito melhores, nem comparação. Custam muito mais também.

Só que se você pedir pra uma pessoa que tem esse lance psicológico com marca pra testar os dois vai dizer que Fender é muito melhor.

O tópico é mais pra discutir os sintomas dessas obsessões do que a qualidade do instrumento X ou Y.

Tô ligado. É a propaganda, mas não que o discurso seja inteiramente falso. Os efeitos disso são pessoas deseducadas a compreender que há outras possibilidades de equipos por aí, penso.

Normal principalmente em musicos iniciantes e pouco experimentados com outros equipos de qualidade.Mérito do legado do tio Léo.

Não sinto nada de muito mais... acredito eu. Eu demorei muito tempo pra entrar no mundo da música e ser apresentado as diversas e inúmeras marcas de instrumentos por aí. Até eu sacar isso, talvez eu ja tivesse embutido na minha mente a idéia de que, no final, é tudo um pedaço de madeira com cordas e torcer pra ser bem feito.

Uma exceção talvez seja GK. E com motivo: Eu sempre havia tocado em ciclotrons, um fender rumble pra guitarra ou meteoros pequenos. A primeira vez que pluguei meu baixo num GK foi num combo (MB200 + NEO410). Eu fiquei maravilhado pela qualidade que ouvi, talvez porque tenha sido o primeiro momento que pluguei um contrabaixo em algo de melhor qualidade. Vale dizer que mal conhecia a marca quando isso aconteceu... eu fiquei curioso pra saber o som que "aquele negocinho pequeno" soltaria.

Zubrycky escreveu:Não sinto nada. Nunca dei a menor importância pra Fender.

O tópico não é só sobre Fender. É qualquer marca que seja mítica para alguém.

Tem nego que só falta ter um orgasmo quando vê a borboleta da Fodera. Um conhecido meu quase desmaiou quando viu uma Ferrari pela primeira vez.

Willian Casagrande escreveu:

AndréBurger escreveu:Gostaria de saber de vocês, mais experientes, até onde vai a realidade, entao?
De forma simplista diria que ela termina na construção, já que beleza, já que qualidade de som é algo subjetivo. Seria isso?

Não. Eu não acho que a boa qualidade de construção e de som de um amp, instrumento etc. é algo subjetivo. Pelo contrário, há 100% de objetividade nisso. Eu posso até não curtir a voz de GK ou Hartke para o que eu sempre toquei, mas é impossível não reconhecer que modelos clássicos da marca são ótimos amps. Já toquei com vários e sempre indico para quem não tem o interesse de tirar um timbre mais vintage. Do mesmo jeito que não gosto de modelos "modernosos" de baixos Ibanez, Yamaha etc., mas nunca diria que são instrumentos ruins só por não gostar deles. Acho que é por aí.

Sobre o que eu sinto quando escuto falarem em Rickenbacker: "pô, quero ter um baixo desses". Todo dia sinto isso rsrs

Oi William, escrevi bem mal no primeiro post. Eu concordo contigo no ponto de que construção é o único ponto que é possível avaliar a qualidade de um instrumento/amp e que o quesito timbre é aquela coisa que varia de pessoa a pessoa.

E entendi seu ponto Allex.

Mitos musicais tem efeito psicológico em mim sim, e eu creio que os que dizem que não, mentem ou não reconhecem o seu. É que isso é de um jeito particular em cada um, só muda qual o mito (pode ser "customizado", "barato que dá pau em caro", "analógico", "handmade", etc...)

Marcas famosas "de linha de produção" não me dão tesão, seja Fender, Rick, Ampeg... Não peguei nenhum fender na mão até agora que trocaria pelo meu Squier CV como ele está hoje. O único baixo "de série" que testei e que ainda mexe comigo, ainda vou ter  é um Epiphone Jack Cassady, que não é "mítico".

Porém amp "Valvulado" nunca tinha testado e mexia com minhas entranhas, não sei porque, enquanto não investi não sosseguei, mas não precisava ser de marca famosa, sempre vou atrás de opiniões de quem tem ou teve, o máximo possível. Mas a palavra "VALVULADO" tinha mística para mim, sem explicação.

Nesse sentido, instrumentos que nunca testei, mas são os queridinhos de cada ano aqui no fórum também sempre me deram tesão. Uma época aqui eram os Zaganins, depois os MLaghus, agora os SMartyn... baixos feitos à mão com atenção individual, essa mística mexe comigo. Quase fechei um com o Samuel à pouquinho tempo, mas tive que adiar para investir o valor de um baixo e meio em dentista, comer e sorrir teve que ser prioridade agora.

Captadores "feitos à mão" e aprovados por muitos também, Lollar, Lindy Fralyn (que equipa meu Squier)... Mítico para mim, a mudança de som pode ser mínima, mas colocá-los no baixo me dá a sensação de transformá-lo totalmente.

Acho que o maior mito que me chacoalha é, em resumo, o do "feito à mão", a sensação que foi feito para mim do jeito que eu queria. Uma época montei um set de pedais "handmade" tops internacionais, era um orgasmo cada vez que chegava o correio. Acabei vendendo tudo e hoje não sinto falta de nenhum, kkk

Eu adoro a Fender e te digo que sentia algo quando escutava, alias ainda sinto...
Aquele roncado é fascinante!

Mas, depois que conheci uma garota linda chamada LAND. Esse amor passou um pouco!

A única "mítica" que tenho é que, se a máquina do Joe 90 existisse (quem é mais velho vai entender a referência! ), eu entraria nela para transferir pro meu cérebro as habilidades baixísticas do Anthony Jackson....

Sei lá. Se for ash ou alder já fico feliz. Já.me livrei rápido de um olp pq era em basswood.,odiava o bass. Escala em ebonol também não rolou pra meus dedos gagos.
Acho que da marca.Fender já me livrei psicologicamente, já Jazz Bass seja.qual marca se tiver alder/ash acho que jamais me livrarei.

Falando em JB...até hoje não consigo dormir por que deixei o SX do Guilé ir embora!

allexcosta escreveu:...O que você realmente sente quando escuta as palavras Fender, Ash, Alder, Nitro e outras palavras míticas relacionadas aos instrumentos Fender? A mesma pergunta pode ser extendida aos fãs dos Ricks, Ampegs, etc...

eu as associo aos meu timbres favoritos de alguns equipametos destas marcas, mas não creio q este seja o foco daquela pergunta. :/

Vários mitos mexem comigo e espero um dia poder pô-los à prova podendo usar os equipamentos na prática:

1- Amp Ampeg SVT Classic
2- Qualquer amp Mesa Boogie
3- Fender Bassman valvulado
4- Rickenbacker, especialmente um 4004 que vi com o baixista que acompanha o cantor pernambucano Johnny Hooker. Além da mística do Rick, esse modêlo é muito lindo.
5- MusicMan Stingray, pré Ernie Ball.
6- Yamaha BB2000 ou BB3000, de preferência o 2000. O BB2024, novo demais pra ser mito, também me agradaria. Na verdade, acho que não são mitos, só são especiais pra mim.

7- Fender pré CBS, de preferência Jazz Bass, mas um P já seria bom demais. Na impossibilidade desses um Custom Shop nos padrões da época ou alguma réplica boa, tipo Nash.

8- Fodera, qualquer um que não seja single-cut (não gosto, com raras exceções).

9- Zaganin - ainda vou ter um, nem que seja pra depois achar que não é isso tudo e vender.

10- Fender, em geral, seria um mito pra mim, mas já tenho um (Am Deluxe 2012) e estou bem satisfeito.

^Faltou muito pouco pra eu pegar um zaganin.
O cara queria me dar um JB na troca com o meu Fender special.

Não fechamos, porque eu pedi R$1000 conto de volta. Ele disse que só tinha R$600 e eu não aceitei.
Vou colocar uma foto pra você ver o bicho...







Inclusive ele tava pedindo R$3600 nele. Tava um bom preço!

Vai saber o que passa na cabeça de pessoas que quase têm um treco ao ver "algo mítico". acredito que tenha a ver com a história dessas marcas, umas, eleitas pelas mãos de músicos que transformaram a Música e a Cultura pós guerra; outras, eleitas mais recentemente por meio dos avanços tecnológicos de construção e possibilidades cada vez mais amplas de alcance timbristico, sonoro... sei lá por aí  kkkkkkkkkkkk

No meu caso, apesar de músico, a questão historica fala bem forte. Há 2 meses assisti um concerto na Sala São Paulo aonde um solista usava um instrumento construído em meados do século XVIII, não é todo dia que fico a poucos metros de um desses. Kkkkkkkk então confesso que senti vontade de "tirar um som" dele.

Ah tenho um Fender Jazz 62 (reedição). mas foi pela pesquisa mesmo, além de gostar de poder ter mais independência e de  me atrapalhar com os knobs concêntricos mesmo. kkkkkkkkkk

Quando escuto Fender, a primeira coisa que me vem à mente é o Jazz Bass do Geddy Lee. Quase comprei um uma vez naquela ideia romântica de ser o baixo de um de meus baixistas preferidos, mas testei um e não curti. Vai entender.

Estendendo o assunto para outras marcas, tenho certo fetiche com os instrumentos Ritter. Toquei em um baixo de um amigo francês e aquele único contato foi o suficiente para eu ver um baixo ou guitarra da marca e ficar até triste por saber que não posso ter um.