Trastejando, e agora?

Olá, pessoal.

Comprei um SX SPB pela internet e que veio regulado pelo luthier da loja... Mas a ação das cordas nos primeiros três trastejam.

Tenho zero experiência em lutheria... Queria saber de vocês se tem alguma forma simples de resolver isso só mexendo no tensor, sem precisar tirar as cordas, ajustar as oitavas, carrinhos etc...

É nois! Obrigado a quem responder

Se o braço estiver alinhado...
O ajuste não será no tensor, mas na ponte mesmo.

^ Na verdade o ajuste na ponte vai influenciar bastante os trastes mais avançados do braço, principalmente ali a partir do traste 12.
Tensor não é pra deixar o braço ficar "alinhado", 100% reto. O ideal é ter uma pequena curvatura, por mínima que seja. 

Se girar um pouco o tensor no sentido anti-horário pode sim resolver o problema de trastejamento nas primeiras casas. Mas se precisar mexer muito no tensor pra resolver isso você pode deixar o braço mais côncavo do que o ideal, prejudicando a tocabilidade e fazendo as cordas ficarem mais altas principalmente nas casas centrais do baixo.
Aí provavelmente o problema é de nivelamento dos trastes. Esse tipo de serviço não tá incluso pelos luthiers de loja (aliás, por experiência própria, quando dizem que o instrumento passa por regulagem na loja antes do envio, na verdade o cara só dá uma olhada pra se certificar de que o instrumento não tá partido ao meio antes de te enviar. Parecendo que o instrumento tá mais ou menos inteiro eles embalam e já mandam pra coleta dos Correios/transportadora).

E tem uma outra possibilidade que é o jeito de você tocar. Você ataca as cordas com força? Aí vai dar alguma trastejada mesmo, a não ser que a ação das cordas esteja alta. Muitos trastejos inclusive são desejáveis, diria que tem umas "trastejadas musicais" quando se toca com mais força, hehe.

E por último certifique-se se esse trastejamento sai no amplificador com o qual você está tocando. Pois desplugado o baixo vai trastejar horrores mesmo, mas no amp em alto e bom som muito trastejo bobo não aparece.

Primeira vez que vejo alguém dizendo que o braço tem que ter curvatura...
O tensor age fazendo uma força contrária a ação das cordas.
O braço estará alinhado quando essas forças se anulam.
No contrário, ou se terá braço côncavo ou convexo.
Se eu estiver errado, algum luthier de plantão pode corrigir.

Pedro Cavalcanti escreveu:Primeira vez que vejo alguém dizendo que o braço tem que ter curvatura...

Fender e Fodera recomendando curvatura no braço tá bom pra você?

https://support.fender.com/en-us/knowledgebase/article/KA-01903


https://cdn.shopify.com/s/files/1/0507/6631/5710/files/FoderaPDF_Adjusting-The-Fodera-Dual-Action-Truss-Rod-Standard.pdf?v=1612556450

Jãozeiro escreveu:

Pedro Cavalcanti escreveu:Primeira vez que vejo alguém dizendo que o braço tem que ter curvatura...

Fender e Fodera recomendando curvatura no braço tá bom pra você?  

https://support.fender.com/en-us/knowledgebase/article/KA-01903

https://cdn.shopify.com/s/files/1/0507/6631/5710/files/FoderaPDF_Adjusting-The-Fodera-Dual-Action-Truss-Rod-Standard.pdf?v=1612556450

É isso aí!

As únicas exceções que conheço e cujos fabricantes recomendam a regulagem do braço completamente reto são os Rickenbacker e os Torzal. Debatemos a respeito do assunto neste tópico:
https://www.contrabaixobr.com/t42390-por-que-bracos-de-ricks-devem-ser-retos

Os únicos instrumentos que não precisam de relief (curvatura de alívio do braço) são o Rickenbacker e Torzal, como bem frizou o Jazz. Se o braço estiver 100% reto, ele vai trastejar, se por esse motivo você subir demais na ponte buscando evitar trastejamento, isso vai dificultar algumas técnicas e deixar o baixo bem desconfortável de maneira geral

Jãozeiro escreveu:...na verdade o cara só dá uma olhada pra se certificar de que o instrumento não tá partido ao meio antes de te enviar. Parecendo que o instrumento tá mais ou menos inteiro eles embalam e já mandam pra coleta dos Correios/transportadora)...

E eu achando que todo braço (todos os baixos e guitarras) deveriam estar retos

Pedro Cavalcanti escreveu:Primeira vez que vejo alguém dizendo que o braço tem que ter curvatura...
O tensor age fazendo uma força contrária a ação das cordas.
O braço estará alinhado quando essas forças se anulam.
No contrário, ou se terá braço côncavo ou convexo.
Se eu estiver errado, algum luthier de plantão pode corrigir.

É , vivendo e aprendendo meu amigo....

No tópico fixo sobre regulagem básica, na seção “luthieria” explica detalhadamente em vários materiais diferentes. Inclusive nas discussões

Não achei essas respostas no tópico...
O braço deve ter uma curvatura côncava ou convexa???
E qual a razão física da curvatura???

Pedro Cavalcanti escreveu:Não achei essas respostas no tópico...
O braço deve ter uma curvatura côncava ou convexa???
E qual a razão física da curvatura???

Tenho uma teoria sobre a razão física.

Creio que os trastes têm a mesma altura em quase todos os baixos, exceto talvez os modelos citados que não precisam de curvatura no braço. Então a não ser que os carrinhos estejam muito altos na ponte, ao pressionar o primeiro traste a corda ficaria suficientemente perto dos próximos trastes e causaria o trastejamento.

Conheço quase nada sobre o Anthony Jackson, mas chutaria que ele talvez goste de regulagem com os carrinhos altos, ou que ele toque com pouquíssima força, ou que ele incorporou o ruído do trastejamento no som dele (acredito que não porque do pouco que conheço dele não me recordo de ter ouvido som de traste).

Por favor, corrijam-me se estiver errado.

Boa JAZZigo...

.