Por que a família real britânica é notícia em outras partes do mundo?

allexcosta escreveu:Se eles querem manter aquela palhaçada lá, problema deles.

Mas o que aquele bando de bunda mole faz ser notícia no Brasil ou mesmo em qualquer outro país beira o ridículo.

Mesmo se eles realmente forem reptilianos, chega uma hora que cansa.

Acho que nem os britânicos aguentam mais as palhaçadas reais. O respeito é mera formalidade. No fundo, no fundo, os britânicos queriam mesmo era acabar com as regalias reais.

Sei não, alguém na globo deve ser inglês ou da família real inglesa....

Concordo contigo, Alex, mas, como eles são figuras públicas, adotaram um comportamento atípico (renunciaram a seus respectivos títulos de nobreza) e muitas pessoas gostam deste tipo de assunto (fofoca?), isto acaba sendo notícia mesmo...

Igor Canavarro escreveu:...Acho que nem os britânicos aguentam mais as palhaçadas reais. O respeito é mera formalidade. No fundo, no fundo, os britânicos queriam mesmo era acabar com as regalias reais.

Pelo q sei, a Família Real é orgulho nacional britânico.

^Foi mal, presumi isso, indevidamente.

Acho que é por puro interesse em fofocas de figuras públicas atrelado a elementos históricos/tradicionais.

Os britanicos são mais apegados as instituições do que nós e a familia real é praticamente uma instituição. Falou em inglaterra, pensou em familia real.... Talvez eles lembrem um passado de gloria que o reino unido não tem mais... vai saber...
Eles vivem fases, as vezes surgem movimentos de tira-los destas "regalias" e acabar com isto e outras, eles são reverenciados como a cola que une o pais.
Atualmente eles faturam mais para a Inglaterra do que gastam, segundo alguns artigos que li.
Se assim for, vale a pena mante-los...

https://amp.dw.com/pt-br/megxit-%C3%A9-nova-fonte-de-distra%C3%A7%C3%A3o-para-os-brit%C3%A2nicos/a-51944818

A indústria cultural busca integrar verticalmente os seus consumidores, não apenas adaptando seus produtos ao consumo das massas mas também  determinando o próprio consumo ("A dialética do esclarecimento", 1985). Entretenimento e jornalismo constituem um sistema, um só bloco, incutindo uma identidade de 'universal' e de 'particular' pré-concebida, sob medida para  moldar da mesma maneira o todo e as partes. Some a isso os interesses e desinteresses por parte da mídia sobre questões mais relevantes e a subserviência revivida de tempos em tempos pelos monarquistas e saudosistas do período colonial e talvez comece a fazer sentido (ou não). Abraço.

Obs.: a matéria do link se refere ao mais recente caso envolvendo a família real britânica mas o princípio é sempre o mesmo e repercute da mesma forma, na Inglaterra, na Alemanha (terra do DW) ou no Brasil.

allexcosta escreveu:

Binão escreveu:Se assim for, vale a pena mante-los...

Eu entendo, mas o tópico não é sobre isso.

Oxe.. perfeitamente natural o ser humano admirar aquilo que é vendido como fantástico. Eles tem o que qualquer programa de BIG Brother da vida quer...
Historias ricas, opulencia, casamento de contos de fada, brigas familiares, fortunas.... enfim...

Fofoca sempre vende... e brasileiro também não entende se colocarem assunto mais complexo que isso na TV.

allexcosta escreveu:

joabi escreveu:Fofoca sempre vende...

Tudo bem, mas porque não há fofoca sobre a Rainha da Suécia (que até fala Português) ou o príncipe do raio que o parta?

Por que essa obsessão específica com essa família?

Acredito que não despertaria tanto interesse assim.

Allex, essa "nostalgia" da realeza é algo que atinge muitos países, notadamente os EUA (que sempre foram uma República), e o Brasil.
No caso norte americano sempre houve um certo sentimento de inferioridade cultural que paradoxalmente expressava-se no orgulho republicano - os norte americanos sempre se acharam "o povo escolhido", e esse mito sempre acompanhou sua História. Mas, o "espelho de Próspero" deles, a Europa e suas seculares monarquias eram motivo de admiração por boa parte de suas elites, que tinham que conviver com a República e o alto grau de democracia do país - não é à toa que esse sentimento pode ser observado no sul, onde uma sociedade aristocrática e escravista vicejou até à Guerra Civil, que acabou por erradicá-la, mas esse sentimento perdurou de certa forma até os dias de hoje. As monarquias europeias espelhavam aquilo que os aristocratas sulistas (e que eram a fração dominante politicamente falando do país antes da guerra) e os grandes magnatas nortistas, desejavam ser (ideologicamente falando). Óbvio que temos aí também a exploração ideológica da "indústria cultural" norte americana e etc... O pensador francês, Foustel de Coulanges fez, ainda no início do século XIX, uma arguta análise geral dos EUA em um livro clássico (e muito revelador): "Democracia na América" (só para citar um autor), em que ele em parte analisa tal sentimento - e muitas coisas mais...
No caso do Brasil esse sentimento é mais facilmente explicável pelo passado imperial do país, pelo papel que a Casa de Bragança teve na construção da unidade nacional e no próprio papel do monarca (notadamente D.Pedro II) em colocar-se supostamente acima das disputas políticas da Classe Senhorial Escravista (que é quem mandava de fato nessas terras) - digo supostamente porque isso é outro mito. Culturalmente o Imperador fazia o papel de "pai" do país (e D.Pedro foi mui bem sucedido nesse desiderato), e essa ideologia, reforçada pela Igreja e pela religiosidade popular, foi absorvida até mesmo pelos mais humildes (e até mesmo escravos!). Ademais, em uma sociedade de base escravista e patriarcal, o papel do Senhor de Escravos, seja ele nordestino ou do sudeste, sempre teve esse caráter "monárquico", absoluto, e que, mesmo após o fim da escravidão, continuou com o poder oligárquico dos "coronéis" que à tudo e à todos dominavam em nosso país. Isso não acabou - nem na realidade política, nem no imaginário coletivo.
Repare como nesses dois países a imprensa e a própria mentalidade popular gosta de nomear, entronizar "reis"(reais ou imaginários), o "rei" do futebol, a "rainha" dos baixinhos, o "rei" do rock, o "rei" do pop, etc, etc...
A monarquia britânica, por ser a mais bem divulgada e afeita ao "marketing", bem como (como muito bem observou o Binão), uma instituição britânica que transcende o mero caráter político, e tornou-se o paradigma desse sentimento que perpassa vários países do mundo, notadamente os dois maiores do Novo Mundo...