Yamaha RBX350 - baixo de entrada dos anos 90

Um post mais pra encher linguiça mesmo. Peguei esse Yamaha por 600 conto pra ver qual é. O baixo tava muito empoeirado mesmo, pelo visto ficou encostado durante anos. Dei uma boa limpeza: coloquei as ferragens de molho na água e sabão, passei pano com Veja multiuso no braço, headstock e corpo, pano umedecido com álcool na escala e depois óleo de peroba, bombril nos trastes e boom!, se transformou em outro instrumento aos olhos. Só estava sem nada aqui pra polir os trastes e o corpo, vou fazer isso logo mais quando comprar cordas novas. Utilizei um jogo qualquer que tava encostado aqui, velho, mas ainda sim mil vezes melhor do que a podridão de cordas que se encontravam nele. Depois de uma polida aí sim irá ficar brilhando. 


Achei um baixo bonito, estiloso, com um visual meio heavy metal, hehe. Tava atrás de um baixo todo preto. 


Curto esse logo antigo chapadão da Yamaha. E se fosse mais pontudo esse headstock seria praticamente um Jackson, hehe.


Gostei bastante da ergonomia. É um baixo leve, com certeza tem menos de 4kg, tem o corpo mais estreito que meu Tagima Woodstock (que é nos moldes do Precision), repousa melhor no meu corpo, tanto em pé quanto sentado. Aprezenta zero neck dive. 


O cutaway inferior permite um ótimo acesso às casas mais agudas (22 trastes, adoro!)




Depois do Peroba's Oil a escala escura revelou-se bem bonita.



Mas curiosamente tanto o braço do Yamaha quanto o do Tagima têm a mesma espessura. Estranhei isso quando medi, pois jurava que o do Yamaha era mais fino. Mas não é um braço fino, não. Mas não sei por que tem um conforto a mais do que o do Tagima. Este tem um vernizão brabo, enquanto no Yamaha é mais suave, esse certamente é um dos motivos, mas mesmo não movimentando a mão pelo braço sinto um pouco mais de conforto no Yamaha. Quem sabe o perfil do braço seja um pouco diferente ou mesmo o raio da escala.

Braço Tagima Woodstock TW66 e braço Yamaha RBX350, respectivamente.

Problemas até então:


- um pouco de mau contato no knob de volume. Vou espirrar um limpa contatos dentro dos pots e acho que já resolve. Elétrica meio barulhenta também. Uma blindagem seria uma boa;

- altura dos captadores tá ruim de regular, pois a espuma/esponja pegou uma memória irreversível. Troco a espuma? Ou substituo por molas? Minha sorte é que a altura deles até que está legal, um balanço bom de volume e não tá pegando nas cordas;

- tensor com porca: como relatei no outro tópico, pensei que choveria anúncios ao buscar por aquelas chaves cachimbo no ML, mas para minha surpresa não existe à venda no Brasil, pelo menos não na medida de que preciso (porca 8mm). Vou ter que importar uma chavinha dessas da China, ou então retirar o braço toda vez que precisar ajustar o tensor. Aproveitei pra girar um pouco ele quando retirei o braço (encaixando uma chave allen num soquete 8mm);

- trastejamento: o fretwork dele é bem ruim. Cordas D e G pegam em alguns pontos distantes uns dos outros ao longo da escala, aí não consigo deitar um pouco mais a ação das cordas. Aí não tem jeito, é luthier mesmo. Um calço no braço também pode ser necessário (o tal do shim). Mas ao girar o tensor no zoiômetro com o braço desparafusado até que acertei um ponto bom. 

De problemas encontrados foram esses. Nada sério. 


Sobre o som: assim como a ergonomia, um ponto forte é o som. É um baixo PJ. O cap. P tem aquela profundidade grave com médio-graves numa vibe Precision, e o cap. J grita naquele médião anasalado. Brincar com o balanço dos dois caps tem sido uma diversão no pouco que toquei com ele plugado aqui em casa por enquanto. Tinha até me esquecido como é legal um captador próximo à ponte. O negócio chama pro groove, ghost notes, é incrível, hehe. Tava há mais de ano só naquele som de Precision que tinha até me esquecido da articulação, percussividade e definição que esse tipo de captador traz.
Ah, os knobs são volume, balance (center click) e tone. O tone responsivo, embora não muito linear.

Enfim, é isso, mal aí pelo post extenso e pelas várias edições. É um instrumento legal, probleminhas comuns e fáceis de resolver, só tava sujo mesmo. É um baixo de entrada dá década de 90 que tá até bem conservado. Alguns riscos na pintura mas nada lascado ou zoado. Questão de polir legal mesmo pra deixar mais bonito. 

Não diria que é melhor nem pior que meu Woodstock TW66, um baixo de entrada da Tagima lançado quase 30 anos depois. O Tagima também precisou de retífica de trastes e também tem uma elétrica barulhenta. Então acho que são até equivalentes, cada um na sua. Mas o Yamaha tá aí depois de 30 anos com o tensor funcionando (embora eu vá pingar uma gota de óleo ali depois, pra girar mais fácil), e vou averiguar como é a estabilidade do braço, (que no Tagima não é legal).
Quero ver ele ao vivo com banda. Tô com várias datas nesse terço final do ano.

Bacana Jão , muito boa aquisição , parabéns brou...
Edit: E as tarraxas , como estão depois desses 30 anos ?

Cantão escreveu:Bacana Jão , muito boa aquisição , parabéns brou...
Edit: E as tarraxas , como estão depois desses 30 anos ?

Valeu aí, Cantão! 
Cara, até que estão mantendo a afinação tranquilo. Não notei nenhum problema por enquanto. Se eu trocar vai ser mais por estética, de repente tarraxas pretas (e ponte preta também, hehe).  

Jãozeiro escreveu:
...de repente tarraxas pretas (e ponte preta também, hehe).  

Nossa...aí iria ficar malvadão hein Jão...

Bonitão! Esse captador colado na ponte deve ter um som mtu interessante.

Bacana o Yammy
Só tava precisando de um dono carinhoso ehehe.

Eu gosto de pegar baixo assim pra trazer pra vida. Já tomei tanto tensor que que não funciona na cabeça que nem me arrependo mais. Só de ter tensor funcionando é lucro. Se o pot não funcionar compra um baratinho e instala vc mesmo. São esse baixos que eu perdi o medo de mexer nos baixos caros, até o pedulla já tive que soldar uns cabos.

Belo post!

Jãozeiro, compra uma chave cachimbo de 8mm, o chato é tirar o braço toda vez, mas no máximo 1 ou 2 vezes vc já acerta o tensor, aí depois é tranquilo.

to querendo pegar um baixo barato assim pra lançar um headless nervoso hehehe

belo baixo, otimo post!

Cantão escreveu:

Jãozeiro escreveu:
...de repente tarraxas pretas (e ponte preta também, hehe).  

Nossa...aí iria ficar malvadão hein Jão...

Vai mesmo, Cantão.   

rodolphoal escreveu:Bonitão! Esse captador colado na ponte deve ter um som mtu interessante.

Valeu, rodolphoal!
O cap. não tem peso grave igual ao do braço, como geralmente são os caps nessa posição, mas tem um medião brabo, bem na cara. Bastante sensível ao ataque nas cordas, hehe. 

CSergio escreveu:Bacana o Yammy
Só tava precisando de um dono carinhoso ehehe.

Verdade, Sérgio, carinho é tudo. Hehe.

vcrz escreveu:Eu gosto de pegar baixo assim pra trazer pra vida. Já tomei tanto tensor que que não funciona na cabeça que nem me arrependo mais. Só de ter tensor funcionando é lucro. Se o pot não funcionar compra um baratinho e instala vc mesmo.  São esse baixos que eu perdi o medo de mexer nos baixos caros, até o pedulla já tive que soldar uns cabos.

Total razão, vcrz! Só de o tensor estar funcional faz tudo parecer detalhes, e realmente são. Coisinha boba aqui e ali, fácil de resolver. Com um pequeno tapa e o instrumento voltou à vida, gostei de fazer isso também.
Ah, o com o limpa contato nos pots já resolveu o problema. 

siodoni escreveu:Belo post!

Jãozeiro, compra uma chave cachimbo de 8mm, o chato é tirar o braço toda vez, mas no máximo 1 ou 2 vezes vc já acerta o tensor, aí depois é tranquilo.

Valeu, siodoni! E você tem razão, não tem jeito, terei que comprar essa chavinha. Trinta conto e um mês de espera, tranquilo. Até que acertei bem o tensor no zoiômetro aqui, hehe, mas será muito prático ter a chavinha mesmo a qualquer hora

vinibassplayer escreveu:to querendo pegar um baixo barato assim pra lançar um headless nervoso hehehe

belo baixo, otimo post!

Valeu aí, vinibassplayer! Faz isso, mano, negócio é pegar um baixo legalzinho, pagar barato e fuçar, hehe.  

Jãozeiro escreveu:- altura dos captadores tá ruim de regular, pois a espuma/esponja pegou uma memória irreversível. Troco a espuma? Ou substituo por molas? Minha sorte é que a altura deles até que está legal, um balanço bom de volume e não tá pegando nas cordas

Eu colocaria molas E espuma.

Belo baixo! No aguardo de um video pra ouvir o som dele.

^ Valeu, Guga! Vou procurar fazer isso (espumas, mola e vídeo, hehe).

Parabéns, Jão!!!

Jãozeiro escreveu:...um baixo PJ. O cap. P tem aquela profundidade grave com médio-graves numa vibe Precision, e o cap. J grita naquele médião anasalado. Brincar com o balanço dos dois caps tem sido uma diversão no pouco que toquei com ele plugado aqui em casa por enquanto. Tinha até me esquecido como é legal um captador próximo à ponte. O negócio chama pro groove, ghost notes, é incrível, hehe. Tava há mais de ano só naquele som de Precision que tinha até me esquecido da articulação, percussividade e definição que esse tipo de captador traz...

Cara, não é querendo justificar GAS, não ( ), mas o bacana de se ter vários instrumentos diferentes é que eles tendem a nos inspirar/motivar de outras formas.

Mano, foi o primeiro baixo que comprei no início dos anos 2000, já bem usado... Antes eu tocava em um baixo emprestado. Amava este baixo, ao menos pra mim era de um conforto grande. Tinha um som "estraladinho" no ampi da usava que eu adorava...

Gostaria de ouvir o som!

Esses baixos eram da época do RBX170

Tenho exatamente esse mesmo baixo, só que vermelho. E olha que coisa, Tem uma foto antiga do Fábio Aposan usando esse modelo também nos primórdios heheh

Tive a mesma dificuldade com a regulagem do tensor. Só importando. Olhando no Talkbass dá pra ver que a galera lá fora tem a mesma dificuldade, mas um luthier experiente resolve fácil.

Prós:
- O baixo é leve e isso hoje muito me agrada depois de alguns anos tocando com o BB424
- Ergonomia muito boa também, bom acesso às últimas casas
- Braço bem confortável
- Não tem neck dive
- Timbre dos caps do braço e ponte junto e somente ponte são muito interessantes ao meu gosto pessoal.

Contras:
- O cap do braço eu não curti muito. Mesmo mexendo na altura e usando boas cordas, senti que grave não era muito o forte dele. Em comparação com o RBX 170, este tem um grave mais encorpado em relação ao 350. Mas nada que equalização não resolva;
- Tive um problema com o knob de balanço. Acho que não tinha uma qualidade muito legal, porém depois de quase 30 anos, alguma coisa precisar de manutenção não é uma grande surpresa. Substituí o knob por uma chave no estilo BB 424. Minha configuração ficou: Volume / Chave de 3 posições (P, PJ, J) e Tone.

No geral, pelo preço que custa, baixo muito bom, resistente e leve.

Tive um RBX250 por anos, envenenei ele com captadores bartolini e tarraxas gotoh... não posso dizer que sinto saudades, pois hoje tenho 2 baixos que são infinitamente superiores... mas foram bons tempos com ele. Acho que tenho a chave cachimbo dele perdida por aqui... vou caçar ela.

Que legal! Pela faixa de preço e características, imagino ser um concorrente direto do meu Ária Pro II 4 cordas coreano PJ passivo. Até a filosofia do produto é a mesma: o baixão de entrada da década de 1990 com certa versatilidade. Pelo histórico da Yamaha, o modelo que você adquiriu deve ser melhor que o Aria - gosto do som do meu Ária, mas suspeito que ele perca fácil do Yamaha no quesito "conforto".No quesito qualidade dos componentes, não sei dizer qual seria o melhor, acho que o Aria Pro foi um bom concorrente naquela época. Abração!

Valeu pelo feedback de vocês. É por aí, hehe.
Longe de ser um super baixo. É um instrumento de entrada legal de se tocar, com bom som, bom de explorar versatilidade, tocabilidade legal (mas precisa de talento nos trastes), construção geral bem aceitável. 

No meu coloquei flatwounds Ernie Ball de pouco mais de um ano de uso que tavam encostadas aqui. São .050, afinei o baixo todo um tom abaixo (da mais aguda p/ a mais grave fica: FCGD). Ficou animal, um sonzão, hehe. 

Sabadão vou estreá-lo ao vivo com banda.

Saiu um vídeo rápido. Áudio da câmera mesmo, baixo plugado no Staner Bs120 com volume baixinho. Aí tá só no captador P e tô tocando próximo à ponte. Não lembro onde o knob de tone tava, hehe. 
O baixo tá com flatwounds Ernie Ball .050 de um ano e meio de idade, e afinadas um tom abaixo.

Jãozeiro, vc ainda tem esse baixo? Caso positivo, se for possível, confere p mim qual é a distancia que tem entre a ponte e o captador da ponte aí. Peguei um RBX 250 (é igual ao seu, porem sem o captador da ponte) e tenho intenções de instalar o dito cujo no futuro.

^ Infelizmente não tenho mais, Bruno, senão media a distância pra vc!