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A ingratidão da Música.

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Mensagem por TiagoAndrade Qua Nov 23, 2011 10:16 am

Ao se deparar com um tópico com esse nome o que te vem a cabeça?
É no mínimo curioso de se pensar sobre o assunto.

Essa semana conversando com um grande amigo ele me falou sobre a música nesses termos.
E o argumento que ele usou foi: "eu faço tanto pela musica, toco, me esforço, estudo, invisto dinheiro, tantos calos e bolhas, e ela muito pouco tem feito por mim."
Eu perguntei: Em que sentido.
Ele respondeu: "Dinheiro! Não tenho tido retorno. Queria poder largar o meu atual emprego e curso de engenharia elétrica pra seguir simplesmente tocando e vivendo disso. Mas não dá. Não há nada que eu faça que me seja mais prazeroso do que criar um belo groove, porém isso não põe comida em minha mesa e não me veste."

O que vocês acham? A música é ingrata?



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Mensagem por NESCAU Qua Nov 23, 2011 10:24 am

É só persistir que uma hora vem.
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Mensagem por Rafael_Araujo Qua Nov 23, 2011 10:25 am

Pra quem quer viver dela pode até ser, vide alguns musicos reclamando ultimamente.
No meus tempos de banda baile foi meio difícil, hoje a tenho como hobby e pra mim foi bem melhor adotá la dessa forma.

abraços...
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Mensagem por fma Qua Nov 23, 2011 10:36 am

Não acho a música ingrata, de forma alguma. Tudo que coloquei esforço em aprender foi ficando cada vez mais fácil e natural.
Tocar bem e sobreviver com atividade musical são coisas bem diferentes. Este último envolve uma serie de habilidades que não tem nada a ver com música, como ser bom na área social, estar no lugar certo na hora certa, ter uma boa rede de contatos, ter aparência condizente com o trabalho, etc.
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Mensagem por Claudio Qua Nov 23, 2011 10:48 am

Acredito que, pro baixista, seja necessário conhecer as pessoas certas, e não decepcionar no momento em que pintarem as oportunidades. Tenho amigos que são instrumentistas que conseguiram entrar nessa panela exatamente por indicações de outros que lá estavam.

É muito pouco provável que um produtor musical de renome vá por acaso a um barzinho te ver tocar, curtir o teu som e te fazer uma proposta pra entrar numa gig famosa, cair na estrada e ganhaar muito dinheiro.

Tenho a música como hobby há 30 anos, mas um hobby levado muito a sério. Nunca tive a pretensão de largar a minha profissão de Analista de Sistemas pra entrar numa gig e cair na estrada, mas por todas as situações de bandas e trabalhos que já passei na vida, sempre acreditei que pra viver de música fazendo gigs, é acima de tudo uma questão de conhecer as pessoas certas, não basta só estudar e ser muito competente... a mídia está recheada de músicos que não têm o mínimo aceitável de conhecimentos de todas essa parte didática que vivemos discutindo aqui no Fórum, mas com certeza são pessoas que conheciam alguém que poderia dar "aquela força".


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Mensagem por Mauricio Luiz Bertola Qua Nov 23, 2011 11:09 am

TiagoAndrade escreveu:Ao se deparar com um tópico com esse nome o que te vem a cabeça?
É no mínimo curioso de se pensar sobre o assunto.

Essa semana conversando com um grande amigo ele me falou sobre a música nesses termos.
E o argumento que ele usou foi: "eu faço tanto pela musica, toco, me esforço, estudo, invisto dinheiro, tantos calos e bolhas, e ela muito pouco tem feito por mim."
Eu perguntei: Em que sentido.
Ele respondeu: "Dinheiro! Não tenho tido retorno. Queria poder largar o meu atual emprego e curso de engenharia elétrica pra seguir simplesmente tocando e vivendo disso. Mas não dá. Não há nada que eu faça que me seja mais prazeroso do que criar um belo groove, porém isso não põe comida em minha mesa e não me veste."

O que vocês acham? A música é ingrata?


Sinceramente, na minha opinião, pensar assim é profundamente irrelevante...
Boa parte dos músicos que conheço não vivem de música, mas vivem para a música ou fazem dela uma parte indissociável de suas vidas.
Ele então que arrume um emprego que o sustente, e à sua família e pare de culpar a música por um problema que não é dela....
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Mensagem por Yngway Qua Nov 23, 2011 11:35 am

Rafael_Araujo escreveu:Pra quem quer viver dela pode até ser, vide alguns musicos reclamando ultimamente.
No meus tempos de banda baile foi meio difícil, hoje a tenho como hobby e pra mim foi bem melhor adotá la dessa forma.

abraços...

:curti:

TiagoAndrade escreveu:
Eu perguntei: Em que sentido.
Ele respondeu: "Dinheiro!

A música é que deveria reclamar dele estar sendo ingrato com ela.

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Mensagem por DUDUBASS Qua Nov 23, 2011 12:35 pm

Pra se dar bem financeiramente com música são necessários inúmeros requisitos além da música e isto dificulta e muito o "se dar bem". Eu também já tentei isso, bem no comecinho de tudo, mas desisti bem rápido e fui atrás de outras coisas que me dessem um suporte melhor. Não me arrependo em nada, faço os trabalhos que quero com música, tenho os instrumentos que quero, toco o que e com quem quero e sou feliz assim. Vejo alguns amigos aqui na minha cidade bastante talentosos se submetendo a cada trabalho$ que fico triste. É lamentável, mas é real no mundo todo.

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Mensagem por SHIP ROOM ESTUDIO Qua Nov 23, 2011 1:36 pm

É meio complicado ...
Mas posso afirma sem sombra de dúvida, por observação diária. Que nossos clientes + felizes "ou menos tensos" são àqueles que tocam por prazer "hobby".
Talvez seja também o desdobramento d"àquela máxima:
"que tudo que vira obrigação deixa de ser prazeroso".
Emfim, cada um sabe "onde aperta o calo né ?"
Que "ele" encontre a paz necessária para definir os rumos certos para sua vida ...


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Mensagem por fiuzabass Qua Nov 23, 2011 1:54 pm

Dinheiro é uma consequência natural...
Só acho que pra tudo na vida se deve ter sinceridade no que fazemos.
E é claro... um bom plano B.

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Mensagem por Masteles Qua Nov 23, 2011 2:27 pm

Rafael_Araujo escreveu:Pra quem quer viver dela pode até ser, vide alguns musicos reclamando ultimamente.
No meus tempos de banda baile foi meio difícil, hoje a tenho como hobby e pra mim foi bem melhor adotá la dessa forma.

abraços...

2

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Mensagem por NeyBass Qua Nov 23, 2011 4:44 pm

eu acho que para ganhar dinheiro com música, o cara tem que tocar em uma banda, grupo, alguma coisa assim, que tenha fama, agenda cheia, que faça shows constantemente, ou encontrar um musico de grande destaque na mídia que te dê aquele empurrão.
Não sei pra galera aí de SP, RJ, BH, e outros grandes centros, mas essa coisa de tocar em barzinho, bandas amadoras, eu acho que seria só um complemento da sua renda e divertimento.

E outra, para viver só de música, o músico tem que ser muito bom, porque tem muita gente boa que te dá a resteira facil, a concorrência é muito grande, ainda mais pra vocês dos grandes centros.

Acho engraçado que a música é uma das profissões que a gente trabalha até de graça, assim como o futebol...rsrsrs...faz porque sente prazer em fazer.
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Mensagem por ct.colela Qua Nov 23, 2011 5:23 pm

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Mensagem por Fernando Zadá Qua Nov 23, 2011 5:53 pm

Coimo músico já senti na pele e sinto ainda as adversidades mas acho que hoje em dia isso ocorre com qualquer profissão liberal. Não sei o que é 13, férias nem beneficios e confesso que tem dias que queria ter a música só como hobbie mas é só quando sou sacaneado ou vejo muito amadorismo no meio.
Mas é o que já falaram não é a música que é ingrata e sim o respeito a qualquer atividade relacionada a cultura nesse pais que é bizarra e desanima.
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Mensagem por Maurício_Expressão Qua Nov 23, 2011 9:18 pm

A música não é ingrata, pois eu vivo dela.
Não consiguiria nunca viver sem música. Só não ganho dinheiro com ela.
E isso dói... Mas é real para mim.

Uma vez dei R$ 100 para ajudar um músico com um problema financeiro. O cara já tinha tocado em várias partes do mundo, side man de cantora famosa, discos de MPB gravados...
Mas não tinha grana para viajar para resolver um problema pessoal.
Uma vez, meu filho, que é ator, chegou triste em casa. Disse que estava na Fundação Cultural da cidade e viu um músico (sopro) famoso da cidade, também com o mesmo perfil do primeiro músico que citei, pedindo dinheiro na Fundação Cultural para comprar gas para casa dele...

Quando vejo essas coisas, eu fico triste. Mas a culpa não é da música. Sei lá de quem é...

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Mensagem por RFFanBR Qua Nov 23, 2011 9:21 pm

Não é só na música não. Artesanato mesma coisa.

Mas a ingratidão é das pessoas que não dão valor, das pessoas que discriminam tanto os músicos como os artesãos.

E como o Zadá falou, qualquer um que queira ser profissional liberal está fadado a encarar problemas e mais problemas.

Sem falar que geralmente pessoas que tem bons rendimentos são os primeiros a sacanear a gente, reclamando do preço, pedindo desconto, ou não pagando mesmo.

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Mensagem por Leandro Jeronimo Qua Nov 23, 2011 9:27 pm

um tempo atrás li a seguinte frase de um músico famoso (só ñ me recordo o nome do músico): se minha intenção fosse ganhar dinheiro na vida, ñ faria música...

sei que cada caso é um caso, mas na minha opinião música no Brasil requer muita dedicação, persistência e sorte.

infelizmente ñ consigo investir o quanto gostaria na música, mas sempre que posso, invisto por ser algo prazeroso pra mim; Vou concordar com o amigo que postou aqui e falou que dinheiro na música é consequência, digo mais, ñ só a música mas acho que Arte no geral é assim, pelo menos aqui no Brasil.
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Mensagem por leandrosf89 Qua Nov 23, 2011 11:17 pm

Será que isso é um problema só no Brasil ou lá fora também?
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Mensagem por Edão Qui Nov 24, 2011 1:54 am

Não acho a música ingrata, pois ela traz alegria e felicidade pra quem faz, pra quem escuta e pra quem dança. Agora ser profissional do ramo é difícil. O meio musical é o mais competitivo, seletivo e menos democrático que já ví até hoje.
A profissão de músico é pouquíssimo reconhecida, músico é tido como vagabundo, desocupado.
As pessoas se perguntam como alguém encara viver de brisa, de vento, de música?
Além do mais quais são os parâmetros técnicos desta profissão, se de repente até uma pessoa analfabeta pode ser um exímio musicista?
Complicado.

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Mensagem por Edão Qui Nov 24, 2011 2:02 am

Tem mais, música, nem de longe precisa ser profissão. Não mesmo. "Música é amor, cara"! Cada um carrega no peito mesmo sem tê-lá como profissão.
No entanto, o direcionamento e a escolha profissional de cada um é de livre escolha.

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Mensagem por Claudio Qui Nov 24, 2011 7:04 am

RFFanBR escreveu:
Mas a ingratidão é das pessoas que não dão valor, das pessoas que discriminam tanto os músicos como os artesãos.

Concordo 100% com isso.

Vejo por aí pessoas fazendo o impossível, criando dívidas, vendendo coisas pra poder pagar mil Reais num ingresso pra assistir The Police, U2, Paul McCartney e outras mesmices que vivem lotando shows por aqui... são exatamente as mesmas pessoas que vão aos bares assistir músicos muito competentes fazendo música de altíssimo nível, e reclamam na hora de pagar míseros R$ 10,00 de couvert, ou R$ 20,00 de ingresso.

Já cheguei ao absurdo total de tocar em locais aqui no Rio, onde as pessoas entram no bar, sentam-se com as cadeiras viradas de costas para o palco, e dizem ao Garçom pra não cobrar o couvert deles, porque eles estão de costas para o palco sinalizando que não querem participar da música... isso aconteceu no Severyna de Laranjeiras, Café Cultural Sacrilégio e Mediterrâneo da Lagoa.

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Mensagem por KIQ Qui Nov 24, 2011 8:09 am

^ Como se música fosse preciso "ver pra crer" né???
Daqui a pouco começam a ir com fones de ouvido para não "participar da música".

Que lamentável essa situação hein Claudio =/
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Mensagem por Masteles Qui Nov 24, 2011 8:35 am

Maurício_Expressão escreveu:A música não é ingrata, pois eu vivo dela.
Não consiguiria nunca viver sem música. Só não ganho dinheiro com ela.
E isso dói... Mas é real para mim.

Uma vez dei R$ 100 para ajudar um músico com um problema financeiro. O cara já tinha tocado em várias partes do mundo, side man de cantora famosa, discos de MPB gravados...
Mas não tinha grana para viajar para resolver um problema pessoal.
Uma vez, meu filho, que é ator, chegou triste em casa. Disse que estava na Fundação Cultural da cidade e viu um músico (sopro) famoso da cidade, também com o mesmo perfil do primeiro músico que citei, pedindo dinheiro na Fundação Cultural para comprar gas para casa dele...

Quando vejo essas coisas, eu fico triste. Mas a culpa não é da música. Sei lá de quem é...

Deus tem que dar proteção para os Músicos e para os Loucos...

Eu acho que sei de quem é culpa, mas melhor não comentar pois odeio política e televisão!

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Mensagem por Fernando Zadá Qui Nov 24, 2011 9:09 am

ClaudioBass escreveu:
RFFanBR escreveu:
Mas a ingratidão é das pessoas que não dão valor, das pessoas que discriminam tanto os músicos como os artesãos.

Concordo 100% com isso.

Vejo por aí pessoas fazendo o impossível, criando dívidas, vendendo coisas pra poder pagar mil Reais num ingresso pra assistir The Police, U2, Paul McCartney e outras mesmices que vivem lotando shows por aqui... são exatamente as mesmas pessoas que vão aos bares assistir músicos muito competentes fazendo música de altíssimo nível, e reclamam na hora de pagar míseros R$ 10,00 de couvert, ou R$ 20,00 de ingresso.

Já cheguei ao absurdo total de tocar em locais aqui no Rio, onde as pessoas entram no bar, sentam-se com as cadeiras viradas de costas para o palco, e dizem ao Garçom pra não cobrar o couvert deles, porque eles estão de costas para o palco sinalizando que não querem participar da música... isso aconteceu no Severyna de Laranjeiras, Café Cultural Sacrilégio e Mediterrâneo da Lagoa.

Nem me fale quantas vezes já vi isto aqui em Sampa na Vila Madalena. Ainda bem que não tenho feito mais gigs por couvert!!
Somos um pais de alienados culturalmente e sem a menor noção do que é valor.
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Mensagem por subgrave Qui Nov 24, 2011 9:39 am

Eu vejo como imprescindível para o músico que está começando sua carreira dar aulas regulares, assim conseguirá ter uma renda mais fixa.

Inclusive há muitos músicos ganhando um bom dinheiro com aulas, e tendo as aulas como sua atividade principal, tanto que nem mais fazem questão de tocar em gigs.

Inclusive toquei por muitos anos, mas muitos mesmos, com um amigo dono de escola, onde a gig acabava sendo somente um chamarisco, e a atividade principal dele eram as aulas.

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Mensagem por Cayo Castro Qui Nov 24, 2011 10:12 am

ClaudioBass escreveu:
RFFanBR escreveu:
Mas a ingratidão é das pessoas que não dão valor, das pessoas que discriminam tanto os músicos como os artesãos.

Concordo 100% com isso.

Vejo por aí pessoas fazendo o impossível, criando dívidas, vendendo coisas pra poder pagar mil Reais num ingresso pra assistir The Police, U2, Paul McCartney e outras mesmices que vivem lotando shows por aqui... são exatamente as mesmas pessoas que vão aos bares assistir músicos muito competentes fazendo música de altíssimo nível, e reclamam na hora de pagar míseros R$ 10,00 de couvert, ou R$ 20,00 de ingresso.

Já cheguei ao absurdo total de tocar em locais aqui no Rio, onde as pessoas entram no bar, sentam-se com as cadeiras viradas de costas para o palco, e dizem ao Garçom pra não cobrar o couvert deles, porque eles estão de costas para o palco sinalizando que não querem participar da música... isso aconteceu no Severyna de Laranjeiras, Café Cultural Sacrilégio e Mediterrâneo da Lagoa.

R$ 10,00 de courvert?? Shocked

Claudiobass, já toquei em barzinho quando era mais novo por courvert de R$ 3,00 e mesmo assim tinha gente que não pagava...
Sem contar os donos de bar picaretas que ainda devem tirar até em cima do nosso courvert...

Mas música ( pelo menos aqui no acre ) é aquele negócio... Isso em evento grande tipo carnaval ou micaretinha com bandas locais. Já passei por uma dúzia de coisas assim...
- Vamos passar a manhã ensaiando. De tarde tem passagem de som e a noite a gente toca lá pra meia noite... Te pago R$ 100.
- Só isso???
- Se não quiser tem três na fila. Que toca igual ou melhor que você que faz por R$ 70,00.


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Mensagem por Fernando Zadá Qui Nov 24, 2011 11:17 am

subgrave escreveu:Eu vejo como imprescindível para o músico que está começando sua carreira dar aulas regulares, assim conseguirá ter uma renda mais fixa.

Inclusive há muitos músicos ganhando um bom dinheiro com aulas, e tendo as aulas como sua atividade principal, tanto que nem mais fazem questão de tocar em gigs.

Inclusive toquei por muitos anos, mas muitos mesmos, com um amigo dono de escola, onde a gig acabava sendo somente um chamarisco, e a atividade principal dele eram as aulas.

Mas ai rola um problema que o músico não deve dar aulas como alternativa pois ai vai estar fazendo um bico enquanto não pinta gig melhores.
Pra mim quem encara dar aulas deve ter foco e curtir dar aulas pois a responsabilidade é bem grande e você pode influenciar todo o relacionamento de uma pessoa com a música e com o instrumento. Não admito professores com essa mentalidade aqui na escola.
Ao mesmo tempo acho viável manter as duas atividades desde que se haja com honestidade em relação a seus objetivos e uma coisa não prejudique a outra. Eu por exemplo cortei todas as aulas depois das 19hs em função de manter disponibilidade pra gigs e pra familia e não abro mais de sábado pela mesma razão.
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Mensagem por Masteles Qui Nov 24, 2011 1:34 pm

A última vez que ganhei alguma grana com música, foi um prêmio de melhor instrumentista num festival, como gaitista!

Tenhor certeza que foi pura e unicamente pelo fato de ser um instrumento mais peculiar e pouco visto em bandas de rock, que o básico guitarra, baixo e bateria. Afirmo isso por que o segundo prêmio ficou com um tecladista de uma das bandas participantes, que era bem mediano (NMO) sendo que existiam outros instrumentistas fantásticos (PRINCIPALMENTE BAIXISTAS)...não se esquecendo também de levar em conta, que minhas habilidades na gaita não são nada que chame a atenção!

Obs.: Voto popular!

Os Prêmios foram R$50,00 para o primeiro lugar mais uma camiseta do evento, e R$25,00 para o segundo mais um chaveiro do evento!

Obs.: tivemos que vender ingressos na base de cotas, como não as atingimos, tivemos literalmente que pagar para tocar! Assim sendo, saimos no prejuízo!

Sad

Falando de casas noturnas, os donos de bares só pensam no lucro, não dão a mínima se a banda é de qualidade ou não! Se cobrarem barato ou tocarem de graça, eles contratam na hora, enquanto os profissionais sérios e que realmente amam o que fazem cobrando um preço razoavelmente justo, são vistos como "exploradores ou tão se achando o Rolling Stones ou o outro artista top qualquer"...Infelizmente já ouvi empresários de casas dizendo isso!

Atualmente toco apenas em 2 bares de amigos meus aqui em São Paulo, onde não enfrento inimizades ou picaretagem e recebo um valor que considero justo pelas apresentações! Isso falando de banda cover, pois se fossem composições próprias tocaríamos para as moscas...pois "nego não quer pagar pra ver seu lixo de música" (infelizmente já ouvi muito isso também), querem ouvir Purple, Led, Beatles, etc..

Isso é lamentável! Termos que nos moldar como meros datilógrafos para ficar na ativa, e, se quiser mostrar trabalho próprio ter que pagar por isso!

Crying or Very sad


Última edição por Masteles em Qui Nov 24, 2011 2:37 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por subgrave Qui Nov 24, 2011 2:15 pm

Masteles escreveu:

Atualmente toco apenas em 2 bares de amigos meus aqui em São Paulo, onde não enfrento inimizades ou picaretagem e recebo um valor que considero justo pelas apresentações! Isso falando de banda cover, pois se fosem composições próprias tocaríamos para as moscas...posi "nego não quer pagar pra ver seu lixo de música" (infelizmente já ouvi muito isso também), querem ouvir Purple, Led, Beatles, etc..

Isso é lamentável! Termos que nos moldar como meros datilógrafos para ficar na ativa, e, se quiser mostrar trabalho próprio ter que pagar por isso!

Crying or Very sad

Uma boa alternativa é fazer versões e não tocar identico ao original.
Se bem feitas as versões funcionam muito bem para o público, e torna-se mais gratificante para o músico, digo por experiência própria.


Última edição por subgrave em Qui Nov 24, 2011 4:32 pm, editado 1 vez(es)

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A ingratidão da Música. Empty Re: A ingratidão da Música.

Mensagem por Masteles Qui Nov 24, 2011 2:36 pm

Exato subgrave!

Costumamos improvisar no meio dos covers, senão não há quem aguente tocar a mesma coisa do mesmo jeito...nem os próprios artistas compositores o fazem ao vivo!

Quando eu disse datilógrafos me referi ao fato de ter que tocar os covers para ter um lugar à "lua"!

PS: Escrevi, li e editei mas mesmo assim ainda restaram erros de português no post anterior! Moderação...perdão! editei de novo mas já foi dado quote! Embarassed

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Mensagem por ejrbass Qui Nov 24, 2011 3:44 pm

Eu acredito que viver de música não seja apenas tocar! existem outros caminhos como, fazer arranjos, gravações, jingles, aulas (existem aulas de instrumento, musicalização...) com responsabilidade e compromisso em tudo, como disse o Zada, e tem meu caso, que sou professor de música na rede pública de ensino! não é uma maravilha, não tem estrutura, apoio, muita gente dentro das escolas descriminam também pelos motivos já citados, mas é uma oportunidade de levar um pouco mais de conhecimento musical as novas gerações, principalmente as menos favorecidas!
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Mensagem por SHIP ROOM ESTUDIO Qui Nov 24, 2011 4:30 pm

Concordo, como músico, sempre fui medíocre, e provavelmente já teria morrido de fome se vivesse disso "vide exemplo de tantos músicos talentosos que passam por dificuldades"
Porém encontrei meu caminho para estar sempre perto da música.
As pessoa que convivem conosco sabem como eu curto " a salinha" e da alegria que tenho em receber bons músicos e fazer novos amigos.
Talvez "ele" esteja querendo falar especificamente da dificuldade de sobreviver "tocando na noite".
Mas como já foi dito, exitem vários caminhos, principalmente na área de prestação de serviços: aulas, jingles, luthieria, estúdio.
Todos esses profissionais "vivem de musica" e encontram seus caminhos.
Espero sinceramente que essa "fase negra" passe, e seu amigo tire essa "amargura de seu coração", encontrando um bom caminho dentro do que ele gosta de fazer.


Última edição por SHIP ROOM ESTUDIO em Sáb Nov 26, 2011 9:24 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por subgrave Qui Nov 24, 2011 4:41 pm

ejrbass escreveu:Eu acredito que viver de música não seja apenas tocar! existem outros caminhos como, fazer arranjos, gravações, jingles, aulas (existem aulas de instrumento, musicalização...) com responsabilidade e compromisso em tudo, como disse o Zada, e tem meu caso, que sou professor de música na rede pública de ensino! não é uma maravilha, não tem estrutura, apoio, muita gente dentro das escolas descriminam também pelos motivos já citados, mas é uma oportunidade de levar um pouco mais de conhecimento musical as novas gerações, principalmente as menos favorecidas!

Tenho curiosidade sobre o programa curricular da disciplina de música em escolas públicas. O que ensinam na rede pública?
E por favor, lembre-se de ensinar o que é música de verdade, que a juventude tá perdida nos hits do momento...

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Mensagem por Mauricio Luiz Bertola Qui Nov 24, 2011 4:59 pm

^ Ainda sou professor da rêde pública estadual do RJ, e te digo: Não ensinam nada; além de iniciativas pessoais de certos colegas professores de música ou musicistas. Aliás, a rde pública de ensino em nosso país, no mais das vezes, está falida.....
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Mensagem por AlbertoBass Qui Nov 24, 2011 5:30 pm

Bom, a minha visão sobre esse assunto bastante complexo é o seguinte. A vida é dura e quase sempre injusta. As pessoas tem uma visão que viver de música é quase impossível mas ser médico, engenheiro, piloto de avião, juíz é fácil? Vou dar um exemplo de dentro da minha casa, minha irmã é médica estudou muito para passar em uma faculdade federal, depois de 5 anos do curso de medicina mais 3 anos em especialização. Foram mais de 10 anos de muito estudo para começar a ganhar uma grana, já o meu irmão formou curso técnico entrou para uma grande empresa de mineração, o pessoal foi com a cara dele, ele fez um curso superior lero-lero e hoje é chefe e ganha mais do que a minha irmã sem ter estudado 1/10 do que ela. Não existe fórmula para ser bem sucedido, existe? Na música conheço sim, muitas pessoas passado aperto mas também tenho um amigo que com música aos 40 já se aposentou. Conheço caras que ganham com música 20 mil por mês o que acho um salário considerável. Puxando pro meu lado, vivo de música por 2 motivos. Primeiro: Acredito que todas as pessoas que vivem da sua arte não tem como foco principal o aspecto financeiro, não que esse aspecto não seja importante. Segundo: Já tentei trabalhar em outras profissões o que pra mim é impossível, música pra mim é vocação. O que vejo acontecer a muitos músicos é o seguinte, por ser uma profissão instável "tem mês que se ganha muito, outro quase nada" as pessoas não se preparam para o futuro. Conheço um cara que saiu de uma gig muito grande com uma mão na frente e outra atrás, gastou tudo na noite. Várias pessoas me disseram que não é possível viver de música mas essas pessoas nunca tentaram de verdade.

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Mensagem por Masteles Qui Nov 24, 2011 6:02 pm

subgrave escreveu:
ejrbass escreveu:Eu acredito que viver de música não seja apenas tocar! existem outros caminhos como, fazer arranjos, gravações, jingles, aulas (existem aulas de instrumento, musicalização...) com responsabilidade e compromisso em tudo, como disse o Zada, e tem meu caso, que sou professor de música na rede pública de ensino! não é uma maravilha, não tem estrutura, apoio, muita gente dentro das escolas descriminam também pelos motivos já citados, mas é uma oportunidade de levar um pouco mais de conhecimento musical as novas gerações, principalmente as menos favorecidas!

Tenho curiosidade sobre o programa curricular da disciplina de música em escolas públicas. O que ensinam na rede pública?
E por favor, lembre-se de ensinar o que é música de verdade, que a juventude tá perdida nos hits do momento...

Atualmente, do jeito que anda este país..não imagino outra coisa que possa ser incluída como musicalização nas escolas públicas, que não seja Ritmo Carioca (o qual me recusarei eternamente à chamar de FUNK, por motivos óbvios que sei que todos aqui sempre concordarão) ou RAP rasteiro e Emocore, que dos 3 ainda acredito que musicalmente falando seja o elixir para esta nova geração por pelo menos conter composições "orgânicas" criadas por ser humano e não por computação!

Aqui em São Paulo, um amigo e eu demos aulas (ele de violão e eu de gaita), no projeto Escola da Família, porém, como voluntários e aos fins de semana! Não houve remuneração, apenas o prazer de ver a molecada da periferia se encantando com os instrumentos e as sonoridades que mostramos à eles! muitos nem sabiam o que era blues, tivemos até umas jams com os muleques na base do improviso após um tempo! Um deles decidiu seguir os estudos num conservatório e hoje toca por hobby/profissionalmente, sendo que a música passou à integrar realmente sua vida!

Smile

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Mensagem por LuCaSbass Qui Nov 24, 2011 11:02 pm

Esse assunto é complicado... faço estatística na universidade, mas não digo que nunca pensei em largar tudo para viver de música... mas tenho alguns exemplos que sempre me fazem pensar, apesar de conhecer músicos que vivem melhor que MUITA gente.
Mas só sei de uma coisa, não tem nada que me dá mais prazer do que tocar, e acho que isso que importa... Se o prazer acabar, pra mim não faria mais sentido tocar.

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Mensagem por Nelson Bass Qui Nov 24, 2011 11:14 pm

subgrave escreveu:Eu vejo como imprescindível para o músico que está começando sua carreira dar aulas regulares, assim conseguirá ter uma renda mais fixa.

Inclusive há muitos músicos ganhando um bom dinheiro com aulas, e tendo as aulas como sua atividade principal, tanto que nem mais fazem questão de tocar em gigs.

Inclusive toquei por muitos anos, mas muitos mesmos, com um amigo dono de escola, onde a gig acabava sendo somente um chamarisco, e a atividade principal dele eram as aulas.
Acredito que seja um bom caminho amigo subgrave, sou professor de violão vivo exclusivamente de música desde de 2006, não estou ficando rico rsrs, mas não passo dificuldades, como aulas são a minha principal fonte de renda posso me dar ao luxo de tocar apenas o que eu quero, e exigir um cache justo (se não quiserem pagar não toco!). Creio que pode vir a ser importante para quem almeje um pouco mais de segurança na profissão investir em um curso superior na área no Brasil diploma ainda valem mais do que deviam. Abraços.
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Mensagem por ejrbass Sex Nov 25, 2011 12:45 am

Masteles escreveu:
subgrave escreveu:
ejrbass escreveu:Eu acredito que viver de música não seja apenas tocar! existem outros caminhos como, fazer arranjos, gravações, jingles, aulas (existem aulas de instrumento, musicalização...) com responsabilidade e compromisso em tudo, como disse o Zada, e tem meu caso, que sou professor de música na rede pública de ensino! não é uma maravilha, não tem estrutura, apoio, muita gente dentro das escolas descriminam também pelos motivos já citados, mas é uma oportunidade de levar um pouco mais de conhecimento musical as novas gerações, principalmente as menos favorecidas!

Tenho curiosidade sobre o programa curricular da disciplina de música em escolas públicas. O que ensinam na rede pública?
E por favor, lembre-se de ensinar o que é música de verdade, que a juventude tá perdida nos hits do momento...

Atualmente, do jeito que anda este país..não imagino outra coisa que possa ser incluída como musicalização nas escolas públicas, que não seja Ritmo Carioca (o qual me recusarei eternamente à chamar de FUNK, por motivos óbvios que sei que todos aqui sempre concordarão) ou RAP rasteiro e Emocore, que dos 3 ainda acredito que musicalmente falando seja o elixir para esta nova geração por pelo menos conter composições "orgânicas" criadas por ser humano e não por computação!

Aqui em São Paulo, um amigo e eu demos aulas (ele de violão e eu de gaita), no projeto Escola da Família, porém, como voluntários e aos fins de semana! Não houve remuneração, apenas o prazer de ver a molecada da periferia se encantando com os instrumentos e as sonoridades que mostramos à eles! muitos nem sabiam o que era blues, tivemos até umas jams com os muleques na base do improviso após um tempo! Um deles decidiu seguir os estudos num conservatório e hoje toca por hobby/profissionalmente, sendo que a música passou à integrar realmente sua vida!

Smile

A musicalização que acontece nas escolas públicas não é necessariamente aula de um instrumento, ou seja, o foco não é formar instrumentista! isso pode vir a acontecer com alguns deles, se assim quiserem! A idéia é dar ferramentas para que possam tanto experimentar a música, como analisar o que ouvem, não adianta chegar dizendo que Funk ou sertanejo ou o que eles gostem não presta! na verdade tem que partir do universo do aluno para daí expandir! na escola onde estou os alunos do 5º ano pediram para que eu levasse um funk, perguntei qual eles queriam, me disseram uma música, então levei pra casa, ouvi, peguei a letra e fui pra sala com ela, o interesse deles aumentou demais, eles tiveram a oportunidade de ouvir a música, que estão acostumados a ouvir no dia a dia, de uma outra forma, de um outro ponto de vista! ver letra, analizar, tentar ouvir que instrumentos tem na música, no caso so sampler! ai levei uma outra música pra fazermos a mesma analise! e ai eles mesmos chegam a conclusão! não todos! alguns não sabem ler no 5º ano, ou são analfabetos funcionais, tem muitas barrerras, não quer dizer que vai deixar de existir musica "ruim" que é algo bem relativo, muitas dessas musicas que não gostamos por não nos dizer nada e serem musicalmente fracas, pra eles muitas vezes retratam suas vidas! é um outro mundo! é como se fosse outro planeta! é meu primeiro ano dando aula em escola e apanhei muito, os menores do 2º ano basicamente são brincadeiras que envolvam musica, que trabalhem coordenação motora, lateralidade, sonoridades, texturas musicais! mas nem sempre dá certo! as vezes acho q uma atividade vai ser o máximo e acaba sendo fraco ou vice versa!
Mas é muito gratificante ve-los melhorar auto estima, a noção de coletividade, diminuir a agressividade que é imensa, eles vivem num ambiente extremamente tenso!
Não entendi a parte na resposta que fala que não tem outra coisa que possa ser incluida na musicalização que não seja o Funk(carioca), Rap e emocore!! se puder esclarecer o seu ponto de vista eu agradeço!
E respondendo o Subgrave, desconheço um programa curricular como acontece com outras disciplinas como matemática, história, geografia...! trabalha-se muito os parâmetros do som, paisagem sonora, apreciação musical, trabalhos em conjunto envolvendo texturas musicais com materiais diversos, brincadeiras com musica, mas o objetivo não é só a musica!
Esse é um bom exemplo do que dá pra fazer em escolas! no caso ai é no IFPB com alunos do 2º grau, esse trabalho é de um amigo, Bruno Torrez! to desenvolvendo um trabalho com jornais também!
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Mensagem por Masteles Sex Nov 25, 2011 9:21 am

erjbass...

vamos lá!

Acho que me expressei mal! às vezes contemplo uma ideia em minha mente, comento apenas poucas linhas e imagino que as pessoas entenderam meu ponto de vista! Desculpe!

Explicando melhor meu comentário...

"FUNK" Carioca

Nesta experiência que tive como voluntário, pude ver e vivenciar, especialmente nas garotinhas da periferia (de 11 à 14 anos), que tem contato diário e intenso com o tal "FUNK" carioca, seja em casa (apreciado pelos familiares) ou nas redondezas onde brincam/moram (por vizinhos e amigo), uma profunda e repugnante distorção de valores e comportamento. Cursei magistério técnico nos anos 90, li muito sobre psicologia infanto-juvenil, aprendi um pouco sobre os danos que uma infância mal orientada pode causar, e, o uso de linguagem altamente ofensiva, e pesada que são rapidamente absorvidas por estas crianças, palavras que não deveriam estar presentes no vocabulário de um ser em idade tão tenra. Isso (NMO) destrói a visão de uma vida respeitosa que uma criança deve ter pelo resto dos dias, a perda de respeito próprio, a vulgarização, promiscuidade associadas ao tema...entendo que o "FUNK" carioca, seja uma espécie de câncer para o nosso já tão maltratado país e povo na sua maioria com tão pouca instrução e opções de divertimento "saudável"...algo que destrói a reputação das mulheres, tira o valor que as mesmas certamente tem como seres humanos, pois, todos sabemos que não apenas pedaços de "carne fácil", "cachorras", "vadias", como os tais "DJs" e MCs" pregam com louvor em suas "composições"!

Rap Rasteiro

Este é um problema na sua maioria para os jovenzinhos do sexo masculino, que veem nestas canções a sua "realidade espelhada"! Ok! Nas músicas que os alunos nos trouxeram para querer aprender a tocar, vimos na maioria das letras (que assim como o "FUNK" carioca, são o principal atrativo por serem altamente impressionistas), apenas 3 "mensagens":

1 - Marginalização de valores morais! (-)
2 - Ódio extremista total à força policial e legislação! (-)
3 - Críticas ao sistema social-político! (+)

Pois bem! Para que não pareça demagogia, antes de continuar, um breve comentário: fiquei órfão de pai aos 16 anos e também resido no meio de uma das mais perigosas e violentas favelas da cidade de São Paulo, não tive problemas com a polícia, nem mesmo com o visual agressivo de roqueiro que usava na época, ou seja, vivenciei bem o que estou à escrever aqui! E sei que o preconceito social/racial existe sim por parte de alguns PMs! A ingratidão da Música. 3469776622

Continuando...

A maioria destes jovens querem resolver tudo na base da porrada, faca, bala, etc..não há habilidades para decisões sobre conduta, tudo é na base da força, da atitude! O sonho de 9 em cada 10 era ser bandido, ladrão ou traficante, para "melhorar de vida" e ajudar à familia! Percebe-se ai mais uma hipocrisia neste tipo de música (sem generalizar, claro) que prega exatamente este tipo de coisa com palavras disfarçadas! Esses rapazinhos na sua maioria de etnia negra, diziam que tinham que ouvir e gostar disso por que era musica "de preto favelado", quase que como uma obrigação inconscientemente firmada!

O motivo pelo qual decidimos trabalhar com o Blues, foi para mostar que o mundo deve muito aos negros, e a sua música, que a realidade poderia ser vista com outros olhos, o sofrimento que eles passam hoje perto do que os ancestrais passaram é bem menor, pode ser resolvido lutando com outras armas! Virou até trabalho de história o nosso projeto numa das classes da escola! Very Happy

Levamos letras de Bukka White (que seria uma espécie de Raper pioneiro), BB King, Robert Johnson, Blind Lemon Jefferson e Sonny Boy Williamson.

O resultado foi tão positivo, a sonoridade e o feeling marcante do blues associado com as letras caprichosamente traduzidas por um amigo nosso, com sinônimos de fácil assimilação, literalmente mudou a idéia que muitos jovens tinham sobre o que era ou o que deveria ser a "minha realidade" ou "música de americano" (entrando ai outra incompatibildade de infromação, e preconceito, pois o RAP nasceu lá)! Muitos decidiram se concentrar mais nos estudos, especialmente português, para escrever raps! Consequentemente, criaram o hábito da leitura, sugerimos alguns livros leves para eles, até mesmo presenteamos alguns alunos mais interessados com alguns. Mais informação na mente lhes fizeram ter outra visão para o futuro, não apenas as letras que espelhavam somente o negativismo de suas vidas!

Emocore

Foi apenas um comentário pessoal, quis mostrar minha indignação à musica sem o combo (baixo, Batera, guitarra), rs, alguns filhos de amigos meus tem bandas desse estilo e não sou um odiador da coisa, claro que não consigo ouvir em meu MP3 Player ou em casa, mas acho que fora o apelo visual e as letras infantis, a sonoridade ainda amadurecerá, assim como o Hard Rock Farofa dos anos 80 (ADORO), que era bastante criticado no seu auge e hoje é bem aceito!

Em resumo amigo:

Este trabalho foi gratificante, assim como acredito que o seu tenha sido também! Creio que o trabalho de um professor, mesmo voluntário, é o de moldar mentes férteis, mesmo que com certa parcialidade...e...quando temos sucesso até em pequenas doses, nosso sorriso vai de orelha à orelha! cheers

Aguardo suas considerações! Espero não ter criado nenhum atrito, acho que peguei um tanto pesado no post inicial com a maneira que me expressei!

Obs.: Gostaria de conversar em outro canal sobre esta sua experiência, trocar informações e tal, pois nas férias pretendo tentar este projeto novamente! Novas idéias serão muito bem-vindas! O que acha!? santa

Abraço!


Última edição por Masteles em Sex Nov 25, 2011 10:42 am, editado 7 vez(es)

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Mensagem por Cayo Castro Sex Nov 25, 2011 10:13 am

^ Se eu não tivesse morrendo de preguiça, ia dar "reply"...
Mas to com ummmmm sonooooo...

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Mensagem por subgrave Sex Nov 25, 2011 10:25 am

ejrbass escreveu:
A musicalização que acontece nas escolas públicas não é necessariamente aula de um instrumento, ou seja, o foco não é formar instrumentista! isso pode vir a acontecer com alguns deles, se assim quiserem! A idéia é dar ferramentas para que possam tanto experimentar a música, como analisar o que ouvem, não adianta chegar dizendo que Funk ou sertanejo ou o que eles gostem não presta! na verdade tem que partir do universo do aluno para daí expandir! na escola onde estou os alunos do 5º ano pediram para que eu levasse um funk, perguntei qual eles queriam, me disseram uma música, então levei pra casa, ouvi, peguei a letra e fui pra sala com ela, o interesse deles aumentou demais, eles tiveram a oportunidade de ouvir a música, que estão acostumados a ouvir no dia a dia, de uma outra forma, de um outro ponto de vista! ver letra, analizar, tentar ouvir que instrumentos tem na música, no caso so sampler! ai levei uma outra música pra fazermos a mesma analise! e ai eles mesmos chegam a conclusão! não todos! alguns não sabem ler no 5º ano, ou são analfabetos funcionais, tem muitas barrerras, não quer dizer que vai deixar de existir musica "ruim" que é algo bem relativo, muitas dessas musicas que não gostamos por não nos dizer nada e serem musicalmente fracas, pra eles muitas vezes retratam suas vidas! é um outro mundo! é como se fosse outro planeta! é meu primeiro ano dando aula em escola e apanhei muito, os menores do 2º ano basicamente são brincadeiras que envolvam musica, que trabalhem coordenação motora, lateralidade, sonoridades, texturas musicais! mas nem sempre dá certo! as vezes acho q uma atividade vai ser o máximo e acaba sendo fraco ou vice versa!
Mas é muito gratificante ve-los melhorar auto estima, a noção de coletividade, diminuir a agressividade que é imensa, eles vivem num ambiente extremamente tenso!
Não entendi a parte na resposta que fala que não tem outra coisa que possa ser incluida na musicalização que não seja o Funk(carioca), Rap e emocore!! se puder esclarecer o seu ponto de vista eu agradeço!
E respondendo o Subgrave, desconheço um programa curricular como acontece com outras disciplinas como matemática, história, geografia...! trabalha-se muito os parâmetros do som, paisagem sonora, apreciação musical, trabalhos em conjunto envolvendo texturas musicais com materiais diversos, brincadeiras com musica, mas o objetivo não é só a musica!
Esse é um bom exemplo do que dá pra fazer em escolas! no caso ai é no IFPB com alunos do 2º grau, esse trabalho é de um amigo, Bruno Torrez! to desenvolvendo um trabalho com jornais também!

Era o que eu imaginava. Parabéns, e boa sorte na empreitada.

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Mensagem por ejrbass Sex Nov 25, 2011 4:21 pm

Masteles escreveu:erjbass...

vamos lá!

Acho que me expressei mal! às vezes contemplo uma ideia em minha mente, comento apenas poucas linhas e imagino que as pessoas entenderam meu ponto de vista! Desculpe!

Explicando melhor meu comentário...

"FUNK" Carioca

Nesta experiência que tive como voluntário, pude ver e vivenciar, especialmente nas garotinhas da periferia (de 11 à 14 anos), que tem contato diário e intenso com o tal "FUNK" carioca, seja em casa (apreciado pelos familiares) ou nas redondezas onde brincam/moram (por vizinhos e amigo), uma profunda e repugnante distorção de valores e comportamento. Cursei magistério técnico nos anos 90, li muito sobre psicologia infanto-juvenil, aprendi um pouco sobre os danos que uma infância mal orientada pode causar, e, o uso de linguagem altamente ofensiva, e pesada que são rapidamente absorvidas por estas crianças, palavras que não deveriam estar presentes no vocabulário de um ser em idade tão tenra. Isso (NMO) destrói a visão de uma vida respeitosa que uma criança deve ter pelo resto dos dias, a perda de respeito próprio, a vulgarização, promiscuidade associadas ao tema...entendo que o "FUNK" carioca, seja uma espécie de câncer para o nosso já tão maltratado país e povo na sua maioria com tão pouca instrução e opções de divertimento "saudável"...algo que destrói a reputação das mulheres, tira o valor que as mesmas certamente tem como seres humanos, pois, todos sabemos que não apenas pedaços de "carne fácil", "cachorras", "vadias", como os tais "DJs" e MCs" pregam com louvor em suas "composições"!

Rap Rasteiro

Este é um problema na sua maioria para os jovenzinhos do sexo masculino, que veem nestas canções a sua "realidade espelhada"! Ok! Nas músicas que os alunos nos trouxeram para querer aprender a tocar, vimos na maioria das letras (que assim como o "FUNK" carioca, são o principal atrativo por serem altamente impressionistas), apenas 3 "mensagens":

1 - Marginalização de valores morais! (-)
2 - Ódio extremista total à força policial e legislação! (-)
3 - Críticas ao sistema social-político! (+)

Pois bem! Para que não pareça demagogia, antes de continuar, um breve comentário: fiquei órfão de pai aos 16 anos e também resido no meio de uma das mais perigosas e violentas favelas da cidade de São Paulo, não tive problemas com a polícia, nem mesmo com o visual agressivo de roqueiro que usava na época, ou seja, vivenciei bem o que estou à escrever aqui! E sei que o preconceito social/racial existe sim por parte de alguns PMs! A ingratidão da Música. 3469776622

Continuando...

A maioria destes jovens querem resolver tudo na base da porrada, faca, bala, etc..não há habilidades para decisões sobre conduta, tudo é na base da força, da atitude! O sonho de 9 em cada 10 era ser bandido, ladrão ou traficante, para "melhorar de vida" e ajudar à familia! Percebe-se ai mais uma hipocrisia neste tipo de música (sem generalizar, claro) que prega exatamente este tipo de coisa com palavras disfarçadas! Esses rapazinhos na sua maioria de etnia negra, diziam que tinham que ouvir e gostar disso por que era musica "de preto favelado", quase que como uma obrigação inconscientemente firmada!

O motivo pelo qual decidimos trabalhar com o Blues, foi para mostar que o mundo deve muito aos negros, e a sua música, que a realidade poderia ser vista com outros olhos, o sofrimento que eles passam hoje perto do que os ancestrais passaram é bem menor, pode ser resolvido lutando com outras armas! Virou até trabalho de história o nosso projeto numa das classes da escola! Very Happy

Levamos letras de Bukka White (que seria uma espécie de Raper pioneiro), BB King, Robert Johnson, Blind Lemon Jefferson e Sonny Boy Williamson.

O resultado foi tão positivo, a sonoridade e o feeling marcante do blues associado com as letras caprichosamente traduzidas por um amigo nosso, com sinônimos de fácil assimilação, literalmente mudou a idéia que muitos jovens tinham sobre o que era ou o que deveria ser a "minha realidade" ou "música de americano" (entrando ai outra incompatibildade de infromação, e preconceito, pois o RAP nasceu lá)! Muitos decidiram se concentrar mais nos estudos, especialmente português, para escrever raps! Consequentemente, criaram o hábito da leitura, sugerimos alguns livros leves para eles, até mesmo presenteamos alguns alunos mais interessados com alguns. Mais informação na mente lhes fizeram ter outra visão para o futuro, não apenas as letras que espelhavam somente o negativismo de suas vidas!

Emocore

Foi apenas um comentário pessoal, quis mostrar minha indignação à musica sem o combo (baixo, Batera, guitarra), rs, alguns filhos de amigos meus tem bandas desse estilo e não sou um odiador da coisa, claro que não consigo ouvir em meu MP3 Player ou em casa, mas acho que fora o apelo visual e as letras infantis, a sonoridade ainda amadurecerá, assim como o Hard Rock Farofa dos anos 80 (ADORO), que era bastante criticado no seu auge e hoje é bem aceito!

Em resumo amigo:

Este trabalho foi gratificante, assim como acredito que o seu tenha sido também! Creio que o trabalho de um professor, mesmo voluntário, é o de moldar mentes férteis, mesmo que com certa parcialidade...e...quando temos sucesso até em pequenas doses, nosso sorriso vai de orelha à orelha! cheers

Aguardo suas considerações! Espero não ter criado nenhum atrito, acho que peguei um tanto pesado no post inicial com a maneira que me expressei!

Obs.: Gostaria de conversar em outro canal sobre esta sua experiência, trocar informações e tal, pois nas férias pretendo tentar este projeto novamente! Novas idéias serão muito bem-vindas! O que acha!? santa

Abraço!

Masteles, primeiramente parabéns pelo seu trabalho e por sua visão, de forma alguma criou atrito, eu com certeza não tinha compreendido na totalidade o que voce queria dizer! concordo demais com o que voce escreveu, e apesar de estarmos em duas cidades distântes e diferentes, existem pontos onde acontece a mesma coisa! gostei muito do "moldar mentes férteis" , o trabalho de professor de música com certeza vai além da musicalização, seja qual for o foco da mesma! Vou deixar meu contato por MP pra trocarmos mais idéias, toda ajuda é muito bem vinda!
Abçs!
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Mensagem por ejrbass Sex Nov 25, 2011 4:29 pm

subgrave escreveu:
ejrbass escreveu:
A musicalização que acontece nas escolas públicas não é necessariamente aula de um instrumento, ou seja, o foco não é formar instrumentista! isso pode vir a acontecer com alguns deles, se assim quiserem! A idéia é dar ferramentas para que possam tanto experimentar a música, como analisar o que ouvem, não adianta chegar dizendo que Funk ou sertanejo ou o que eles gostem não presta! na verdade tem que partir do universo do aluno para daí expandir! na escola onde estou os alunos do 5º ano pediram para que eu levasse um funk, perguntei qual eles queriam, me disseram uma música, então levei pra casa, ouvi, peguei a letra e fui pra sala com ela, o interesse deles aumentou demais, eles tiveram a oportunidade de ouvir a música, que estão acostumados a ouvir no dia a dia, de uma outra forma, de um outro ponto de vista! ver letra, analizar, tentar ouvir que instrumentos tem na música, no caso so sampler! ai levei uma outra música pra fazermos a mesma analise! e ai eles mesmos chegam a conclusão! não todos! alguns não sabem ler no 5º ano, ou são analfabetos funcionais, tem muitas barrerras, não quer dizer que vai deixar de existir musica "ruim" que é algo bem relativo, muitas dessas musicas que não gostamos por não nos dizer nada e serem musicalmente fracas, pra eles muitas vezes retratam suas vidas! é um outro mundo! é como se fosse outro planeta! é meu primeiro ano dando aula em escola e apanhei muito, os menores do 2º ano basicamente são brincadeiras que envolvam musica, que trabalhem coordenação motora, lateralidade, sonoridades, texturas musicais! mas nem sempre dá certo! as vezes acho q uma atividade vai ser o máximo e acaba sendo fraco ou vice versa!
Mas é muito gratificante ve-los melhorar auto estima, a noção de coletividade, diminuir a agressividade que é imensa, eles vivem num ambiente extremamente tenso!
Não entendi a parte na resposta que fala que não tem outra coisa que possa ser incluida na musicalização que não seja o Funk(carioca), Rap e emocore!! se puder esclarecer o seu ponto de vista eu agradeço!
E respondendo o Subgrave, desconheço um programa curricular como acontece com outras disciplinas como matemática, história, geografia...! trabalha-se muito os parâmetros do som, paisagem sonora, apreciação musical, trabalhos em conjunto envolvendo texturas musicais com materiais diversos, brincadeiras com musica, mas o objetivo não é só a musica!
Esse é um bom exemplo do que dá pra fazer em escolas! no caso ai é no IFPB com alunos do 2º grau, esse trabalho é de um amigo, Bruno Torrez! to desenvolvendo um trabalho com jornais também!

Era o que eu imaginava. Parabéns, e boa sorte na empreitada.
Valeu Subgrave!
Acho que voce sabe da lei que obriga as escolas a terem o ensino de musica! se não, vou deixar aqui uma matéria que fala a respeito! muita gente acha que só profissionais com formação superior (licenciatura) podem dar aulas, mas no caso da musica não é bem assim, até mesmo por que não tem profissional suficiente pra tanta vaga! segue ai embaixo!


"A lei nº 11.769 foi sancionada no dia 18 de agosto de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a passou a valer para o ensino fundamental e médio de todas as escolas brasileiras. 3 anos foram dados às escolas para que adaptem seu currículo na área de artes. Assim, a lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que determinava o aprendizado de arte, mas não especificava o conteúdo.


Especialistas reconhecem os benefícios que o ensino da música pode trazer para o desenvolvimento e a sociabilidade das crianças e consideram que essa aprendizagem estimula a criatividade infantil. Não se exige formar músicos profissionais, mas despertar o apreço das crianças pela música. Por isso é fundamental que as aulas sejam conectadas com o universo infantil. Durante a iniciação musical é importante que a criança tenha acesso à diferentes instrumentos e estilos musicais: essa diversidade poderá apontar caminhos para essa criança.

O artigo que previa a formação específica de professores na área musical para ministrar a disciplina foi vetado por Lula, com a justificativa de que a música é uma prática social e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação acadêmica específica ou oficial na área e que são reconhecidos nacionalmente. "
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A ingratidão da Música. Empty Re: A ingratidão da Música.

Mensagem por Masteles Sex Nov 25, 2011 4:38 pm

ejrbass escreveu:
Masteles escreveu:erjbass...

vamos lá!

Acho que me expressei mal! às vezes contemplo uma ideia em minha mente, comento apenas poucas linhas e imagino que as pessoas entenderam meu ponto de vista! Desculpe!

Explicando melhor meu comentário...

"FUNK" Carioca

Nesta experiência que tive como voluntário, pude ver e vivenciar, especialmente nas garotinhas da periferia (de 11 à 14 anos), que tem contato diário e intenso com o tal "FUNK" carioca, seja em casa (apreciado pelos familiares) ou nas redondezas onde brincam/moram (por vizinhos e amigo), uma profunda e repugnante distorção de valores e comportamento. Cursei magistério técnico nos anos 90, li muito sobre psicologia infanto-juvenil, aprendi um pouco sobre os danos que uma infância mal orientada pode causar, e, o uso de linguagem altamente ofensiva, e pesada que são rapidamente absorvidas por estas crianças, palavras que não deveriam estar presentes no vocabulário de um ser em idade tão tenra. Isso (NMO) destrói a visão de uma vida respeitosa que uma criança deve ter pelo resto dos dias, a perda de respeito próprio, a vulgarização, promiscuidade associadas ao tema...entendo que o "FUNK" carioca, seja uma espécie de câncer para o nosso já tão maltratado país e povo na sua maioria com tão pouca instrução e opções de divertimento "saudável"...algo que destrói a reputação das mulheres, tira o valor que as mesmas certamente tem como seres humanos, pois, todos sabemos que não apenas pedaços de "carne fácil", "cachorras", "vadias", como os tais "DJs" e MCs" pregam com louvor em suas "composições"!

Rap Rasteiro

Este é um problema na sua maioria para os jovenzinhos do sexo masculino, que veem nestas canções a sua "realidade espelhada"! Ok! Nas músicas que os alunos nos trouxeram para querer aprender a tocar, vimos na maioria das letras (que assim como o "FUNK" carioca, são o principal atrativo por serem altamente impressionistas), apenas 3 "mensagens":

1 - Marginalização de valores morais! (-)
2 - Ódio extremista total à força policial e legislação! (-)
3 - Críticas ao sistema social-político! (+)

Pois bem! Para que não pareça demagogia, antes de continuar, um breve comentário: fiquei órfão de pai aos 16 anos e também resido no meio de uma das mais perigosas e violentas favelas da cidade de São Paulo, não tive problemas com a polícia, nem mesmo com o visual agressivo de roqueiro que usava na época, ou seja, vivenciei bem o que estou à escrever aqui! E sei que o preconceito social/racial existe sim por parte de alguns PMs! A ingratidão da Música. 3469776622

Continuando...

A maioria destes jovens querem resolver tudo na base da porrada, faca, bala, etc..não há habilidades para decisões sobre conduta, tudo é na base da força, da atitude! O sonho de 9 em cada 10 era ser bandido, ladrão ou traficante, para "melhorar de vida" e ajudar à familia! Percebe-se ai mais uma hipocrisia neste tipo de música (sem generalizar, claro) que prega exatamente este tipo de coisa com palavras disfarçadas! Esses rapazinhos na sua maioria de etnia negra, diziam que tinham que ouvir e gostar disso por que era musica "de preto favelado", quase que como uma obrigação inconscientemente firmada!

O motivo pelo qual decidimos trabalhar com o Blues, foi para mostar que o mundo deve muito aos negros, e a sua música, que a realidade poderia ser vista com outros olhos, o sofrimento que eles passam hoje perto do que os ancestrais passaram é bem menor, pode ser resolvido lutando com outras armas! Virou até trabalho de história o nosso projeto numa das classes da escola! Very Happy

Levamos letras de Bukka White (que seria uma espécie de Raper pioneiro), BB King, Robert Johnson, Blind Lemon Jefferson e Sonny Boy Williamson.

O resultado foi tão positivo, a sonoridade e o feeling marcante do blues associado com as letras caprichosamente traduzidas por um amigo nosso, com sinônimos de fácil assimilação, literalmente mudou a idéia que muitos jovens tinham sobre o que era ou o que deveria ser a "minha realidade" ou "música de americano" (entrando ai outra incompatibildade de infromação, e preconceito, pois o RAP nasceu lá)! Muitos decidiram se concentrar mais nos estudos, especialmente português, para escrever raps! Consequentemente, criaram o hábito da leitura, sugerimos alguns livros leves para eles, até mesmo presenteamos alguns alunos mais interessados com alguns. Mais informação na mente lhes fizeram ter outra visão para o futuro, não apenas as letras que espelhavam somente o negativismo de suas vidas!

Emocore

Foi apenas um comentário pessoal, quis mostrar minha indignação à musica sem o combo (baixo, Batera, guitarra), rs, alguns filhos de amigos meus tem bandas desse estilo e não sou um odiador da coisa, claro que não consigo ouvir em meu MP3 Player ou em casa, mas acho que fora o apelo visual e as letras infantis, a sonoridade ainda amadurecerá, assim como o Hard Rock Farofa dos anos 80 (ADORO), que era bastante criticado no seu auge e hoje é bem aceito!

Em resumo amigo:

Este trabalho foi gratificante, assim como acredito que o seu tenha sido também! Creio que o trabalho de um professor, mesmo voluntário, é o de moldar mentes férteis, mesmo que com certa parcialidade...e...quando temos sucesso até em pequenas doses, nosso sorriso vai de orelha à orelha! cheers

Aguardo suas considerações! Espero não ter criado nenhum atrito, acho que peguei um tanto pesado no post inicial com a maneira que me expressei!

Obs.: Gostaria de conversar em outro canal sobre esta sua experiência, trocar informações e tal, pois nas férias pretendo tentar este projeto novamente! Novas idéias serão muito bem-vindas! O que acha!? santa

Abraço!

Masteles, primeiramente parabéns pelo seu trabalho e por sua visão, de forma alguma criou atrito, eu com certeza não tinha compreendido na totalidade o que voce queria dizer! concordo demais com o que voce escreveu, e apesar de estarmos em duas cidades distântes e diferentes, existem pontos onde acontece a mesma coisa! gostei muito do "moldar mentes férteis" , o trabalho de professor de música com certeza vai além da musicalização, seja qual for o foco da mesma! Vou deixar meu contato por MP pra trocarmos mais idéias, toda ajuda é muito bem vinda!
Abçs!

Que bom que consegui esclarecer a situação antes de dar à entender que sou um troll! Rs!

Cara, um professor meu do ensino médio comentava isso de moldar mentes, é uma daquelas frases que ficam marcadas em nossa memória para sempre, pelo menos para mim ficou!

Eu gostaria mesmo de ter mais conhecimento em teoria musical para poder passar à mais pessoinhas deste tipo! Morro de inveja (saudável), de professores profissionais de música que se dedicam à integralmente a arte de lecionar!

E vamos nos mobilizar ai pelo social sim meu velho! O ser supremo (que cada um tem em sua crença), nos abençoou com este dom maravilhoso, seria puro egoísmo de noss aclasse (músicos), não compartilhar com os que merecem! E com certeza egoístas não somos!

Abraços! afro

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A ingratidão da Música. Empty Re: A ingratidão da Música.

Mensagem por TiagoAndrade Sáb Nov 26, 2011 12:16 am

ejrbass escreveu:
Acho que voce sabe da lei que obriga as escolas a terem o ensino de musica! se não, vou deixar aqui uma matéria que fala a respeito! muita gente acha que só profissionais com formação superior (licenciatura) podem dar aulas, mas no caso da musica não é bem assim, até mesmo por que não tem profissional suficiente pra tanta vaga! segue ai embaixo!


"A lei nº 11.769 foi sancionada no dia 18 de agosto de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a passou a valer para o ensino fundamental e médio de todas as escolas brasileiras. 3 anos foram dados às escolas para que adaptem seu currículo na área de artes. Assim, a lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que determinava o aprendizado de arte, mas não especificava o conteúdo.


Especialistas reconhecem os benefícios que o ensino da música pode trazer para o desenvolvimento e a sociabilidade das crianças e consideram que essa aprendizagem estimula a criatividade infantil. Não se exige formar músicos profissionais, mas despertar o apreço das crianças pela música. Por isso é fundamental que as aulas sejam conectadas com o universo infantil. Durante a iniciação musical é importante que a criança tenha acesso à diferentes instrumentos e estilos musicais: essa diversidade poderá apontar caminhos para essa criança.

O artigo que previa a formação específica de professores na área musical para ministrar a disciplina foi vetado por Lula, com a justificativa de que a música é uma prática social e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação acadêmica específica ou oficial na área e que são reconhecidos nacionalmente. "

Sei não cara. Vou e volto com isso.
É bom sim saber que não depende apenas de certificado para ensinar. Porém, o mercado fica ruim para aqueles que já tem o certificado.
É como se desvalorizasse os anos de estudo destes. Entende?
Acredito que isso seja com para pessoas como eu que não tenho um diploma de licenciatura, contudo, para os que tem isso não é tão bom assim.

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A ingratidão da Música. Empty Re: A ingratidão da Música.

Mensagem por ejrbass Sáb Nov 26, 2011 12:35 am

TiagoAndrade escreveu:
ejrbass escreveu:
Acho que voce sabe da lei que obriga as escolas a terem o ensino de musica! se não, vou deixar aqui uma matéria que fala a respeito! muita gente acha que só profissionais com formação superior (licenciatura) podem dar aulas, mas no caso da musica não é bem assim, até mesmo por que não tem profissional suficiente pra tanta vaga! segue ai embaixo!


"A lei nº 11.769 foi sancionada no dia 18 de agosto de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a passou a valer para o ensino fundamental e médio de todas as escolas brasileiras. 3 anos foram dados às escolas para que adaptem seu currículo na área de artes. Assim, a lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que determinava o aprendizado de arte, mas não especificava o conteúdo.


Especialistas reconhecem os benefícios que o ensino da música pode trazer para o desenvolvimento e a sociabilidade das crianças e consideram que essa aprendizagem estimula a criatividade infantil. Não se exige formar músicos profissionais, mas despertar o apreço das crianças pela música. Por isso é fundamental que as aulas sejam conectadas com o universo infantil. Durante a iniciação musical é importante que a criança tenha acesso à diferentes instrumentos e estilos musicais: essa diversidade poderá apontar caminhos para essa criança.

O artigo que previa a formação específica de professores na área musical para ministrar a disciplina foi vetado por Lula, com a justificativa de que a música é uma prática social e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação acadêmica específica ou oficial na área e que são reconhecidos nacionalmente. "

Sei não cara. Vou e volto com isso.
É bom sim saber que não depende apenas de certificado para ensinar. Porém, o mercado fica ruim para aqueles que já tem o certificado.
É como se desvalorizasse os anos de estudo destes. Entende?
Acredito que isso seja com para pessoas como eu que não tenho um diploma de licenciatura, contudo, para os que tem isso não é tão bom assim.
Concordo contigo, eu tenho a licenciatura! e é fogo ver muitas vagas tomadas por bachareis, que não tem muita noção do que fazer numa escola, mas o mercado acabou ficando de repente grande! eu quando fiz a licenciatura ainda era o formato de Educação Artística com Habilitação em música, hoje aqui em JP tem o curso de Educação Musical e esse ano tem alguns instrumentos sendo disponibilizados pra cursar, bateria, baixo, guitarra e violão, se não me engano! ainda tem o mestrado em etnomusicologia e educação musical, acredito que tem haver com as mudanças dos últimos anos, da visão em relação a música, e sua importancia na formação das pessoas, mas tem que ter cuidado ao lecionar, as pessoas que nao passaram por uma licenciatura não conhecem algumas coisas como didatica, psicologia infantil entre outros, tem que fazer como nosso amigo que estudou, procurou livros, referencias!! tem que encarar de forma séria e com responsabilidade! citei isso por que o tópico vem falando da musica ser "ingrata" ou não, e eu defendo que viver da música não se limita a tocar, nem só ensinar, gravar.... apenas deixei como algo a ser pensado pelos colegas do forum, pois acredito, que um dos grandes desafios de quem trabalha com arte, não apenas música, é ter um fixo!!colocar o pão na mesa, como foi dito, e se for possível com música, ótimo né??!!
Abçs!
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A ingratidão da Música. Empty Re: A ingratidão da Música.

Mensagem por TiagoAndrade Sáb Nov 26, 2011 1:18 am

ejrbass escreveu:
Concordo contigo, eu tenho a licenciatura! e é fogo ver muitas vagas tomadas por bachareis, que não tem muita noção do que fazer numa escola, mas o mercado acabou ficando de repente grande! eu quando fiz a licenciatura ainda era o formato de Educação Artística com Habilitação em música, hoje aqui em JP tem o curso de Educação Musical e esse ano tem alguns instrumentos sendo disponibilizados pra cursar, bateria, baixo, guitarra e violão, se não me engano! ainda tem o mestrado em etnomusicologia e educação musical, acredito que tem haver com as mudanças dos últimos anos, da visão em relação a música, e sua importancia na formação das pessoas, mas tem que ter cuidado ao lecionar, as pessoas que nao passaram por uma licenciatura não conhecem algumas coisas como didatica, psicologia infantil entre outros, tem que fazer como nosso amigo que estudou, procurou livros, referencias!! tem que encarar de forma séria e com responsabilidade! citei isso por que o tópico vem falando da musica ser "ingrata" ou não, e eu defendo que viver da música não se limita a tocar, nem só ensinar, gravar.... apenas deixei como algo a ser pensado pelos colegas do forum, pois acredito, que um dos grandes desafios de quem trabalha com arte, não apenas música, é ter um fixo!!colocar o pão na mesa, como foi dito, e se for possível com música, ótimo né??!!
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Sim é verdade.
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Mensagem por Guilherme Lizardo Sáb Nov 26, 2011 12:25 pm

Estava eu na aula, conversando com meu professor de baixo ( Itamar Collaço):

Guilherme: Itamar, como você chegou neste estágio?
Itamar: Estudando
Guilherme: Como eu faço pra chegar?
Itamar: Estude, Estude muito, e se você quiser, vira o melhor do mundo ou o Antony Jackson.

eu realmente hoje vejo muitas pessoas querendo ser sidemans, músicos "profissionais", mas falta uma carência de estudo, ou a gente acha que sabe, mas na realidade não sabe.
eu acho que a maioria aqui tem muita coisa, já tem um baixo, um amplizinho, e reclama de falta de oportunidade =p

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