Baixo Dreamer Fretless feito por mim em 1994

Recebi essa semana 8 fotos de um baixo Dreamer fretless que fiz em 1994 e pertence, desde 1995 a Joni Leite. Amigo meu e baixista tradicional de diversas bandas de Campinas:

- Corpo em Cedro selecionado, folha de Pau Ferro, tampo em Quilted Maple.
- Braço em Pau Marfim, escala em Jacarandá, marcação em PVC.
- Tarraxas Schaller, Ponte Gotoh, Captadores EMG J-SET e Pré EMG BTC-System + Tone Cut.

















O baixo virá pra manutenção ainda esse ano, e se possível gravarei um vídeo pra que tenham idéia do som...

Abraço!

Opa, o baixo é lindo... O cara deve cuidar muito bem dele, parece novo!

Deve ter um som muito bom também, afinal, deu casamento. =P

ALTO NIVEL!! Deve falar muito.

Parabéns pelo trabalho. O baixo além de bonito está com o hardware de primeira. Depois posta o video ou audio pra nós.

lindo!

Lindo!!

Me dá vontade de ser luthier!

Valeu pelo elogio, pessoal!
Mais instrumentos nesse nível sairão em 2009.

Lindo baixo, parabens... Celso, me faz um favor... responde esse topico please:
http://bass.forumeiros.com/luthieria-f5/que-material-de-limpeza-usar-t850.htm

Cid escreveu:Lindo baixo, parabens... Celso, me faz um favor... responde esse topico please:
http://bass.forumeiros.com/luthieria-f5/que-material-de-limpeza-usar-t850.htm

Respondido!

allexcosta escreveu:Excelente trabalho! Tenho algumas perguntas...

- Vc usou algum tipo de stain no jacaranda ou a peca jah era bem escura?
- Qual a espessura do top?
- A longarina q divide as folhas do top tambem eh de pau-ferro? Foi dificil faze-la tao fina? Q serra vc usou?
- Pra conseguir o efeito da emenda no apoio do braco vc o colocou o top primeiro e depois fez a curvatura na lixa?
- O braco parece bastante justo no corpo, como vc consegue isso? Faz o corte do corpo um pouco menor e faz o ajuste final na mao?

Desculpa a quantidade de perguntas, eh q sou meio fascinado com detalhes de luthieria.

Valeu,

Alex.

Olá Alex,

- Essas peças de Jacarandá foram compradas do Sr Eugênio Follmann no início dos anos 90. Eram muito pretas e bem selecionadas. Custava US$ 30,00 cada na época. Eram lixadas até lixa 1200 e depois enceradas com cera de carnaúba e polidas. Nada mais.
- O Top tem cerca de 1cm. Vinham da Ken Smith, trazidos pela Inex Music na época.
- As folhas de Pau-Ferro eram compradas prontas, perto do Largo de Pinheiros, em São Paulo.
- Os tops eram colados nas peças de Cedro já espessuradas com o Pau-Ferro no meio. Feito isso eram coladas as duas metades com a longarina central. Proxima etapa era o formato do corpo e por fim os shapes, feitos à mão com grosa, limas e lixas.
- Pra ter ajuste perfeito, prevíamos a espessura da pintura do braço, que era pintado antes do corpo e terminávamos o ajuste do tróculo antes da última aplicação de verniz. Se fosse necessário, era reajustado na montagem. O segredo é não passar do ponto. Isso vale pro ajuste dos captadores também, como você pode ver nas fotos.

Dá praticamente o mesmo trabalho pra fazer bem feito e mal feito, sendo que o mal feito você vai perder tempo pra remendar e nunca mais será bem feito.

allexcosta escreveu:Obrigado Celso! Hoje em dia eh dificil se ver desse jacaranda escuro, o verdadeiro Dalbergia Nigra. Tenho vist muitos baixos sendo vendidos como jacaranda brasileiro, mas parecem mais cocobolo ou jacaranda hondurenho.

Depois do Natal vou colocar sua ultima frase como assinatura, posso?

Claro que pode!

Aliás, quer dar uma colaboradinha com matérias no www.bassplayer.com.br ?
Reviews, Biografias, etc?

Abraço!

Uma pergunta nada indiscreta... quanto sai um desse novo?

Rapaz vc acredita q quando eu li essa frase eu pensei a mesma coisa da assinatura?

Dá praticamente o mesmo trabalho pra fazer bem feito e mal feito, sendo que o mal feito você vai perder tempo pra remendar e nunca mais será bem feito.

Brilhante.

Cid escreveu:Rapaz vc acredita q quando eu li essa frase eu pensei a mesma coisa da assinatura?

Realmente brilhante essa frase...

LuCaSBass escreveu:Uma pergunta nada indiscreta... quanto sai um desse novo?

Lucas,
Não sei se preços são permitidos aqui, mas ficaria em torno de R$ 4mil, acredito.

Renato escreveu:

Cid escreveu:Rapaz vc acredita q quando eu li essa frase eu pensei a mesma coisa da assinatura?

Realmente brilhante essa frase...

Renato e Cid, eu procuro fazer as coisas dessa forma. Acho que nem por dinheiro vale a pena fazer nada mal feito.

Pessoal, para minha surpresa achei este forum e esta postagem sobre meu baixo. Fico muito feliz por tudo que li a respeito dele.
Posso dizer que o Celso, além de ótimo músico e pessoa, é um dos maiores Luthier que já vi. Este baixo tem história, viajou muito comigo e eu com ele. Músicos muuuito melhores do que eu, que alías não o mereço (rsrsrsr), Já "pagaram um pau" para este instrumento. Uma vez, quando tinha perdido contato com o Celso, o baixo foi levado por um amigo ao Benedetti (Luthier de São Paulo) para dar um trato, o cara mandou me avisar que era um raro instrumento e que eu cuidasse muito bem dele. Como disseram antes aqui, casei com ele para sempre!!! aliás não me desfaço de nenhum instrumento que tenho. Desde meu primeiro baixo, outro Fretless, um Gianinni modelo Apolo 1967 e um outro, Tagima, tenho eles comigo até hoje, mas meu preferido sempre será o DREAMER. Não fica atrás de nenhum Fender ou Musicman que eu tenha tocado.
Parabéns ao Celso e abraços a todos.
SE quiserem matar a curiosidade tem algumas coisas postadas no youtube que talvés mostre um pouco do som dele, embora a qualidade do som nunca faça justiça a ele. Posso enviar músicas de estúdio também.
https://www.youtube.com/watch?v=TsFX2mKyWU0