Ajuda com a restauração de um baixo

Boa tarde pessoal.
No fim do ano passado, eu achei um corpo + pescoço de um baixo jogado no lixo. Eu peguei e comecei a tentar restaura-lo como um passatempo.
Na epoca eu nao conhecia absolutamente nada sobre instrumentos ou musica (desde entao comprei uma guitarra e violão para ir aprendendo).

Minha duvida agora é sobre o pescoço do baixo, que estava sem trastes (apenas com uma tinta/massa branca no lugar):



Ja que eu nao conhecia nada, achei que era assim mesmo, mas agora nao tenho mais certeza. Eu vi que existem alguns baixos fretless, mas pelo o que eu pesquisei, nao são assim.
Voces acham que eu deveria mante-lo assim ou tentar instalar os trastes nesse pescoço?

Bem-vindo.

No Brasil falamos "braço" e não "pescoço".

Não existe um certo em relação a possuir ou não possuir trastes. As duas opções são válidas e dependem de quem toca.

Instalar trastes exige equipamentos e expertise específicos.

Obrigado pela info.
Quase toda minha pesquisa tem sido em sites estrangeiros, entao me confundo bastante ainda com o nome das partes.

Ha alguma vantagem em mante-lo sem os trastes (especialmente pois ainda preciso aprender a tocar esse instrumento)?

sanlor escreveu:Obrigado pela info.
Quase toda minha pesquisa tem sido em sites estrangeiros, entao me confundo bastante ainda com o nome das partes.

Entendo, por isso expliquei como se fala no Brasil.

sanlor escreveu:Ha alguma vantagem em mante-lo sem os trastes (especialmente pois ainda preciso aprender a tocar esse instrumento)?

É difícil responder isso...

Há baixistas que gostam e tocam com baixos fretless e outros que não gostam ou sentem necessidade de tocar com um desses instrumentos.

Se você for se tornar um dos que gostam (o que não sabemos) já terá um fretless e isso pode ser chamado de vantagem.

Além disso, o fretless te permite entender música de uma maneira um pouco mais abrangente que num fretted, que é um instrumento temperado e "encaixotado" nas doze notas da música ocidental.

Em contrapartida, o fretless é mais difícil de tocar dentro desse mundo encaixotado.

Mas começar no fretted é meio que o normal quando falamos de baixo elétrico.

Como este é um projeto, e dada a inviabilidade (?) de vc mesmo colocar trastes nele, acho que se poderia começar mantendo-o fretless. No futuro, sendo o caso, se pode colocar trastes nele.

fheliojr escreveu:Como este é um projeto, e dada a inviabilidade (?) de vc mesmo colocar trastes nele, acho que se poderia começar mantendo-o fretless. No futuro, sendo o caso, se pode colocar trastes nele.

Eu acho que vou fazer isso mesmo. Tem uma loja de instrumentos musicais aqui perto de casa e comprei 1 metro e traste para tentar coloca-lo e foi beeeeeeeem dificil (tambem nao tenho o martelo certo e nem uma prensa).

allexcosta escreveu:
É difícil responder isso...

Há baixistas que gostam e tocam com baixos fretless e outros que não gostam ou sentem necessidade de tocar com um desses instrumentos.

Se você for se tornar um dos que gostam (o que não sabemos) já terá um fretless e isso pode ser chamado de vantagem.

Além disso, o fretless te permite entender música de uma maneira um pouco mais abrangente que num fretted, que é um instrumento temperado e "encaixotado" nas doze notas da música ocidental.

Em contrapartida, o fretless é mais difícil de tocar dentro desse mundo encaixotado.

Mas começar no fretted é meio que o normal quando falamos de baixo elétrico.

Entendi. Ainda estou molhando os pés nesse mundo. Desde que eu comecei esse projeto, comecei a me interessar nesse tipo de instrumento e acabei pegando um violão e guitarra para ir aprendendo.

Por enquanto, vou mante-lo assim até eu ter coragem para preparar o corpo. Por enquanto so passei a seladora na madeira e oleo de linhaça na fretboard, ainda estou procurando o verniz de PU para o projeto.




Aproveitando, alguem tem experiencia no preparo de um corpo? Ja assisti varios videos e testei materiais em pedaços de madeiras, mas ainda nao estou confiante.


Meu plano atual é passar Betume de Judeia (tentando fazer um efeito burst), seladora por cima e verniz de PU por cima. Parece que a seladora de nitrocelulose reage de alguma forma com o betume na minha madeira de teste...

Se você não está buscando realmente aprender como fazer pintura de instrumentos, recomendo um acabamento simples com óleo ou cera.

As opções mais comuns são:

- True Oil
- Óleo de linhaça fervido
- Tung oil
- Carnaúba com cera de abelha

Obviamente, esse tipo de acabamento não oferecerá a mesma proteção mecânica que um verniz duro, porém protegem bem contra os elementos e produzem braços super rápidos e confortáveis.

Já que você pesquisa em inglês, há inúmeros vídeos no youtube explicando cada método. Se você optar por carnaúba com cera de abelha, pode até comprar a cera original da Warwick, que usa esse tipo de acabamento há mais de 30 anos com grande sucesso.

Até que eu queria achar algo assim no lixo. Tinha alguma ferragem, captação nele ou tava pelado assim?

Rogério Barbosa escreveu:Até que eu queria achar algo assim no lixo. Tinha alguma ferragem, captação nele ou tava pelado assim?

Completamente pelado. é possível que o hardware também tenha sido jogado no lixo, dentro de um saco próximo ao corpo, se eu nao vi (e na época nao iria saber distinguir tambem).
Essa é uma foto dele antes de lixa-lo:



Parece que alguem tentou fazer algo com ele, mas desistiu. Parece que ele ja fui originalmente pintado de vermelho, depois alguem pintou ele de branco (com uma tinta guaxe ou acrilica). Quando tiraram os trastes do braço, passaram uma massa e depois um verniz em spray na fretboard.

No inicio, eu tentei ate lixar com a mão, mas era muito dificil (talvez tenha sido por isso que fez a ultima pessoa desistir) e acabei comprando uma lixadeira orbital.



Tem sido um projeto bem interessante.

Bacana sua disposição quem dera eu achar um baixo jogado no lixo eeheh.

Como não é objeto da sua dúvida, segue o spoiler:

Spoiler:

Eu ja comprei algumas coisas. Comprei o escudo no mes passado (ele nao se alinha perfeitamente, mas cobre os buracos existentes.
na semana passada eu comprei a ponte (fiquei um tempão procurando uma ponte com a mesma furação), neckplate, abaixador das cordas, pestana e os parafusos (menos os parafusos dos captadores).

Mes que vem eu compro as cordas, tarraxas (caras pra caramba) e o restante dos parafusos.
So fiquei bem encucado com a instalação das trates do braço do baixo, bem chato isso ser a única coisa que eu não consigo fazer sozinho.

sobre o fretboard, o ideal é tirar a massa pra madeira e: ou coloca trastes novos, ou preenche os espaços com filetes de madeira e deixa fretless msm.. preencher com massa nao é bom, pq desgasta diferente da madeira, a escala nao vai ficar 100% lisinha..

"No inicio, eu tentei ate lixar com a mão, mas era muito dificil (talvez tenha sido por isso que fez a ultima pessoa desistir) e acabei comprando uma lixadeira orbital."
Cuidado ao lixar a escala com máquina, você pode danificar o raio da escala (abaulamento). Pesquise sobre tacos para lixar escala.

Eu ate ja lixei a escala com a maquina e tentei preservar o "angulo" da escala, mas nao sei se tive sucesso. Ja que eu nao instalei nenhuma traste ainda, vou pesquisar sobre essa ferramenta sim. Tambem estava pesquisando sobre alguma forma para verificar o ângulo atual da escala.

sanlor escreveu:Eu ate ja lixei a escala com a maquina e tentei preservar o "angulo" da escala, mas nao sei se tive sucesso. Ja que eu nao instalei nenhuma traste ainda, vou pesquisar sobre essa ferramenta sim. Tambem estava pesquisando sobre alguma forma para verificar o ângulo atual da escala.

tem um gabarito especifico pra verificar o raio, e tem o taco ideal pra lixar no raio certo

Valeu pela dica, achei alguns anuncios legais no ML(o taco e gabarito são quase R$120).
Vou ver se compro eles no mes que vem. A propósito, apos lixar a escala, é feito algum tipo de tratamento (Verniz, seladora, etc)?
Pelo o que eu pesquisei, as pessoas passam apenas oleo de linhaça (o que eu fiz atualmente), mas a sensação é diferente da guitarra que eu tenho.