Sete Notas

Se a música é a arte de tocar e ouvir, como então passá-la de geração para geração numa época em que não existiam gravações, fonógrafos, CDs, etc?

O responsável por tudo o que conhecemos hoje foi um Monge, Guido d'Arezzo, o primeiro a elaborar e adotar a escrita musical em pauta, definiu as claves para registrar os sons e suas características. Dessa forma, o Monge registrou todos os cânticos de louvor, para que os mesmos não perdessem suas estruturas ao longos das gerações.

Antes dele, já se nomeavam as notas musicais segundo o alfabeto, mas não se diferenciavam suas nuances, duração e os diferentes tons, e não chegava a ser considerado um registro musical. Foi então que o Frei Guido, que viveu entre 995 e 1050, definiu uma primeira partitura, e denominou as Sete Notas segundo um Hino a São João Batista:

UT Queant Laxais (Para que possam)
REsonares Fibris (Ressoar as maravilhas)
MIra Gestorum (De teus feitos)
FAmulti Tuorum (Com largos cantos)
SOLve Polluti (Apaga os erros)
LABII Reatum (Dos lábios manchados)
SAncte Ioannes (Ó São João)

Anos mais tarde, o DÓ (UT) e o SI (SA) foram renomeados. Mas, devemos a Frei Guido a padronização da passagem do conhecimento musical até os dias de hoje.

Muito interessante!!!!!!

Mas na época tina Ut bemol e Sá sustenido....ou seria um Sá# um Ut ??? rsrsrs

Muito bacana Cláudio, podíamos (vcs...heheeh) criarem tópicos fixos com algumas dessas curiosidades e lances de teoria e história da música...o q acha ?

Abç

GuilhermeBaixista escreveu:
Mas na época tina Ut bemol e Sá sustenido....ou seria um Sá# um Ut ??? rsrsrs

Pelo o que andei lendo, os acidentes não eram tratados naquela época da forma como conhecemos hoje (sustenidos e bemóis), as partituras eram escritas com base em melodias vocais!

GuilhermeBaixista escreveu:
Muito bacana Cláudio, podíamos (vcs...heheeh) criarem tópicos fixos com algumas dessas curiosidades e lances de teoria e história da música...o q acha ?

Cheguei a pensar nisso na época em que o Maurício Expressão começou a divulgar aquele material investigativo sobre os baixos da Giannini e Fender. Só tive receio de não ter tanto material assim pra postar e acabar ficando uma área "vazia". Mas a idéia é interessante de manter uma área pra reunir todo esse material. Vamos ver o que o pessoal tem a dizer sobre isso... caso se torne um desejo coletivo, e houver o compromisso de sempre estar alimentando essa área, não vejo motivos então para não criá-la!

Já conhecia essa Oração de São João.
Aliás aprendi isso na minha primeira aula de baixo...

nao tive uma aula, mas eu fiqui curioso e procurei no google hehe

na alemanha ainda se utiliza do UT..
la tbm é usado o sofejo relativo..
aqui no brasil usamos da escola francesa que é o sofejo absoluto..
me corrijam se estiver errado..

Alencar...

Depende do professor.

La ná UFC utilizam o solfejo relativo.

Na UECE acho que utilizam o absoluto.

Não sei como é no resto do Brasil.

Poisé.. tem algumas excessoes, mas no geral é sofejo absoluto...

Levei uns sons na Alemanha, mas não lembre de UT nenhum não... Eu devia estar bebado! O cara devia estar dizendo: "Keine Si, das ist eine Ut. Ut! Scheize!"

Trecho retirado do livro Teoria da Música de Bohumil Med.

Até o século XI a altura era a única característica grafada. No século XII inicia-se a definição de duração. O timbre começa a ser indicado a partir do século XVI e a intensidade a partir do século XVII.

A música foi cultivada durante muito tempo por transmissão oral, de geração em geração. As origens da notação musical ocidental encontram-se nos símbolos taquigráficos gregos - notação fonética. Do século V ao século VII foi aperfeiçoado um sistema de neumas, uma espécie de mneumônica, que não definia a altura exata, apenas dava uma idéia aproximada da melodia. Por volta do século IX surge a pauta. A princípio consistia em uma única linha horizontal colorida (vermelha - representava a nota Fá), à qual foi posteriormente acrescentada outra linha colorida (amarela - representava a nota Dó). Guido d'Arezzo (992 - 1050) sugeriu o emprego de três e quatro linhas (o canto gregoriano utiliza até hoje o tetragrama). O pentagrama, sistema de cinco linhas paralelas, conhecido desde o século XI, foi adotado apenas no século XVII. (Med, p.13)

...

Fá Mendonça escreveu:Trecho retirado do livro Teoria da Música de Bohumil Med.

Até o século XI a altura era a única característica grafada. No século XII inicia-se a definição de duração. O timbre começa a ser indicado a partir do século XVI e a intensidade a partir do século XVII.

A música foi cultivada durante muito tempo por transmissão oral, de geração em geração. As origens da notação musical ocidental encontram-se nos símbolos taquigráficos gregos - notação fonética. Do século V ao século VII foi aperfeiçoado um sistema de neumas, uma espécie de mneumônica, que não definia a altura exata, apenas dava uma idéia aproximada da melodia. Por volta do século IX surge a pauta. A princípio consistia em uma única linha horizontal colorida (vermelha - representava a nota Fá), à qual foi posteriormente acrescentada outra linha colorida (amarela - representava a nota Dó). Guido d'Arezzo (992 - 1050) sugeriu o emprego de três e quatro linhas (o canto gregoriano utiliza até hoje o tetragrama). O pentagrama, sistema de cinco linhas paralelas, conhecido desde o século XI, foi adotado apenas no século XVII. (Med, p.13)

E o pentagrama surgiu da divisão do ENDECAGRAMA que era um sistema de 11 linhas no qual era difícil de achar as notas, assim foi eliminado a linha do meio, ficando duas pautas normais a clave de Sol e Clave de Fá e uma nota central entre as duas Claves, o Dó Central.