Elegia: Jô Soares.

Nâo há como não ficar triste hoje por causa da morte do Jô Soares.

Fui um dos muitos que cresceram assistindo o Viva o Gordo nas noites de segunda e muitas vezes dormi muito mais tarde do que deveria por causa do Jô Soares Onze e Meia, um programa verdadeiramente revolucionário para aquela época.(quem estava lá sabe do que falo) e que muitas vezes passava bem depois das 23:30h.

Como o Jô dizia na época do SBT, eu não ia para a cama sem ele.

Deixo aqui algumas pequenas anedotas pessoais. Duas e meia, para ser mais exato e para honrar o espirito do programa Jô Soares Onze e Meia.

A primeira: Há muitos anos atrás, minha mãe estava na Lapa, na rua Clélia, perto do saudoso Olympia quando ela viu passar um jaguar na rua e dentro dele estava o Jô, que, ao ver a minha mãe olhando para ele, lhe mandou um beijo do Gordo.

A segunda:: Em 1999, fui com amigos do Centro Acadêmico (Entre eles, o João Carlos) e, sem saber, testemunhamos, nas primeiras filas, justamente aquela que foi a última gravação do Jô Soares Onze e Meia no SBT.

Não me lembro dos entrevistados, para ser honesto. Apesar de me lembrar do breve e cordial bate papo que tive com o Tomati (que gentilmente autografou a minha cópia do cd dele), a cena que me marcou - e que nunca esqueci - foi a do Jô flutuando no pequeno e acanhado cenário ao som do Sexteto, que naquele momento tocava a Valsa do Afeus. Aquele instante foi o fim de uma era e  eu sabia disso.

Naqueles ternários instantes, fui, assim como o Repórter Esso o foi em seu tempo, uma testemunha ocular da História.

E pra finalizar, a meia anedota. Acabei de descobrir que o saudoso José Mojica Marins foi o primeiro entrevistado do Jô no SBT. Como eu fui algumas vezes nas gravações do CineTrash na Bandeirantes, muito provavelmente sou a única pessoa que esteve nas gravações destes dois gênios.

Descanse em paz, Jô.