Por que as pessoas andam tão sem paciência?

Aqui em SP as pessoas andam tão sem paciência que qualquer contato físico, seja no metrô ou no ônibus já é motivo pra olhar torto.

No trânsito é pior, o motorista briga com o motoqueiro, que briga com o ciclista, que briga com o pedestre...

O cúmulo da tosquice é gente que fica de cara fechada quando entra um idoso ou deficiente numa agência bancária/correios, como se "perder" alguns minutos fosse mudar alguma coisa...

Será que é tão difícil manter a calma e ser gentil?

No Brasil? Sim, é.

Mas fora isso, realmente, tá f***... Todo mundo estressado - só não sei se sempre foi assim ou ultimamente que comecei a perceber isso.

Sempre foi assim.
Se puder, tiver algum dinheiro e algum tempo, recomendo dar um pulinho na argentina. Ou mesmo no Chile.

São Paulo, por pior que seja, ainda é melhor que inúmeros lugares Brasil afora.

Eu vejo os problemas sendo relacionados a muitas pessoas, stress, tempo vs. dinheiro e tal... aí eu penso em Tokio. É uma bagunça, mas não é estressante, vale uma visita lá. E a pressão é inúmeras vezes maior do que SP.

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/06/02/passageiros-ficam-feridos-durante-confusao-na-estacao-pinheiros-em-sao-paulo.htm

Esses casos de metrô a física explica: muito volume dentro de um recipiente aumenta a pressão, tornando-o mais susceptível a estouros mais intensos.

Mas fora isso, realmente, tá f***... Todo mundo estressado - só não sei se sempre foi assim ou ultimamente que comecei a perceber isso.

Acho que são diversos fatores como crise política, menor tempo de ócio para relaxar, neste momento menos dinheiro disponível para lazer, falta de emprego, as cervejas aguadas brasileiras rs e por aí vai.

^isso vem muito do fato do produto ser mais valorizado que o serviço; então trabalha-se muito com pouco retorno efetivo, e isso esgota o ser. infelizmente, isso é a realidade da maioria dos países emergentes e de terceiro mundo. unindo isso à situação político-econômica atual, não tem como dar certo mesmo: a saúde mental do cidadão vai pras cucuias.

outra coisa interessante é que, em países assim, em momentos de lazer, vê-se uma felicidade também bastante aparente. o brasileiro é um povo muito infeliz no trabalho e em questões relacionadas a "obrigações" do dia-a-dia (seja trânsito, fila de banco, etc.), mas muito mais feliz nos momentos de folga.

allexcosta escreveu:

Raul S. escreveu:mas muito mais feliz nos momentos de folga.

Eu diria alegre, até porque quem vive pior extravasa com mais intensidade. Feliz mesmo, sei não...

concordo; "alegre" expressa melhor o que eu realmente quis dizer.

Ontem soube da morte de Franco Neto (Locutor que esteve na Rádio Jovem Pan por 45 anos) e, para homenageá-lo, a rádio encerrou o Jornal da manhã de ontem com este belíssimo texto que muito me emocionou. Ao ouví-lo, me lembrei desse tópico na hora.

Sendo assim, para reflexão, deixo aqui o belíssimo (E tristemente verdadeiro) texto (escrito por Bob Moorehead) denominado "O Paradoxo do Nosso Tempo".

São 1 minuto e 55 segundos que valem (muito) a pena serem ouvidos. 

Descanse em paz, Franco Neto.

Uma coisa que estou percebendo é que os comportamentos são bem distintos entre cidades e entre bairros na mesma cidade.
Morava em Jacareí e lá o transito era bem estressante e as pessoas bem mal-educadas.
Tentavam campanha com faixas e propaganda na TV para respeitarem faixa de pedestres e nada.
No bairro em São José dos Campos onde moro agora, parece até que estou na Califórnia em relação a se respeitar faixa de pedestre... Outro dia tinha até voluntários idosos com bandeirinhas nas faixas nas principais avenidas.
Achei a iniciativa bem interessante!

Já estive diante desta máquina de escrever...

Sonikado escreveu: aí eu penso em Tokio. É uma bagunça, mas não é estressante, vale uma visita lá. E a pressão é inúmeras vezes maior do que SP.

Não é uma das maiores taxas de suicídio do mundo, proporcionalmente?

^ Se mostrar isso para uma criança de 10 anos "geração iPhone" ela nem vai saber pra que serve...

No Japão, rola muito o Karoshi, que é a morte em decorrência do excesso de trabalho. Geralmente quem chega nessa situação tá num stress que não cabe no mundo: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-38494915

Conheço três pessoas que moram no Japão e as três estão felizes. Um se mudou pra lá há 20 anos e o casal ano retrasado. O grande detalhe é que moram bem distante de centros urbanos, talvez isso diminua muito o nível de estresse.

O que já está lá faz tempo, trabalha como autônomo, resolvendo problemas burocráticos envolvendo brasileiros. Ele também tem uma plantação de arroz (onde mora), e vive em grande parte disso. Ele se sente realizado e diz não sair de lá por nada.

O casal tava quase cogitando suícidio aqui no Brasil. Os dois trabalhavam como prestadores de serviço autônomos, e por conta da crise, mal conseguiam se sustentar, além de trabalhar 15 - 20 horas por dia. Se desfizeram de tudo e foram pro Japão, pra trabalhar no chão de fábrica. Do ponto de vista deles, a vida ficou bem mais tranquila. Eles moram numa vila própria, com tudo custeado pela fábrica, inclusive alimentação. A carga horária é 10h/dia (seg-sex), mas de acordo com eles não gera nem 10% do estresse que tinham aqui. Pelas fotos, o lugar é bem bonito e tranquilo. Só vão pras grandes cidades nos fins de semana passear e fazer compras. Estão bem felizes no momento, apesar da vida "padronizada", além de conseguirem juntar bastante dinheiro para enfim planejar alguma coisa no futuro, como comprar uma casa seja lá onde for, ou seja, agora existe um conforto na vida deles que aqui não existia.

Enfim, diferentes necessidades pontuais e que servem bem a cada um. Mas não tenho dúvidas que existam mais pessoas infelizes por lá, especialmente nos grandes centros urbanos e no contexto da cultura local. Acho que criamos padrões surreais e artificiais para um conceito tão subjetivo como felicidade. Somos condicionados a pensar desde pequenos que o feliz é aquele que tem mais dinheiro, uma carreira de "sucesso", um título de doutor, quando na verdade isso deveria ser a opção de cada um. No fim, valoriza-se demais isso, inclusive financeiramente, a ponto de causar um grande desequilíbrio na sociedade, além de criar uma necessidade de competitividade absurda e na grande maioria das vezes injusta, pois os mais abastados sempre terão as "melhores" oportunidades. A escola nos prepara para o vestibular, para a competição, ao invés de preparar adequadamente para a vida em sociedade. Acho que aqui em SP tem muito desse pensamento, extremamente pequeno e limitante, lá talvez seja ainda pior.

^Pessoalmente não aguento mais, Allex. Tenho buscado oportunidades em lugares mais tranquilos, assim que pintar algo fora, irei sem pensar duas vezes.

allexcosta escreveu:^ É que SP é complicado mesmo. Não sei como vocês aguentam.

Cara, paulistano tem Síndrome de Estocolmo num nível que da raiva. Eu percebi isso quando sai de lá.

Vinicius F escreveu:^Pessoalmente não aguento mais, Allex. Tenho buscado oportunidades em lugares mais tranquilos, assim que pintar algo fora, irei sem pensar duas vezes.

Tipo Goiânia...

Hahahha, quando eu vim pra ca era mais tranquilo, mas acho que demora bem uns 20 anos pra ficar igual Sampa.

Eu me sinto muito bem numa cidade como Londrina, que tem 500 mil hab. e não chega perto dessa loucura que é Sampa, Rio etc. Só iria pra Sampa com uma boa oferta de emprego, doutorado com bolsa etc. Enfim, ir na caruda pra se virar, nem a pau. E olha que nasci lá rs

aff, que tópico besta! Não tenho paciência pra isso!

allexcosta escreveu:

Zubrycky escreveu:Já estive diante desta máquina de escrever...

Sério, cara? Da original? Onde que fica isso? Algum museu?

Acho que eu ia pirar se tivesse essa oportunidade. Sou alucinado por esse filme. Acho que essa semana vou ver de novo... Pela trigésima vez ou sei lá...

Sim, essa foi a mesmíssima máquina utilizada neste filme.

O encontro aconteceu na ala dedicada ao filme "O Iluminado" dentro de uma exposição dedicada ao Stanley Kubrick que aconteceu aqui em São Paulo há alguns anos atrás. A fila foi longa mas valeu muito a pena.