Fatores psicológicos que atrapalham a performance

Caros colegas baixistas, já vi casos de algumas questões como insegurança, timidez, depressão, etc. atrapalharem bastante a vida do músico seja em palco ou em qualquer situação com gente ouvindo.
Tenho sorte de mesmo que já tenha sido bastante tímido no começo da adolescência, palco e gente ao redor em situações musicais parecem nunca ter sido problema pra mim.
Gostaria de saber se alguém já teve ou tem problemas nesse sentido, para eventualmente ajudar algum aluno ou colega.

Uma coisa que observo muito são bandas que preparam uma apresentação para um determinado tipo de público; e ao chegar no local se deparam com uma platéia completamente diferente daquela que esperavam encontrar.
Via de regra isso causa um pouco de desconforto.
Tanto é que ultimamente tenho observado bandas de baile; que mantém "na manga" diversos tipos de repertorio, e meio que adequam o set list a cara do publico da noite em questão.

Quando era moleque tocava sempre de costas para o público, não por insegurança mas por timidez mesmo, isso atrapalhava de alguma forma os outros músicos, que sempre achavam estranho mas nunca interferiu negativamente nos shows, pelo contrário, sempre fluiu na normalidade.

Voltei a tocar um dia desses e hoje não tenho mais este problema, graças à Deus. Agora, o que me deixa inseguro e atrapalha muito a performance é "não confiar" em algum músico da banda. Sabe quando o cara é duro pra pegar harmonia? E nos ensaios sempre dá uma notas fora? Pois é, isso me deixa inseguro, minha ansiedade faz com que toque tenso nessas ocasiões.

Disso é verdade quando o seu interior não está bem ou seguro isso faz com que a chance de erro aumente uns 50%,apesar que varia de pessoa para pessoa que alguns se superam com o medo, o que o Ship Disse é real inclusive ja aconteceu comigo antigamente fazia um curso de baixo ai ia ter um monte de alunos tocando com seus respectivos professores ai eu pensando que a grande maioria iria ser uma platéia jovem que curte metal e talz ai me deparo com a maioria de senhoras que gostavam de gospel,ai eu pensei putz eu ia mandar Run to the hills do Iron com meu professor,sorte que tinhamos outras musicas ensaiadas e deu pra tocar Love Hurts do Nazareth apesar de não estar seguro nessa musica consegui dar uma enrolada em algumas partes mas foi um momento tanto quanto engraçado me lembrando hoje,mas me lembro que senti receio naquela vez...

Eu sou bem tímido, então quando o público é grande eu meio que travo.

^ idem!! Achei que só eu era ao contrário.
Evento grande nem ligo agora show pequenos e neguinho presta super atenção já fico mais concentrado!! Rssss

Cantão o Alcool ele influi para melhor ou pior no desempenho no palco?

Bem, eu adoro falar para públicos imensos, pequenos, perto de mim, longe de mim. Todas as vezes que toquei, nunca tive vergonha. Como já fui vocal da banda, em muitas vezes tive que conversar com o público, apresentar banda, enrolar quando dá um defeito, agradecer quando é um bom show, etc.
Desde a 8° série que procuro apresentar trabalhos em sala. Também comecei a tocar nesta época. Aprendi desde cedo a me aproveitar de situações assim. Por que?!? Eu nasci assim, meio que aparecido? Para mim não. A meu ver é questão de aprender a fazer e ser recompensado por aquilo, ou no mínimo, não temer mal algum (que na maioria são peças pregadas por nossa “mente”). Para tanto, existem formas de se ensinar para pessoas tímidas, inseguras (como quiserem chamar) maneiras pelas quais é possível estar em tais situações de maneira a gerar sentimentos de alegria, satisfação, etc...
Bem, fico apreensivo de entrar aqui em nuances da psicologia, é um fórum de contrabaixo afinal. Porém, se alguém se interessar em conhecer mais a fundo "Técnicas de Dessensibilização Sistemática", pode dar uma breve pesquisada no Google (o acadêmico é melhor para isso). Posso também explanar um pouco sobre, mas aviso que é teórico e metódico, não é milagre, é aprendizagem segura e programada de comportamentos eficazes para enfrentamento de contextos ansiogênicos...

Cantão escreveu: acho que vai de cada um...

Concordo Cantão ja no meu caso seria a ultima opção que após tomar algumas meus movimentos ja começam a ficar debilitados ahauheuhuehuheaheueaheuh

Fabricio1ron escreveu:Cantão o Alcool ele influi para melhor ou pior no desempenho no palco?

Não sei pra vcs, mas umas doses de whisky sempre ajudam a dar uma relaxada antes de subir no palco e fazem vc achar que está tocando demais, hehe!!! Mas nunca tive vergonha ou medo de palco. o que me atrapalha e deixa tenso é tocar sem um retorno decente, principalmente se o batera estiver sem retorno... ai tudo fica mais complicado e dar uma escorregada no tempo fica perigoso! e o pior é que essa é uma situação até meio que comum nos bares por ai. Há um mês atrás fizemos o café aurora nessas condições. acabou o show e a banda toda estava de boa, só eu e o batera que estavamos travados, kkk!!!

Eu toco em igreja, num coral gospel-sertanejo e toco violão num coral de senhoras. Estou lá há 5 anos e ainda hoje quando vai começar a missa e o ministro chama o canto de entrada e a igreja toda olha pra mim (pois o coral fica ao lado do altar) ainda sinto um frio na barriga, mas é só dar o primeiro acorde que a coisa vai que vai e quando vou ver já acabou a missa. Aprendi que nervosismo faz parte e que o mais importante é voce curtir aquele momento em que esta fazendo o que ama fazer.

afonsodecampos escreveu:Quando era moleque tocava sempre de costas para o público, não por insegurança mas por timidez mesmo, isso atrapalhava de alguma forma os outros músicos, que sempre achavam estranho mas nunca interferiu negativamente nos shows, pelo contrário, sempre fluiu na normalidade.

Voltei a tocar um dia desses e hoje não tenho mais este problema, graças à Deus. Agora, o que me deixa inseguro e atrapalha muito a performance é "não confiar" em algum músico da banda. Sabe quando o cara é duro pra pegar harmonia? E nos ensaios sempre dá uma notas fora? Pois é, isso me deixa inseguro, minha ansiedade faz com que toque tenso nessas ocasiões.

Até hoje eu toco e canto de olhos fechados no palco!

Eu sou tanto tímido, mas quando estou no meio de músicos me sinto sempre mais avontade, assim como aqui neste fórum.

A questão da bebida é interessante... minha experiência diz que, com pouquíssimas exceções, o timing e o senso de forma de todo mundo sofre quando a pessoa bebe, mesmo quem está acostumado e que beba uma quantidade considerada pela pessoa como pouco.
Existem uns Stevie Ray Vaughans por aí, mas até hoje vi pouco isso acontecer, olha que já toquei com gente em todos os níveis alcoólicos rsrs

Bom, aproveitando que o amigo acima citou SRV, e quanto aos Hendrixs da vida? Será que maconha ajuda ou atrapalha na hora de tocar? Óbviamente que não pretendo fazer o teste pratico (sou caretão) rs

Fernando Zadá escreveu:^ idem!! Achei que só eu era ao contrário.
Evento grande nem ligo agora show pequenos e neguinho presta super atenção já fico mais concentrado!! Rssss

Eu também me sinto mais confortável com um público maior.

Agora, o insuperável mesmo é quando os meus pais, namorada ou amigo me pedem para tocar algo. É praticamente impossível. Se for para cantar uma música, então... esquece!

Graças a Deus público não é meu problema. Costumo ter panes mentais quando eu perco o domínio da situação. Vamos e venhamos, existem aquelas músicas que já estão no teu sangue. Você as toca com toda a facilidade, improvisa, sabe de cor todos os detalhes e ainda inventa coisas novas incrementando-as. Existem porém umas que você só visita de vez em quando e causa dúvidas na sua cabeça. São aquelas que saem do nada, alguém pede por que tá com vontade de ouvir...Hehehehehehe essas me causam pane e me obrigam a fazer o feijão com arroz simples e às vezes com um pouco de tempero...tudo isso regado com uma dose de nervosismo

Pra mim ensaios e shows sempre tiveram ligados ao álcool, desde sempre! Hoje não mais com a mesma quantidade mas com a mesma frequência. É que ainda tenho o pensamento ignorante de que só me diverto se estiver bebericando alguma coisa. Hoje, nos ensaios trocamos a cerveja por vinho seco pra diminuir as idas ao banheiro.

Já fui de coral, já fui vocalista, e já fui lider de sala diversas vezes.

No começo da adolescencia, eu era tímido de doer, mas - como tudo na vida - é uma questão meramente de prática.

Tocar pra públicos menores, em ambientes mais íntimos, com certeza é bem mais complicado do que tocar pra públicos grandes, com características mais impessoais.

Uma das vezes que fiquei mais nervoso ao tocar foi em um recital para 10 pessoas...


SOBRE O ÁLCOOL, um gole dele ajuda a me desinibir, mas não é uma condição sine qua non para que eu suba tranquilo ao palco.

A primeira vez que subi em um palco,toquei de lado,não conseguia ficar de frente pra plateia.Depois só tocava com a cara enterrada no braço do baixo,até que me vi tocando em um video e cai nos estudos pra ter mais segurança e ser mais apresentavel.
De resto basta tirar os oculos de grau que não faz a menor diferença tocar em lugar grande ou pequeno.

A questão de estudo, ensaio, etc., pra dar segurança é normal mas não acho que seja determinante para acabar com o medo da platéia, isso é problema muito pessoal.

afonsodecampos escreveu:A questão de estudo, ensaio, etc., pra dar segurança é normal mas não acho que seja determinante para acabar com o medo da platéia, isso é problema muito pessoal.

Concordo,assim como excesso de confiança aliado a falta de experiencia também pode ser desastroso.

Fatores psicológicos são o que mais influenciam uma apresentação musical.
Aliás, fatores psicológicos são o que mais influenciam toda e qualquer performance do ser humano: profissional, pessoal, sexual, esportiva, coletiva, artística, etc.

Timidez é uma dádiva quando nos dá barreira e noção (de limite, de ridículo, de performance, etc...).
Mas timidez em excesso e fora de ordem é antes de tudo uma m$%&. Um fator limitante.

Quando vejo uma banda subir num palco, com os caras de costas para o público, já penso: lá vem coisa ruim.

O aspecto psicológico e todo o clima de uma apresentação é totalmente outro quando os caras da banda sobem no palco sorrindo e comprimentando a platéia.

Também era tímido e achava, quando jovem, que não teria capacidade para ganhar uma mulher bonita e legal, por exemplo. Tinha vergonha de encarar uma plateia de frente e suava frio antes de subir num palco.

Hoje também suo frio, e a barriga fica mais gelada que iglu de esquimó.

Mas uma forma de quebrar essa barreira psicológica que eu tinha é conhecimento.

Hoje, se eu estudo e conheço um pouco do que vou fazer, eu faço essa coisa sem medo e sem fator psicológico me limitando.

Por exemplo: Se vou para uma apresentação, eu estudo o set list antes, descubro todas as sequencias de acordes. vejo os tons das músicas, enfim, conheço o repertório e o que vou tocar.
Isso me dá uma segurança e fica tudo legal.

Mesma coisa na empresa. Posso falar com o Presidente da empresa ou até político famoso numa boa. Eu me preparo antes e como tenho certeza que estou dominando o assunto, vou tranquilo para a reunião, entrevista ou o que for.

Sou casado a 33 anos. Mas só passei a ganhar mulher (e bonita!) quando fiz uma análise fria de minhas qualidades e limitações e passei a usar isso como um valor de vida antes de casar.

Já aconteceu de eu convidar a mulher mais bonita da escola, por exemplo, mais alta e muito mais gabaritada, numa boa (escolhendo obviamente o melhor local e hora). Ela chegou e me perguntou: Por que eu deveria aceitar sair com você?
Respondi que era educado, tinha boa intenção, era culto, espirituoso, tinha bom humor e mesmo sendo baixinho e sem grana tinha valores...

E não é que a mulher topou?

E outra coisa: não minto.
Eu gaguejo e me enrolo quando minto. Aliás, acho que quase todo ser humano faz isso quando mente. Então, quando numa apresentação para meu chefe ou alta chefia alguém faz uma pergunta que eu não sei. Eu respondo com a maior calma: "não sei. Posso procurar saber e depois te informo."

Simples assim.

Se uma mulher (antes de me casar) me perguntava algo que eu não tinha ou não era. Simplesmente respondia a verdade.

Me lembro que estava numa pindura danada quando entrei na empresa e o meu chefe da época me convidou na primeira semana para um Happy Hour para comemorar minha admissão comentando: o recém chegado paga a conta!!!

Agradeci com o máximo de educação e falei para todos da seção ouvir, que estava negativo no banco e não poderia em hipótese nenhuma ir. Propus adiarmos a comemoração após receber meu primeiro pagamento.

O chefe achou tão legal minha postura que fez questão de pagar a conta. No dia do meu pagamento levei a grana para ele e ele propos comemorarmos novamente. Durante anos todos da seção comentavam que eu era o único que teve 2 comemorações. E todos sabiam o motivo pois fui claro e verdadeiro.

O mais importante de tudo é não complicarmos e não tentarmos ser o que não somos...

Karaka Mauricio, concordo plenamente com tudo que voce falou! Seu texto serve de lição para nossa vida realmente!
Agora, desculpa o comentario, mas se vc tem 33 anos de casado, quantos anos de vida voce tem? Pq pela foto vc nao parece ser tao velho nao kara...

Gostei tambem da história do Mauricio,mas realmente o melhor é voce subir no palco com um sorriso no rosto e contagiar a galera

Alan Lazari escreveu:Bom, aproveitando que o amigo acima citou SRV, e quanto aos Hendrixs da vida? Será que maconha ajuda ou atrapalha na hora de tocar? Óbviamente que não pretendo fazer o teste pratico (sou caretão) rs

Pelo que pude perceber até hoje, o efeito é semelhante ao álcool... atrasa o tempo de percepção e resposta... o timing sofre. Percebo a questão do timing principalmente porque já trabalhei muito tocando standards/jazz straight ahead, onde essas coisas ficam muito nítidas.

Alan Lazari escreveu:Karaka Mauricio, concordo plenamente com tudo que voce falou! Seu texto serve de lição para nossa vida realmente!
Agora, desculpa o comentario, mas se vc tem 33 anos de casado, quantos anos de vida voce tem? Pq pela foto vc nao parece ser tao velho nao kara...

Eu não sou velho!!! Eu sou Vintage!!!
Hehehehe. Tenho 52 anos.

Maurício_Expressão escreveu:

Alan Lazari escreveu:Karaka Mauricio, concordo plenamente com tudo que voce falou! Seu texto serve de lição para nossa vida realmente!
Agora, desculpa o comentario, mas se vc tem 33 anos de casado, quantos anos de vida voce tem? Pq pela foto vc nao parece ser tao velho nao kara...

Eu não sou velho!!! Eu sou Vintage!!!
Hehehehe. Tenho 52 anos.

kkkkkk "Eu sou vintage" foi o melhor!!!!

Cantão escreveu:

Alan Lazari escreveu:Karaka Mauricio, concordo plenamente com tudo que voce falou! Seu texto serve de lição para nossa vida realmente!
Agora, desculpa o comentario, mas se vc tem 33 anos de casado, quantos anos de vida voce tem? Pq pela foto vc nao parece ser tao velho nao kara...

Cara , você perguntou a idade do Maurício !!!!!! Véio , você é um homem morto...rsrs.

Opa, mas atente-se ao fato de que eu disse que "pela foto ele não parecia ser tão velho" rs

Alan Lazari escreveu:Opa, mas atente-se ao fato de que eu disse que "pela foto ele não parecia ser tão velho" rs

Tem um cara que trabalha comigo e tem 27 anos. O cara é uma das pessoas mais velhas que eu conheço, no espirito, na atitude e pasmem, até na aparência. Graças a Deus a musica, e principalmente o rock, tem me mantido mais jovem do que deveria, pelo menos de espirito, rsrs!!! já estou beirando os 35 mas quando converso com meus estagiários ou com a mulecada adolescente que tá começando uma banda, parece que muita coisa ainda tá dentro, só esperando pra sair e virar muleque de novo. Espero continuar tocando até morrer bem velho, por que enquanto tiver forças pra levantar um baixo, soprar um sax ou até tirar minha moto do pézinho sei que ainda nao acabou...

fma escreveu:A questão da bebida é interessante... minha experiência diz que, com pouquíssimas exceções, o timing e o senso de forma de todo mundo sofre quando a pessoa bebe, mesmo quem está acostumado e que beba uma quantidade considerada pela pessoa como pouco.
Existem uns Stevie Ray Vaughans por aí, mas até hoje vi pouco isso acontecer, olha que já toquei com gente em todos os níveis alcoólicos rsrs

Meu baterista atual é mais frontman que eu , o cara levanta, gira a baqueta nas mãos interage com o público, sai da bateria para fazer baccking vocal comigo, etc...

Quanta gente timida, eu achava de timidez era que nem virgindade, não existe mais...

O fator psicológico que eu tenho visto que pesa nas bandas em geral é quando tem algo errado com o som ou equipamentos, isso costuma derrubar o psicológico de qualquer banda...

Cara.... o que me trava mesmo é quando faço algum free lance e sei que o resto da banda é aquela "panela" que se acham os melhores do mundo e sei que tocando bem ou mal os caras vão falar mal de você (sei disso pois já ouvi) aí fica difícil, mesmo tocando coisas simples de tudo você acaba dando uns deslizes ....cheguei a uma conclusão, há dias que mesmo sem grana no bolso é melhor ficar em casa.

Vendo o relato de vocês eu fico mais tranquilo.. com tanta gente experiente ficando ansiosa...rs

Eu sempre fui timido para falar com bastante gente desconhecida, mas se estava no meio dos amigos eu era o que mais falava e fazia palhaçada.

Lembro quando voltei a ativa e estava começando com a minha banda, íamos ensaiar no estúdio e so coméçavamos a tocar quando o cara do estudio saia da sala, por vergonha. Se ele pedia pra gente tocar alguma coisa pra ajeitar o som, nossa, eu ficava até vermelho.
Quando passamos a levar a banda mais a serio, um dos caras que estava no estúdio viu a gente tocando e pediu se a gente não poderia tocar 5 músicas antes da banda dele, num Moto Clube. Não sei porque, mas aceitamos. Eu fiquei uma semana passando nervoso, a cada 5 ou 10 minutos pensava nisso e me dava um calafrio no corpo todo... chegou o grande dia, tocamos mal, muito mal, não tínhamos experiência alguma no palco.. das 5 musicas, erramos (feio) em 4. Viamos a expressão de tédio do publico e a cara de quem não estava gostando. Ficávamos nervosos, sem saber o que fazer. Uma certa hora um cara veio perto do “palco” (era em cima de um caminhão) e me pediu pra falar no microfone que amanhã seria aniversario de um determinado motoclube ali naquele mesmo local... eu dei o recado mas errei no nome do motoclube, de tão nervoso... aí coisa ficou pior ainda... depois desse dia eu achei que ia desistir disso.. (So pra constar: O motoclube se chamava "Alados do Asfalto" e eu chamei de "Ralados do Asfalto".. imagina como não caiu bem...rs)

Mas na verdade, esse rolo todo me ajudou pensar melhor em repertorio, publico, tentar falar melhor quando tiver algum recado, ensaiar coisas que eu não imaginavaa no palco... 2 meses depois voltamos a tocar nesse local e eu prometi a mim mesmo que faria de tudo para "tirar de mim" aquela zica da primeira vez.. e fomos muito bem, saí do palco com um sentimento tao grande de missão cumprida que eu não saberia explicar o quão feliz eu estava. Tocamos lá mais umas quatro vezes. Aquela primeira experiencia frustrada foi fundamental para que eu pudesse seguir em frente.

Hoje, passadas algumas apresentações, acho que não fico menos nervoso, mas de certa forma eu aprendi a canalizar isso e usar postiviamente... quando penso que vou tocar, por exemplo, proximo domingo, eu já fico com uma ansiedade, mas ela é acompanhada de uma coisa boa, uma vontade de "arrebentar com tudo" que eu fico até feliz.. saio fazendo propaganda para todos no escritório..rs

Outra coisa que é um sinal para mim: quando a primeira música vai bem, o resto do show todo flui que é uma beleza... pois a confiança vai lá em cima.

Portanto, depois dessa bíblia toda, acho que o fator psicologico que influencia na minha performance, é a confiança naquele momento.

afonsodecampos escreveu:(...) Sabe quando o cara é duro pra pegar harmonia? E nos ensaios sempre dá uma notas fora? Pois é, isso me deixa inseguro, minha ansiedade faz com que toque tenso nessas ocasiões.

No meu caso, o cara duro de pegar hamonia e que dá notas fora sou eu mesmo, e isso muitas vezes me deixa inseguro, mesmo conhecendo a música... preciso estudar muito ainda...

Eu tinha bem mais quando comecei a tocar. Daí, sumiu. Hoje em dia, quase não toco mais, por isso, não posso mais opinar. Mas com certeza, cantar na frente de pessoas desconhecidas é uma tortura pra mim.

Eu quase nunca tenho problemas, pois não sou tímido nem tenho mêdo de público (afinal, sou professor, e a sala-de-aula é uma espécie de palco). Mas no último show de minha banda (Os Biltres), eu estava mal psicológicamente, com problemas familiares sérios (que estão se resolvendo) e com o próprio esquema do show em sí... Foi uma apresentação ruim, errei muito, estava apático e me sentí muito mal depois do show....

Comecei tocando em Igreja, e isso ajudou. Logo nas primeiras vezes muita gente te vendo. Você acaba não tendo opção. Ou perde a timidez ou larga de vez.
Assim como o Maurício, sou Professor, e isso ajuda bastante também.
O que atrapalha minha performance é a preocupação com os outros músicos, o receio deles errarem e atrapalharem o bom andamento da música. Outra coisa que me deixa meio em estado de "atenção redobrada" é quando tenho que tocar algo que ainda não tirei direito. Pra evitar isso, eu estudo 3 vezes mais esta parte pra não ter problema no show (o que mais acontece) ou apenas reconheço que não rola fazer determinado solo ou frase ou levada.

Uma boa solução é tocar muito e em diversas situações.
Como teve período de cerca de 3 anos que toquei fixo cerca de 4 vezes por semana fora os extras isso foi se tornando comum e o frio na barriga desaparece. As vezes em algumas situações até sinto falta do frio na barriga.
Mas cantar ai complica mesmo porque você vira o centro das atenções.

Normalmente antes de subir no palco a barriga começa a ficar gelada, mas é subir no palco e tocar umas duas músicas que já fico mais tranquilo e começo a me soltar um pouco.

Por sorte, nunca toquei de costa para o público nem nada, mas já fiz apresentação em escola de música quando comecei que fiquei todas as músicas só olhando para a escala do baixo.

Fernando Zadá escreveu:
Mas cantar ai complica mesmo porque você vira o centro das atenções.

Verdade Zadá,cantar e tocar baixo ao mesmo tempo é sempre muito dificil que voce tem que ficar muito atento sempre ao ritmo para não se perder-se no meio da musica,na minha opinião o instrumento mais dificil de tocar quando está cantando ao mesmo tempo é o baixo,eu não tenho segurança em cantar e tocar pois tenho muito medo de passar vergonha,só em casa mesmo que treino cantar e tocar.

Colocar como objetivo superar um problema (como o citado pelo Breno) é uma forma de dar um passo de cada vez, e isso é também uma bela tática!

Uma coisa boba,que quase ninguém começando se dá conta,é que quanto melhor o som,a luz,o palco,é pior pra musico e banda ruim. Sempre pelas bandas que passei,tentava ao menos uma vez por mês ensaiar nos melhores estudios disponiveis da cidade.

Uma vez fui num show do Arthur Maia que me fez rever alguns conceitos de apresentação ao vivo... ele estava tão relaxado e feliz de estar fazendo um som que a coisa fluia tranquilamente. O amp deu problema (era endorsee Warm Music na época rsrsrs), a banda continuou tocando, ele foi lá, arrumou o amp e voltou a tocar... tudo tranquilo e com um sorriso no rosto.
Tocando ao vivo coisas ruins acontecem, erro de execução acontece com todo mundo, músico bom ou ruim. Equipamentos eventualmente falham, retornos ficam aquém do esperado. A questão é não deixar isso virar uma bola de neve.